🎼Nós perdemos a direção
Nenhuma pedra desvirada
Nenhuma lágrima pra te amaldiçoar
Quando o ciúmes queima
Coração gelado
Por sua causa
Sacrifice - Elton John
Os alunos voltaram às suas rotinas e gradualmente se acalmavam.
Dumbledore pediu que os professores pegassem um pouco mais leve pois os dias haviam sido muito difíceis.
Snape começou a desconfiar de Maria.
Ele não queria pensar assim, mas era muito estranho... Como o olhar do basilisco não teve nenhum efeito nela?
_Ainda bem, não concorda? Senão eu poderia estar morta! - disse ela.
_É claro que foi ótimo não ter acontecido nada com você... Mas é estranho. Se você viu a cor dos olhos é porque olhou pra ele.
_Eu já disse, foi de relance.
_Não sei não... Essa história está mal contada, Skywalker.
Só tinha um jeito de fazer ele desistir de bancar o Sherlock Holmes... Tocar no assunto do beijo.
_Acho que tem algo mais importante a ser falando do que isso... Quando é que vou ganhar outro beijo?
Ele empalideceu imediatamente, depois corou violentamente, enquanto tentava recuar.
_Eu já disse a você que aquilo foi um erro... Não acontecerá novamente, e não mude de assunto!
_Snape... Eu não sei o que houve... Queria saber, mas não sei... Quer me culpar por isso? A verdade é que não se vê um basilisco em qualquer esquina, não é? Estudar um então... é bem difícil... Então acredito que muitas informações sejam apenas teoria...
Admitir que ela tinha razão era mil vezes mais fácil e mais conveniente do que falar sobre beijos.
_Você pode ter razão... Boa tarde.A partir daquele dia, Snape começou a fugir de Maria igual o diabo foge da cruz. Ele sabia muito bem que estava entrando em um jogo perigoso. Ela mexia com ele de uma forma diferente, não era como Morgan, que ele transava uma noite e depois tirava dos pensamentos completamente até que houvesse outro encontro... Na verdade ele não queria admitir, mas andara pensando muito em Maria. Talvez fosse carência, já tinha muito tempo que ele não tinha nenhum contato sexual com ninguém, nem com Morgan... depois que ela fora passar uma temporada em outro país resolvendo um assunto diplomático do Ministro, ele nunca mais a vira. Ela mandava cartas pontualmente de mês em mês, contando como estava, falando coisas aleatórias e querendo saber notícias dele... E sempre dizia no final que estava com saudade. Snape respondia por educação, mas de forma fria e desinteressada.
Para Maria, os dias eram totalmente entediantes, e nem sinal da Jóia da Alma. Um dia, enquanto estava na Torre de Astronomia curtindo a brisa do entardecer, ela ouve um barulho, e ao conferir o que era, viu um homem saindo de um portal dourado faiscante usando vestes demasiado exageradas.
Deu um salto pra trás com a mão no coração.
_Puta merda!
_Olá... - disse o homem.
Ele era muito bonito, alto, e falava muito bem.
_Stephen?
_Como vai, Maria?
_Não pode ser você... O que... O que está acontecendo?
_Agora sou um mago.
_Você o que? Não se vira um mago... Do nada...?
_Não foi do nada...
_Eu te conheci há três anos e você era apenas uma pessoa normal... Normal até demais. Como agora você aparece vestido com essa roupa... estranha, e surgindo desse portal? Como você conseguiu entrar aqui? O castelo é protegido!
_Não para esse tipo de magia. Posso entrar em qualquer lugar que eu quiser.
_Mas o que diabos está acontecendo? Será que você pode me explicar?
_Levaria tempo, e agora estou com um pouco de pressa... Resumindo, depois que sofri aquele acidente... encontrei meu caminho. Mas estou aqui pra conversar com você sobre a Jóia da Alma. Quero te ajudar a achá-la.
_Quem te falou sobre a Jóia da Alma?
_Algust Picquery me contou sobre a situação. Eu não consegui acessar a tal Sala Precisa... então vim falar com você.
_Ué, mas você não poderia entrar em qualquer lugar do mundo? - debochou.
_Aparentemente não nesta sala... Por isso quero que me leve até lá, para que eu possa tentar encontrá-la.
_Você quer? - debochou novamente. - E o que mais você quer, meu amo e senhor?
_Não é hora para sarcasmo...
_Ah, não é hora? Você acha que pode simplesmente invadir meu espaço e me mandar fazer coisas? Não me interessa quem você é ou quem acha que é! Você não tem conta nenhuma com a Jóia da Alma!
_Claro que tenho. Desejo encontrá-la para colocar em um local seguro.
_Coincidência... Acontece que só eu posso achá-la, ela está em um invólucro enfeitiçado.
_Talvez eu possa burlar isso.
_Impressionante doutor Strange, nem depois de quase morrer e virar um mago literalmente, você deixa de ser arrogante e egocêntrico. Eu vou falar só uma vez: fica fora disso!
_Esse lugar não é seguro para ela.
_Eu sou responsável pela Jóia da Alma e você não tem conta nenhuma com isso! Eu não sei o que deu na cabeça do August pra te mandar aqui...
_Ele não me mandou aqui, só disse que você estava aqui e que poderíamos conversar quando você fosse a Nova York, mas não pude esperar.
_Ah, você nunca pode...
_Por que você não deixa seu sarcasmo de lado e me escuta?
