Capítulo 22: Caminho para Ixtal parte 1.

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Nami, cujo nome completo é Nami Marai, é uma vastaya de ascendência pisciana, oriunda da tribo dos Marai. Ela é conhecida como uma das líderes mais jovens e ousadas de sua tribo.

Nami havia ficado mais do que feliz em contar sobre sua tribo. Os Marai são uma tribo vastaya aquática que vive nas profundezas do oceano. Eles possuem uma conexão espiritual profunda com as águas e com a magia antiga.

— Nossa tribo depende de um ritual sagrado para proteger nosso lar das ameaças do mar — explicou Nami, mexendo sua cauda na água. — Esse ritual envolve a troca de uma pedra sagrada, a "Lua de Água", com os Aspectos de Targon, uma vez a cada século.

Escuto com atenção, mesmo já sabendo sobre boa parte da história dela, mas ainda curioso sobre tudo.

Um olhar cabisbaixo surge nela. — Quando a centena de anos se completou, o ritual estava prestes a ocorrer, mas o representante de Targon não apareceu. Sem a proteção da pedra sagrada, a tribo dos Marai ficaria vulnerável a terríveis perigos do fundo do mar — disse Nami. — Então me voluntariei para sair em busca da pedra sagrada e restaurar a segurança de minha tribo, tornando-me a primeira de minha gente a fazer tal jornada sozinha.

— Gosto do seu senso de exploração, — afirmei com um pequeno sorriso.

Nami exala coragem e devoção ao seu povo. Sua jornada é uma mistura de aventura, sacrifício e busca pelo bem maior. Sua história também explora o tema da conexão entre diferentes culturas e seres, exemplificada pelo encontro entre os Marai e os Aspectos de Targon.

— Então encontrou o Aspecto da Lua na sua busca? — perguntei.

Ela encolheu a cauda e abraçou os braços, soltando um suspiro. — Ainda estou indo para o Monte Targon, mas não pensei que seria tão difícil assim, — respondeu, me olhando. — Se não fosse por você, eu teria morrido… Acho que fui ingênua em pensar que ia ser uma aventura cheia de diversão.

— Uhm… — tento pensar a respeito sobre o as informações que tenho sobre a Nami.

Nos mares eles ficam ao oeste do Monte Targon, onde vive uma tribo de vastayas os Marai. Há muito tempo, essas criaturas sirênicas encontraram uma fenda nas profundezas. Provavelmente e são fendas abertas pelo Vazio nos oceanos de Runeterra.

A fenda abrigava uma terrível e assustadora escuridão que ameaçava exterminar todas as formas de vida.

No centro de seu vilarejo, os Marai colocavam uma pedra brilhante conhecida como a pedra da lua, que eles dizem ser imbuída de uma magia celestial. Sua luz penetrante e impalpável protege os Marai das criaturas que conseguem rastejar para fora do abismo.

A cada cem anos mais ou menos, a luz da pedra da lua começa a enfraquecer. Nesse momento, a tribo escolhe seu melhor guerreiro e lhe concede o título de Conjurador das Marés.

O Conjurador das Marés deve entrar na escuridão fria da fenda, sobreviver aos horrores das profundezas e recuperar uma pérola abissal. Caso tenha sucesso, o Conjurador das Marés sobe à superfície, onde um andarilho luminoso do pico do Targon o aguarda com uma pedra da lua que deve ser trocada pela pérola.

É um ritual árduo que carrega o destino de muitos em suas mãos ilusórias, mas é uma permuta que tem mantido as criaturas da escuridão sob controle. No passado, os Marai enviavam tropas de seus melhores guerreiros para pegar a pérola, mas eles perceberam que, quanto mais forças mandavam para a fenda, mais fortes os monstros ficavam, como se eles se alimentassem da energia das tropas.

Enquanto um exército seria facilmente eliminado pelas abominações do abismo, um único explorador armado com um cajado Marai lendário e capaz de controlar as marés, seria capaz de evitar os perigos das profundezas por tempo suficiente para conseguir escapar com a pérola.

Nami sempre quis ser a Conjuradora das Marés, mas ela era jovem e impulsiva. Lutadora feroz, ela era conhecida entre os Marai por sua obstinada determinação, o que geralmente a metia em problemas.

