12. Saudades

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De novo a Bergen. As aulas iriam recomeçar e só voltaria a ver Hans daqui a um mês. Tão pouco tempo se passou mas cada batida do meu coração continua a fazer-me perceber que mais perro estou de voltar a vê-lo.

Estou em todas as notícias devido a termos assumido o namoro. Parece que vou ser conhecida para sempre com "Estrelinha". Não é que eu não goste. Quando esta palavra é pronuciada pela voz de Hans, eu era capaz de desmaiar.

Mas toda esta distância estava a sufucar-me. Parecia que estava a afugar-me num oceano.

Tinha trabalhos para entregar. Decidi pintar todos os sentimentos que sentia naquele momento.

Quando olho por mim são dez da noite e tenho uns 20 quadros espalhados pelo meu quarto até que a Emma chama-me.

-Jente kom snart, temos de ir jantar.

-Já vou- grito.

Visto algum agasalho e sento-me à mesa com elas.

-Ai, desculpem não ter vos ajudado a cozinhar hoje.- Sentia-me desiludida comigo. Tinha uma variadade de pratos à minha frente.

-Oh, tudo bem, tu estás mal por causa de Hans só estamos a mimar-te- a Joanne diz.

-Ai, vocês são as melhores colegas de quarto que eu poderia ter.- Eu digo e começo a sorrir.- Não têm noção de quanto vos amo.

- Só não amas mais do que o Hans- a Nora diz e começa-se a rir.

-Vocês sabem bem os vossos limites.

-Ai, ai Martina, não bates bem da cabeça- a Mary diz.

-Vocês também não- começo a rir-me e engasgo-me. Elas dão-me um copo de àgua para beber e quando volto a estar bem começo a rir-me denovo.

-Mesmo uma desastrada- a Emma diz.

-Vocês conhecem-me demasiado bem para o meu gosto- elas soltam umas risadinhas.

-O que é que estiveste a fazer o dia todo fechada naquele quarto?- a Joanne pergunta.

-A transferir todos os meus sentimentos para um tela. Já que acredito que a arte é a forma mais bela de demonstrar sofrimento.

-Devias ter ido para letras- a Nora diz- Tens jeito. Já estou a imaginar-te como escritora famosa.

-Só nos teus sonhos.- Digo.

-Pode ser que os meus sonhos se realizem.- a Nora diz.

-Terás de fazer muito para isso acontecer.

-Não digas isso, eu li as coisas que escreveste, são tão belas. Fizeram tantas vezes me chorar. Li as cartas que escreveste para os teus pais, as pequenas narrativas que deixas espalhadas pelo teu quarto, até os teus belos poemas. Deverias publicar.- A Joanne diz.

- Porque raio é que andaste a bisbilhotar as minhas coisas?- Pergunto.

-Tu deixas tudo espalhado. Queres o quê? Quando estive a limpar o teu quarto quando estavas fora eu li aquilo.- a Joanne explica.

- Hmm acho que faz sentido.



Este nosso amorOnde histórias criam vida. Descubra agora