22.Fentanil

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Não era uma droga qualquer era Fentanil. Uma das mais potentes.

Agora tenho algo na boca que me impede de falar, estou presa algo, não consigo mecher as pernas.

O tal "eles" ligaram a luz. Estavamos numa sala completamente diferente.

Eu mal podia acreditar quem eram o eles.

Haakon e Emma. Teriam sido eles o assassino de Mary.

Ela, estava ao meu lado, pálida e tão bela como sempre. Os seus lábios cor de rosa sobressaltavam. Ela estava morta e eu seria a próxima.

A Emma tira o pedaço de pano da minha boca:

-Porquê você? Porquê? Porque é que tu, Emma, mataste a Mary? E Haakon? Como?

-Eu explico-te, meu segredinho.- o Haakon começa a falar.- Tudo começou quando o Soren apresentou-me a Mary. Apaixonei-me por ela. Ela... Matei por ela. Matei ELA. Óbvio que ela vai-se apaixonar por ele. Elas apaixonam-se sempre por outro. Sempre. É sempre o meu irmão com o protagonista. Olha para ti- Aponta para mim- Tu apaixonaste por ele, tal como todas as outras.- ele faz uma pausa.- omo? Perguntas tu, certo? Falei com a Emma.- A Emma olha para ele de forma estranha.- Ela é tão manipulável. Só fingir que estava apaixonado por ela que ela vez tudo o que eu tinha no plano.

A Emma fica surpreendida.

-Como assim? Haakon? Tu não me amas?

-Óbvio que não.- Responde.- Tu acreditas mesmo em tudo.

-Tu estás a gozar comigo, só pode. Haakon eu matei por ti. Eu ajudei-te a matá-la.- A Emma começa a dizer.

-E tu serás a próxima morta- Responde secamente. Ela começa a sentir-se tonta.

-O que é que tu me fizeste?- Ela pergunta.- Estás a ver o resto do Fentanil? Usei-o todo na tua bebida de à pouco.

-Como foste capaz? - Ela sente-se incapaz. Inútil. Sou capaz de ler isso na sua face - Aquilo era mais de metade da que compramos. Aquilo vai matar-me.

-Era esse o objetivo, querida Emma.-Ela cai no chão.

-Podes continuar a tua história Haakon?- Pergunto.

-Ah, sim, claro.- Ele responde. Enquanto eu tentava soltar as minhas mão sem que ele reparasse- Bem, eu falei com a Emma e ela aceitou. Usei o telemóvel do Soren para mandar mensagem à Mary. A Emma com os seus contactos comprou heroína e drogamo-la. Matamos a Mary e guardei-a no porão.

-Em que momento o Finn também foi sequestrado?- Pergunto.

-Quando ele foi muito curioso. Pelos vistos, sentiu o cheiro estranho e encontrou Mary. Não fui muito cruel para ele. Simplesmente ele agora está lá até morrer à fome.

-E quem me fez as ameaças?

-Fui eu. Comprei um telemóvel pré-pago quando descubri pela Emma que andavas à procura da Mary. Mandei-te as ameaças.

-E o dia da casa dos ensaios?

-Também fui eu.- Ele responde.- Tenho a dizer que fizeste uma grande pesquisa para o caso. Mas estavas totalmente errada.

-Isso percebi.- Estava quase solta, mais um pouco e conseguia fugir, só tinha de continuar a conversa. Ainda bem que ele é egocêntrico. Assim vou ter tempo.- E o que me vais fazer?

-Bem, estás no sotão numa casa das tocas de Bergen. Vais ser levada num navio cargueiro como se fosses uma encomenda. E nunca ninguém vai saber. Vai ser o nosso segredinho.

Estava solta. Consegui. Começo a olhar à minha volta. Não tinha plano de fuga. Nada. A saida estava atrás dele. Só havia uma forma de fugir. Matando Haakon. Tinha um cano. Isto seria capaz de o deixar inconsciente.

-Ai não que não vai ser.- Rapidamente levanto-me e acerto-o na cabeça.

Eu tinha acabado de matar alguém.

Começo a correr desalmadamente pela casa até encontrar a saida.

O Haakon tinha o telemóvel pré-pago. Óbvio. Ia o usar para ligar a Hans.

Começo a digitar o numero constante a tremer.

-Hans preciso de ti. Não tragas nada. Só desinfectande. Não faças perguntas. Vem ter comigo ao cais. Estou na terceira casa vermelha a contar da ponta do cais para cá.  Não leves Gps. Nem telemóvel.

-O que se passa, estrelinha?- Ele pergunta assustado com razão de o estar.

-Só faz o que eu te disse.

-Eu faço o que tu mandas estrelinha.

Desligo o telemóvel e fico na entrada sentada à espera que ele venha.



Este nosso amorOnde histórias criam vida. Descubra agora