Natal

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🎼Um clima de sonho se espalha no ar
Pessoas se olham com brilho no olhar
A gente já sente chegando o Natal
É tempo de amor, todo mundo é igual
Os velhos amigos irão se abraçar
Os desconhecidos irão se falar
E quem for criança vai olhar pro céu
Fazendo pedido pro velho Noel

Natal todo dia - Roupa Nova

De outubro a novembro, a tensão pairou no castelo. Ninguém sabia o que estava causando aqueles ataques, e todas as pessoas pareciam andar apreensivas e com medo.
Maria havia se acalmado um pouco, e não sabia se era por ter se convencido que a Jóia da Alma apareceria na hora certa, ou se por estar gostando da experiência de ser professora e da companhia de Snape... mas estava aproveitando ao máximo sua estadia no castelo.
Durante os dias que se seguiram, eles se aproximaram ainda mais, ele parecia se soltar mais na presença da jovem bruxa.

Quando os primeiros flocos de neve começaram a cair em novembro, o clima ficou ainda mais aconchegante e Maria decorou sua sala com o tema natalino. Luzes coloridas, cobertas xadrez, almofadas verdes e vermelhas, e lindas velas deram um toque especial ao local. Como ela amava o natal!
Apesar dos momentos de tensão, as pessoas não deixaram de aproveitar o clima natalino, principalmente as comidas típicas que já começavam a ser servidas.
Um dia durante o café da manhã, Dumbledore mandou que fosse servido  caramelo salgado ao leite para acompanhar as guloseimas. Como Maria não aparecia para o desjejum, pois sempre acordava mais tarde e só descia na hora do almoço, Dumbledore pediu que Snape solicitasse a algum elfo doméstico para levar uma caneca para ela, pois era sua bebida preferida.
Snape decidiu que ele mesmo poderia fazer isso, sem querer admitir que gostou da idéia de ir vê-la em seus aposentos.
Pediu então aos elfos que preparassem uma caneca da bebida com algumas guloseimas e levou até ela.
Bateu à porta, com a bandeja flutuando ao seu lado, e uma linda jovem atendeu, vestindo um roupão grosso, azul-escuro e vermelho, com estrelas douradas no capuz.
_Desculpe se atrapalho.
_Imagina, claro que não... Pode entrar.
_Eu só vim lhe trazer uma bandeja de café da manhã, Dumbledore pediu. Ele disse que caramelo salgado ao leite era sua bebida favorita.
_Hmm com certeza! Não costumo comer de manhã, mas já me deu fome só de pensar...
_Posso deixar a bandeja aqui?
_Por favor.
E com um aceno de varinha, a bandeja flutuante foi parar em cima da mesinha de canto.
_Sente-se. - convidou ela, se sentando também, e pegando a caneca. - Hmm, isso está divino! E combina perfeitamente com croissant. Obrigada...
_Disponha... Eu não vou me demorar, preciso ir dar aula.
_Está bem... Nos vemos no almoço.
Era até difícil acreditar que aquele homem ranzinza tinha se tornado uma pessoa gentil, revelando detalhes que ela jamais pensou sobre ele.
Mesmo eles tendo convivido por pouco tempo enquanto ela era aluna, não era difícil perceber a personalidade forte e o jeito sisudo de ser.

Quando as férias de Natal finalmente chegaram, houve um alívio geral no castelo. Dumbledore gostaria que todos os alunos fossem para casa, por causa dos ataques, mas ele não poderia proibir quem quisesse de ficar.
Maria deixou para ir embora um dia antes apenas, queria aproveitar mais tempo no castelo e também ajudar caso houvesse mais algum ataque. E como Lockhart não ficara, estava tudo perfeito.
Antes de ir embora, ela se despediu de Snape com um abraço de feliz natal, que o bruxo recebeu de forma bem desconcertada.
_Nossa, nunca recebi um abraço tão duro. - disse rindo e brincando.
_Não sou muito de abraços. Mas... feliz natal para você e sua família.
_Voltarei depois de amanhã... Se cuida.

A noite de véspera de natal foi maravilhosa na fazenda, como sempre era... a família toda reunida, todos os tios e primos presentes... Muita comida boa, brincadeiras... E muito amor.
No dia seguinte ela retornou a Hogwarts, usando a rede de Flu como fizera para chegar em casa, para poupar tempo. Decidiu levar um Panetoene para Dumbledore e outro para Snape.
Assim que chegou foi direto até os aposentos dele. Seu coração disparou no caminho, e ela se sentiu estranha, como se houvessem borboletas na barriga. Uma sensação que não sentia há muito tempo.
Bateu à porta e ele atendeu, bastante surpreso.
_Olá...
_Oi, posso entrar? - disse, escondendo às costas o panetone em um lindo embrulho.
_Claro, por favor.
_Trouxe pra você. Eu mesma que fiz.
Ele pegou o embrulho, olhando curiosamente pela parte transparente para tentar ver o que era.
_Panettone... Sabe o que é? Já comeu?
_Pra ser sincero, não... Mas será a primeira vez agora.
Ele colocou o embrulho sobre a mesa, e olhou para o pão de uma forma engraçada, como se não soubesse o que fazer, ou como comer.
_Esqueci a faca... Ah, não se preocupe.
A ruiva pegou uma pena nas mãos e em alguns segundos já havia transformado-a em uma linda faca prateada.
_Prontinho...
_Hmm, vejam só... Alguém aproveitou bem as aulas de transfiguração. Minerva ficaria orgulhosa em ver você transfigurar uma pena em faca em segundos e sem varinha.
Ela sorriu e cortou o panetone em fatias, e lhe explicou:
_Essa metade é de chocolate e essa outra, de frutas cristalizadas.
Ele pegou um pedaço e mordeu, se surpreendendo com o sabor inigualável.
_Realmente muito bom... Servida?
_Não, obrigada... Comi demais.
_Eu... agradeço por ter... lembrado de mim...
_Imagina... Nos vemos no jantar?
_Certamente.
Os olhares já não eram os mesmos quando estavam sozinhos, e qualquer um poderia notar isso, menos os dois.
Estavam se apaixonando lentamente e quando notassem, seria tarde.

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