Amor | Veigh

Capítulo 14

Ísis
🧸

Ele me olhou esperançoso e eu sentei ao seu lado, minhas mãos estavam trêmulas e suando.

Eu sempre me imaginei em uma possível conversa com ele, mas acho que agora está sendo mais inevitável as formas que eu imaginei.

—Eu terminei com a Vanessa antes de ir embora para Pernambuco. -ele diz- Depois daquela noite eu percebi que estava tudo tão errado e confuso, o Diogo tinha me chamado para conversar e os caraí.

Meu irmão tinha mudado em alguns aspectos, sua voz estava com um sotaque da Bahia com o de Pernambuco, ele tinha aparentemente amadurecido mais e modéstia parte, essa família só tem pessoa linda.

Ô  família da genética boa regada de dendê.

—A Vanessa me manipulou pra porra, ela dizia que você criava coisas, que fazia de tudo para acabar com nosso relacionamento e eu bobo acreditava. Na real, eu achava que o amor que eu sentia por ela era o suficiente para viver e que se lasque o resto.

—Poxa, você teve sei lá, seis anos para conversar comigo e tentar “resolver”, mas não, decidiu meter o louco e me fazer sentir como se um pedaço de mim, muito significativo por sinal, foi embora e me deixou boba e confusa? -ela tentou querer responder- Você pode ter inúmeras respostas, mas nenhuma vai fazer o que sentir passar. Cê foi cruel véi, cê foi terrível.

—E eu entendo, tá ligado? Mas porra... A real é que você tá certa, eu errei e assumo, eu tava fissurado por aquela maluca e não pensei nas consequências que me traria.

Ele virou um pouco de frente para mim e eu pude ver as lágrimas querendo escorrer pelo rosto dele.

—Eu tô aqui de coração limpo e arrependido de tudo querendo seu perdão, eu te amo muito, muito mesmo. -pegou na minha mão- Esses anos que eu passei sem você foi torturador e doloroso.

E nessa hora quem já estava chorando era eu.

—Eu te perdôo, de verdade. -funguei- Eu também assumo que também tenho umas parcelas de culpa.

Ele levantou e eu o abracei com força, e não tinha mudado nada, ele continuava o mesmo cara acolhedor e eu não consegui segurar o choro que segurei durante as semanas.

Quando eu cheguei em SP, o único abraço que me fez sentir dessa maneira foi o dele, o cara que eu tanto admirava e que eu queria criar um novo ciclo. E aconteceu a mesma coisa, eu chorei aos braços dele e recebi um alívio enorme no peito.

Acho que tirar ele da minha cabeça vai ser barril.

⏳

—Batekoo? -Maria anima-

—Gente, não dá! -digo negando-

—Qual é, logo você Laninha? -Luis questiona-

—Eu tô barreada mano, tô cansanda! -nego- e além do mais, tenho um barraco amanhã cedo para fazer no Ministério Público.

—Olha para não sair de lá presa. -brinca-

—Vocês são uma graça. -dou um risinho-