Um amor de outro mundo

Doce veneno

🎼Nem mesmo eles podem me parar agora
Garoto, eu estou voando alto
Críticas não podem me derrubar
Garoto, eu ressurgi dos mortos

Ninguém sabe o quanto a vida era difícil
Eu nem sequer penso sobre isso agora, porque
Eu finalmente te encontrei

Agora minha vida é doce como canela
Como se eu estivesse vivendo um puta sonho
Amor, me ame, porque estou tocando no rádio
(O que você acha de mim agora?)
Pegue-me e me tome como uma vitamina
Porque meu corpo é doce como um veneno açucarado, oh, sim
Amor, me ame, porque estou tocando no rádio

Radio - Lana Del Rey

_Bom dia. - disse Snape, entrando na sala dos professores.
Maria estava recostada no braço do sofá, cochilando.
_Bom dia... - respondeu em um bocejo.
_Parece que alguém não dormiu essa noite. Muitas tarefas? - perguntou ele.
_Ah, não... Insônia.
_Não deixe Lockhart saber disso. Vai ter certeza que você não está dormindo de tanto pensar nele. - brincou.
Ela deu uma risada alta e sincera, e ele quase esboçou um sorriso também.
_Nem me fale, daqui a pouco ele chega aqui. - revirou os olhos.
_Bom dia! Que lindo dia hoje! - chegou Lockhart, muito sorridente, vestindo uma roupa amarelo canário.
_Falando no diabo...
_Que diabo?
_Ninguém, Lockhart... estávamos falando que o sol lá fora está o diabo de quente.
_Ah, realmente... Mas não está tão ardente como seus olhos, minha querida... Que parecem avelãs misturadas a... pistache.
_Pistache?
_Sim... Meio verdes, meio amarelos.
_Nossa, que poético.
_Você acha? Eu particularmente tenho mesmo um grande dom para poesias. - dizia ele, se sentando ao lado dela, cruzando as pernas e colocando o braço no recosto do sofá por trás do pescoço da ruiva, que imediatamente se esquivou.
_Muito embora... - disse ele reparando no rosto da ruiva - Essas olheiras estão fazendo com que fiquem mais cor de mel azedo, meu bem... Não dormiu direito?
_Azeda é a cara que você faz prendendo a respiração pra caber nessa cinta ridícula! - disse brava.
_Calma! Não vamos ter uma DR na frente de outras pessoas.
Snape quase não se aguentava de vontade de rir.
_Eu saio... - falou ele, com total deboche.
_Não se preocupe, Severo. Conversaremos depois, ruivinha.
_Ruivinha é a...
Mas a porta se abriu e mais alguns professores entraram, impedindo que Maria falasse um palavrão.

Mais tarde, eles descobriram o ataque à gata de Filch. Snape deu uma breve demonstração de humanidade quando Harry disse que não tinha nada a ver com aquilo, que jamais tocaria em Madame Norr-rra, mas pareceu recobrar a consciência inquisidora bem rápido.

Com o crescente número de ataques pela escola, Lockhart convidou Snape e Maria para o ajudarem no novo Clube de Duelos.
_Olá, olá a todos. Estão todos me vendo? Estão todos me ouvindo? Sejam muito bem vindos ao nosso Clube de Duelos. O professor Snape e a professora Sky tiveram a bondade de aceitar meu convite para uma breve demonstração. Vamos começar com uma coisa bem básica. - e virando-se para Maria, disse: Venha aqui, por favor, minha querida.
Ela se aproximou com cara de nojo, mas pensou que seria a oportunidade perfeita para estuporá-lo.
Mas o improvável aconteceu. Lockhart fez um teatro e explicou um monte de coisas sem nenhum sentido para os alunos.
_Bom, suponhamos que essa doce e meiga dama fosse minha inimiga, e se aproximasse de mim sorrateiramente pelas minhas costas com uma capa de invisibilidade. O que eu poderia fazer?
_Tá lendo livros demais... vamos duelar ou não?
_Calma... Vamos contextualizar. - e voltando-se novamente para os alunos,  continuou: Essa adorável dama chega invisível e a primeira coisa que vou fazer, antes de lançar qualquer ataque é... "Homenum Revelio". Isso vai detectar a presença dela e me indicar onde ela está para só então eu...
Maria estava parada com uma cara de terror. Todo mundo ali tinha setas vibrantes descendo por seus corpos, menos ela. Olhou para Snape, que também estava espantado, e em seguida mirou Lockhart e lançou-lhe um "Depulso" não verbal, arremessando o bruxo por cima das cabeças dos estudantes e cessando o feitiço dele.
Ouviu-se um burburinho de alunos comentando sem entender por que ela ficara tão nervosa.
Lockhart voltou para a pista de Duelos com a mão nas costas.
_Caramba, danadinha... Peguei leve com você... Mas nem doeu, não se preocupe, eu sabia que você iria fazer isso, na verdade... Mas... como? Como o Homenum Revelio não funcionou em você?
_Não sei... Tem muita gente aqui. - e se aproximando dele, disse em voz baixa: E você não deve ter executado o feitiço direito!
Snape pensara a mesma coisa, apesar de achar muito estranho, pois até um incompetente como Lockhart conseguiria executar um feitiço daqueles.
_Bem, vamos tentar de novo...
_Não vamos tentar nada de novo! Homenum Revelio não é feitiço pra se ensinar em duelos, seu cabeça-oca.
A maioria dos meninos riu, enquanto as meninas não entendiam por que ela o tratava de forma tão rude.
_Mas é um feitiço muito útil...
_Tão útil quanto foi agora! E se você está diante de uma pessoa não precisa identificar onde ela está.
_Tudo bem, sente-se querida, você está muito estressada.
Ela saiu e Lockhart arrumou os cabelos, assim como arrumara a desculpa para não duelar com ela... já levara uma surra logo de início e não queria outra.
_Bom, então vamos continuar com as demonstrações, e agora, chamo meu assistente, o professor Snape. Não se preocupem, continuarão a ter seu professor de Poções depois que eu o derrotar.
Maria procurou um lugar que dava pra ver muito bem Lockhart levando outra surra, e depois que terminou o duelo, ela e Snape tiveram oportunidade de conversar.
_Lockhart executou mal o feitiço. E eu fui a "azarada" que o feitiço não funcionou.
Explicou a Snape, que até concordava, mas diante da defensiva e do nervosismo da moça, começava a achar estranho. Ele nem podia imaginar o real motivo do feitiço não ter funcionado nela: o feitiço detectava presença humana, e ela não tinha DNA humano suficiente para tal.
Eles conversaram um pouco mais, falaram sobre o fato de Harry ser ofidioglota, e Snape parecia ter bastante confiança nela para compartilhar suas opiniões.