Seeds of our love

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- Hmmm, realmente. - Giovanni diz mordendo mais uma vez seu lanche. - Esse hambúrguer de quinoa é mesmo uma delícia.

- Eu tô te falando. - Dou risada e me inclino para limpar o canto de sua boca com o guardanapo. - Tava sujo de ketchup. - Explico. - Comida vegana é muito boa, você sempre ama.

- É verdade. - Ele diz comendo uma batata frita. - Mas tem uma coisa vegana que eu experimentei e que eu amo mais ainda.

- O quê? - Pergunto também mordendo meu lanche.

- Você. - Ele sorri safado e pisca pra mim.

- Giovanni! - Chamo sua atenção e olho ao redor. - Sorte a sua que aquele cardápio não tá mais aqui. - Ele ri e revira os olhos, voltando a prestar atenção na sua comida. - Mas vem cá. - Volto ao assunto que ainda não consegui engolir. - Por que do nada sua amiguinha disse isso sobre nosso namoro?

- Baby, você não vai esquecer?

- Não. - Digo. - Essas coisas me deixam encafifada. Do nada ela e o Tony querem ser voluntários no abrigo. O Tony até que ok, né?  Mas a Crist...

- O Tony até que ok? - Giovanni me interrompe.

- É, playboy. - Confirmo. - Eu consigo facilmente enxergar o Tony como uma pessoa que se voluntariaria para ajudar por lá. Já a Cris tem mais cara de que nunca nem entraria lá.

- Não, não acho não. - Ele discorda.

- Ah não? Sério, Giovanni? - Pergunto e ele afirma com a cabeça. - Você vê a Cristiane lá dentro lavando e escovando os animais que a gente resgata? - Ele abre a boca para responder, mas não consegue pensar em nada. - Tá vendo? Você sabe que eu tô certa. Então voltando, primeiro os dois se voluntariam para trabalhar lá, eu confronto ele perguntando qual é a deles com a gente e depois a Cris vem com esse papinho de que não vai atrapalhar nosso namoro?

- Eu também confrontei ela, baby. - Ele explica. - Depois que ela comentou de você e do Tony no dia que eu tive a crise. Falei que eram estranhas as insinuações dela sobre vocês dois.

- E ela? - Pergunto.

- Ela chorou. - Reviro os olhos sem nem precisar ouvir o resto para saber que as lágrimas não eram de verdade. - Não, é sério, amor. Ela disse que se sente insegura porque eu troquei ela por você e ela tem medo que o Tony a troque também.

- Ai que dózinha. - Dou um gole em minha bebida.

- Ísis, pega leve. - Ele diz. - Ela tá tentando, né? - Balanço a cabeça, pensando que Giovanni é uma pessoa tão boa, que vê tanto o bem nos outros, que é facilmente manipulável por isso. - Por isso ela disse que ia se afastar, que não quer atrapalhar a gente.

- E você acreditou? - Pergunto e ele ri inconformado.

- Vamos dar um crédito, vai? Que que custa? - Ele me pede fazendo cara de pidão.

- Tá bom. - Digo, cedendo, enquanto Giovanni sinaliza o garçom e pede nossa conta. - Vamos ver no que vai dar. Não podemos mesmo nos dar ao luxo de negar voluntários.

- As vezes você vai se surpreender. - Ele sorri pra mim e eu cerro os olhos para ele.

- Espero que não negativamente. - Sussurro. - Mas tá bom. Sabe quem eu vi hoje? A Yêda. - Respondo minha própria pergunta.

- É mesmo? - Ele pergunta enquanto checa a conta e entrega o cartão para pagá-la.

- Sim, ela me chamou no escritório. - Digo animada, me levantando e agradecendo o garçom pelo atendimento enquanto Giovanni faz o mesmo. Ele pega minha mão e, já fora do restaurante, solicita o carro para o valet. - Me falou que tudo indica que o processo do Instituto vai ser finalizado à nosso favor, que eu e tia Marlene não vamos ter problemas. Nossa, tô aliviada!

All The Missing PiecesOnde histórias criam vida. Descubra agora