Provocações

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A partir de agora, colocarei alguns comentários antes do capítulo... Sintam-se a vontade para interagir comigo 🥰
📝Comentário da Autora: Maria é uma mulher muito livre, e apesar de ser linda, não é nada padrão... E isso é igual um elefante: incomoda muita gente haha...
E essa Morgan hein... Acham que vai dar em alguma coisa? E será que Maria e Lupin desenvolverão um romance?

🎼Então por que você estava segurando a mão dela?
É assim que ficamos?
Você estava mentindo o tempo todo?
Foi só um jogo para você?

Linger - The Cranberries

Os dias se passavam estranhamente cinzas, para Maria, e para todos no castelo. Ela estava vivendo a vida mais monótona que era possível. Não saía nunca do castelo, não fazia mais suas caminhadas ao por no sol, nem visitava Hagrid, e deixou de tomar sol à beira do lago negro... agora apenas deitava com roupas leves no chão perto da ampla janela da sala de seus aposentos para que alguns raios de sol banhassem seu corpo. Pelo tédio, acabava indo muito mais à Sala Precisa, o que aumentava sua ansiedade a cada vez que saía de lá sem a Jóia da Alma.

Com Snape, não era muito diferente, ele tentava evitá-la mas sofria com isso, pensava na ruiva o tempo todo, e quando não pensava, algo o fazia lembrar dela, como por exemplo o dia que ele pegou uma revista deliberadamente folheada durante a aula por uns garotos, que davam risinhos abafados. Como eram da Sonserina, no início Snape não fez nada... Mas quando percebeu que os meninos já estavam atrapalhando a aula, foi obrigado a pedi-los para guardar, porém não obteve sucesso. Talvez os alunos da Sonserina estivessem demasiado acostumados com as regalias do diretor de sua casa.
A gota d'água foi quando Snape ouviu um deles dizer "Cara, que gostosa!". Preocupado com o teor do assunto que continha na revista, pediu que os meninos lhe entregassem, com a promessa que devolveria no final da aula.
Voltou para sua mesa e colocou a revista dobrada dentro de uma gaveta. Quando a aula acabou, aparentemente os garotos acabaram por esquecê-la, e ele também. Só mais tarde, quando buscava por um tinteiro dentro da gaveta, é que se lembrou da revista.
_O que é que esses moleques estavam vendo aqui de tão interessante, que seria motivo para tanto alarde? Rmm, adolescentes... - pensou alto.
Mas quando Snape pegou a revista e desdobrou na página em que os meninos haviam deixado aberta, viu ninguém menos que Maria Skywalker!
Era uma revista para garotas, "O Semanário das Bruxas", e nela havia uma matéria que dizia:
"De tatuagens a roupas ousadas, Maria não tem medo de se exibir!"
A matéria falava sobre, nas palavras da redatora, uma falta de pudor por parte da bruxa, que usava poucas roupas em algumas ocasiões, como os shows que fazia por exemplo, ou particularmente em locais da Itália e da Colômbia, e até mesmo praias. Algumas fotos pareciam ter sido tiradas por amigos, em outras dava para se supor que foram feitas por algum paparazzi bruxo... A redatora supostamente entrevistou algumas leitoras sobre as fotos, e as opiniões variavam.
"Ela frequenta lugares que tem muito sol, impossível não usar roupas curtas!", dizia uma leitora, "É claro que ela está usando maiô, está na praia!", exclamou outra. "Se eu tivesse o corpo dela, teria vergonha de me exibir assim, nem de longe ela é magra! Mas os homens parecem gostar. Pra mim ela é uma despudorada, pra não dizer sem vergonha!", disse uma mulher de 40 e poucos anos, enquanto sua amiga, um pouco mais jovens, discordou: "Imagina, ela é linda! Se eu tivesse esse corpão cheio de curvas eu iria mostrar mesmo!". E por fim, deu seu depoimento uma jovem senhora de 23 anos, casada: "Ela está velha demais pra não ter casado ainda, mas não é de se espantar, com esse comportamento! Além do mais, está gorda, não sei como os homens gostam de mulheres com tantas carnes, elas acham que são bonitas, mas só são vulgares, mulher tem que ser magra, discreta e delicada!".
Snape não lera quase nada, as fotos que seguiam a matéria chamavam muito mais sua atenção. Em uma delas, Maria estava com um vestido preto cheio de cerejas vermelhas, sentada na varanda da fazenda onde morava, em uma outra, ela usava apenas uma calça e um top vermelho, estava descalça e com os longos cabelos soltos, a legenda dizia que a foto fora tirada na Colômbia, durante um festival em Barranquilla.
Mais abaixo, algo chamou muito a atenção de Snape, duas fotos mostravam a ruiva na praia, uma de corpo inteiro, e a outra, do peito pra cima, onde aparecia uma corrente com uma medalhinha de prata em seu pescoço.
Do lado, uma legenda em negrito:
"Apesar de Maria ser muito criticada por sua postura excêntrica e comumente chamada de vulgar, ela diz ser espiritualizada. Em uma entrevista que deu ao Semanário das Bruxas o ano passado, a ruiva disse que cresceu em uma família espiritualista, e contou que carregava sempre consigo uma medalha com uma oração, um presente de seu pai e a única lembrança mais significativa que sua mãe deixara. E por falar nisso, várias leitoras comentam achar que a bruxa é tão perdida na vida por ter sido abandonada pela mãe com menos de um ano de idade."
Snape mal teve tempo observar as fotos. Ao ler a matéria sensacionalista e machista, imaginou que ela ficaria furiosa e triste se visse aquilo... Ou não, talvez já estivesse acostumada. Mas... Aquela medalha... Ele a conhecia de algum lugar! Ou já vira alguma muito parecida. Mas não era um objeto comum... Então onde a vira? Teria sido com ela? Mas não se lembrava de tê-la visto no pescoço da ruiva...
Forçou sua memória até se lembrar.
É claro! A moça que passou a noite em sua casa, há anos atrás! Ela disse que era prima de Maria... mas ele não se lembrava muito bem do rosto dela.
Então, teve uma idéia, foi até o escritório de Dumbledore e pediu para usar a penseira. Retirou a memória de sua mente para analisá-la.
Tal foi sua surpresa e espanto ao reviver a cena. Aquela mulher, apesar de estar com o cabelo e os olhos de outra cor, com toda certeza do mundo, era Maria! Não só pela aparência, mas pelo jeito de falar, de andar, de mexer no cabelo, de sorrir... Não era prima distante coisa nenhuma! Até a tatuagem no braço era a mesma!
Mas como? Como poderia ser ela? Isso tinha sido há anos! Ele até poderia concluir que ela não envelhecera por algum motivo, mas ele sabia que isso era impossível pois a conheceu mais jovem, e a viu quando ainda era apenas um bebê nos braços de seus pais.
Só tinha uma resposta: ela viajou no tempo! Ele iria confrontá-la, é claro. Mas precisava de provas. Se lembrou que guardou a correntinha pro caso da mulher voltar algum dia para buscá-la, mas estava em sua casa, na Rua da Fiação, então teve que esperar até o final de semana para ir pegá-la.

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