Can't we see the signs?

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- Já sei!! - Ísis grita de repente, me assustando e me tirando de um quase cochilo.

- Que susto, baby! - Digo e me viro para ela, linda como sempre, vestindo somente minha blusa branca de frio. Atrás dela, no criado-mudo, a garrafa de champagne que tomamos antes de nos perdemos um no outro.

- Desculpa, amor. - Ela pede, mas pela sua cara vejo que não há arrependimento. - Eu tive uma ideia muito boa. - Ela me beija e se senta, tentando me puxar, mas me recuso a levantar.

- Que ideia? - Tento puxá-la para deitar comigo novamente, mas ela nega com a cabeça, colocando um dedo na minha cara.

- O natal tá chegando, certo? - Concordo com a cabeça, sem entender porque ela está falando disso agora, mas ela continua. - É o nosso primeiro natal juntos. O que vamos fazer? - Enfio a cara no travesseiro, não querendo pensar nisso agora. Não depois de uma garrafa de champagne.

- Não é como se pudessemos juntar nossas famílias. - Digo ainda com a cara escondida e então olho para ela. - Mas eu quero passar com você.

- Eu também quero passar com você, playboy. - Ela se inclina para me dar um beijo. - Mas realmente, sem chances de juntar nossas famílias. Imagina ter que olhar pra meg... sua mãe no dia de Natal, credo. - Ela simula um arrepio e eu reviro os olhos, rindo.

- Então o que a gente pode fazer é: eu janto aqui com meu avô e minha mãe, porque eles não ceiam, jantam no horário de todos os dias mesmo. E depois vou pra sua casa e fico com vocês e meu pai. E depois durmo contigo. - Dou um sorriso malicioso e ela me mostra a língua.

- Era isso que eu estava pensando. - Ela sorri. - Mas isso na véspera. E no dia? - Antes que eu possa responder, ela segue falando. - Foi essa minha ideia. Não tô te sentindo seguro com nossa viagem. - Ela faz um bico. - A gente precisa te treinar antes, vamos fazer uma trilha e acampar.

- No dia de Natal? - Minha voz sai como um ganido. - Baby, não né.

- Por que não? É melhor, a trilha vai estar vazia provavelmente. - Ela passeia com os dedos pelo meu peito nu e morde os lábios. - A gente vai ter a natureza só pra gente..

- Eu posso alugar um quarto de hotel e nós teremos ele só pra gente também. - Digo e agora é ela quem revira os olhos. - E o melhor: com serviço de quarto incluso. Um almocinho de Natal. - Me sento e beijo seu pescoço. - Uma banheirinha. - Beijo seu pescoço. - Uma cama com lençóis macios e quentinhos. - Beijo sua boca.

- Para, Giovanni. - Ela fala manhosa. - O que você tem contra acampamentos?

- Ah, baby, não é meu tipo de viagem. - Explico e ela coça os olhos, inquieta. - A gente pode fazer o mochilão, mas ficar em um hotelzinho? - Ela faz que não com a cabeça. - Hostel? - Fecho um dos olhos e tento mais essa opção, que ela continua negando.

- O que aconteceu com o "eu topo tudo pra ficar com você"? - Ela pergunta e eu cerro os olhos para ela.

- Eu topo mesmo. - Digo, a puxando para mim e nos deitando na cama de novo. Ela abraça meu pescoço, nossos rostos bem próximos. - Mas você não pode ceder um pouco também?

- Nisso não. - Ela me dá um selinho rápido. - Porque eu sei que você vai aproveitar, vai ser muito legal. E é por isso que nós vamos acampar no dia de Natal. - A animação dela tal qual uma criança que ganhou doce me faz concordar. Eu concordaria com o que ela quisesse.

- Tá bom, tá bom. Acampar no natal, check. - Digo e ela me dá outro beijo. - E no Ano Novo? Praia né? Só nós dois.

- Hmmmmmmmmmmmmm. - Ela apoia o corpo no cotovelo e roça o nariz por todo meu rosto. - Eu amo essa ideia de só nós dois. Na praia. - Ela morde o lóbulo da minha orelha. - E aí já vai estar bem perto da nossa viagem.

All The Missing PiecesOnde histórias criam vida. Descubra agora