_Por que você não deixa sua arrogância e prepotência de lado e pára de se meter onde não é chamado?
_Isso é um assunto de nível universal...
_Não era pra ser, sabia? Era pra ser sigiloso! Como essa informação chegou até você?
_Uma mulher chamada Calyssa me procurou, disse que se tratava da Jóia da Alma e que eu deveria procurar August Picquery.
_Por que?
_Eu não sei.
_Mais alguém sabe disso?
_Por enquanto, não...
_Eu acho bom que continue assim!
_Está realmente me ameaçando? Acha que é páreo para mim?
_Abre aí um dos seus portais e nos leve pra outro lugar e eu te mostro! Tá achando que só porque pode fazer uns truques agora é o bonzão? Você sempre se superestimou tanto...
_Olha, não vim aqui pra brigar com você. Quero ajudá-la.
_E quem disse que preciso de ajuda?
O mago se aproximou, segurou-a gentilmente pelos braços e disse, com um olhar penetrante:
_Ouça... Isso é muito importante! Deixe-me ajudá-la... Juntos conseguiremos um resultado melhor.
Snape chegou bem no momento em que eles estavam bem próximos. Fechou a cara imediatamente e disse:
_Atrapalho?
_Sim, o senhor pode nos dar licença? - disse o mago.
Snape fez uma cara indescritível, mas apenas se direcionou a Maria:
_Quem é esse idiota?
_Meu nome é Stephen Strange, e não sou idiota!
_E o que esse idiota está fazendo aqui? - disse Snape a Maria, o ignorando completamente.
_Ele veio falar comigo, Snape.
_E Dumbledore permitiu?
_Claro que sim... - mentiu ela.
_Precisamos conversar! -disse o mago.
_Não precisamos, saia. -prevendo que ele abriria um portal na frente de Snape, e que seria coisa demais pra explicar, ela ressaltou: Saia pela porta, entendeu?
_Não terminamos, nos veremos em breve.
E saiu... Pela porta.
Snape se aproximou e perguntou:
_Não vai me dizer quem é seu amigo?
_Eu já disse... E não somos amigos.
_Disse apenas o nome, o que significa muito pouco. De onde ele veio? De algum circo?
_Isso é ciúme? - perguntou ela, rindo.
_É óbvio que não, Skywalker! Eu só estou pensando na segurança do castelo. Um estranho aqui sem mais nem menos. Seria mais prudente encontrar seus amiguinhos fora da escola.
_Quanta hostilidade, professor, está tudo bem? Realmente isso me parece ciúme.
_Não diga besteiras. Como disse, só estou preocupado com o bem estar dos alunos.
_Aham... Bom, e o que queria comigo?
Ele ia lhe dizer que poderiam começar com os treinos de oclumência quando ela quisesse, mas resolveu mentir:
_Não vim te procurar, estava procurando Minerva, me disseram que ela estava aqui.
_Bom, não está...
_Já vi. Boa tarde.
_Espera...
Ele se virou.
_Olha, ham... Stephen é só um conhecido. Veio aqui tratar de um assunto profissional. Ele é... músico. E queria me convidar pra participar de um novo projeto.
_Não precisa me dar satisfações.
_Quem te entende? - riu - Não era você que estava há minutos me pedindo satisfações?
_Eu não estou nem aí pro que esse palhaço é. Já disse que estou...
_Preocupado com o bem estar dos alunos, é... - completou ela. - Só queria que soubesse...
Ele fez menção de sair, mas a ruiva continuou.
_Espera... Vamos conversar... Aceita um chá?
_Não, obrigado. Eu tenho coisas a fazer...
_Mas é que eu sim preciso falar com você...
_Pois fale.
_Podemos tomar um chá...
_Seus chás são meio perigosos.
_Tá com medo de mim, professor?
_Conversamos em outro momento. Estou... ocupado agora.
_Hoje a noite?
_Amanhã, no café da manhã.
_Você sabe que não tomo café da manhã.
_Se é importante, por que não fala de uma vez?
_Porque poderíamos falar com calma...
_Acho melhor adiantar o assunto.
_Bom, você não disse que iria me ajudar com a legilimência?
_Eu acho que não sou a pessoa mais indicada para isso. Peça a Dumbledore, ele é tão qualificado quanto eu.
_Sendo assim, estão está bem.
Ele virou as costas com o coração palpitando. Não era isso que queria dizer a ela. Mas foi melhor assim.
Maria se sentiu rejeitada, talvez ele não tivesse mesmo gostado do beijo... Achou que fosse melhor se distanciar também.Logo o ano letivo acabou e ela pôde voltar para casa... Sem a Jóia da Alma, mas com um sentimento novo que jamais imaginou nutrir por alguém como Snape, um misto de angústia e euforia. Era como se tivesse borboletas no estômago... Borboletas mordentes e sanguinárias!
Não quis se despedir dele, além do mais o bruxo pareceu se esquivar cada vez mais, evitando até mesmo encará-la durante o almoço ou jantar...Assim que voltou para casa, foi até a Macusa conversar com August sobre Strange.
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Um amor de outro mundo
Fanfiction1- Essa fanfic já foi várias vezes reescrita, portanto qualquer semelhança com alguma outra que você tenha lido, não é coincidência. 2- Apesar de haver menções sobre as jóias do infinito e Thanos, ou outros assuntos relacionados aos Vingadores, essa...