Quando Nami era adolescente, a pedra da lua voltou a enfraquecer pela primeira vez em um século. Nami tentou ser escolhida como a Conjuradora das Marés. Porém, devido à sua impulsividade, os anciões escolheram Rasho, um guerreiro mais prudente e conhecido por manter a cabeça fria em combate.

Rasho mergulhou nas profundezas do abismo. Uma semana se passou, e depois outra. Os Marai esperaram um mês inteiro pelo retorno do seu Conjurador das Marés, mas nem sinal de Rasho. Nenhum Conjurador da Maré deixou de voltar.

Os anciões aguardavam e discutiam, enquanto a pedra da lua ficava cada vez mais fraca, mas Nami sabia que alguém teria que assumir o manto de Conjurador das Marés logo, senão tudo estaria perdido.

Nami pegou a batisfera de sua mãe e mergulhou no abismo. Depois de vários dias, ela voltou com a pérola, o cajado do Conjurador desaparecido e um horror silencioso no olhar. Apesar de furiosos com sua impertinência, os anciões da aldeia ficaram admirados com a coragem de Nami e a nomearam a nova Conjuradora das Marés. Nami subiu à superfície e seguiu a maré até a margem para encontrar o andarilho.

Porém, não havia nem sinal do protetor da pedra. Em vez dele, uma senhora idosa aguardava na praia.

A mulher, cujos avós haviam presenciado a última permuta com o Conjurador das Marés, explicou que não existia nenhuma pedra da lua. O Aspecto da Lua era a única criatura que podia conjurar uma pedra da lua, mas ela partiu de Targon.

Nami não estava disposta a aceitar aquilo. Ela jurou encontrar o Aspecto e recuperar a pedra da lua. As vidas de seu povo dependiam disso.

Será que a Diana, o Aspecto da Lua, não tem ciência dessa função como protetora das Marés? Bem, pelo que me lembro da história do Aspecto da Lua, ela deve ter sido bem mal falada por causa dos solares.

— Posso ver essa Pérola da Lua? — perguntei, curioso.

— Uh? Bem, acho que não tem problema… — comentou Nami, retirando uma pérola esférica branca, do tamanho da palma de uma mão.

Um brilho sereno, embora enfraquecido, emanava de dentro dela. Segurei a pérola com delicadeza. Eu também possuo energia divina da lua, mesmo que não seja a mesma do Aspecto da Lua. Ainda assim, é divindade.

“Não custa nada tentar”, pensei, fazendo uma aura azul emergir do meu corpo, que logo foi drenada para dentro da pérola. Um grande brilho ofuscante fez com que Nami cobrisse os olhos.

Quando a luz se dissipou, a esfera da lua começou a emanar um brilho azul sereno e intenso. Nami observou a pérola com fascínio.

Com a boca aberta, ela não conseguiu esconder a surpresa. — Oh! Ela está mais forte do que antes, o que você fez? — indagou, segurando a pérola da lua com os olhos brilhando de emoção.

Dando de ombros, respondi. — Bem, você disse que precisava de energia divina para manter seu povo seguro, então forneci o poder necessário para que eles possam viver em paz novamente. — respondi com um sorriso. — Só não pergunte como fiz isso.

Apenas vendo o olhar admirado dela, para a pérola da lua com seu poder restaurado a deixou chocada.

— Isso é incrível! — afirmou ela, me abraçando fortemente, a pele úmida dela na minha roupa era estranhamente agradável.

Decido dar uns tapinhas nas costas dela, retribuindo o gesto.

Nami se afasta sorrindo. — Eu não tenho palavras para dizer o quanto eu estou feliz por isso — respondeu ela sorridente.

— Agora você não precisa mais ir ao Monte Targon, minha energia deve ser suficiente para manter os monstros do abismos longe por um longo.

Eu garanti que meu poder não descarrega-se tão rapidamente, então vai ser o suficiente por um ou dois séculos.

Depois de algum tempo conversando com Nami, notei que o som já estava surgindo, Nami havia dito que retornaria para sua tribo, com sucesso em sua missão.

— Espero revê-lo novamente, Renier — afirmou ela, apenas a parte do peito para cima visível na água do lago.

— Tenho certeza que em algum momento vamos nos cruzar, — aceno com a mão para ela, enquanto a vejo mergulhar até ficar sozinho em meio a floresta. Quem diria que sair em uma caminhada noturna, não faz a gente encontrar cada figura divertida?

Continua…

Acordei Como Meu Protagonista no Universo de Runeterra!?Onde histórias criam vida. Descubra agora