Capítulo 8

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Emilly

Virou uma rotina boa caminhar ao lado de Henri no jardim, mas estava apreensiva com tudo, com as semanas  se passando e eu aqui.

Henri —Emilly, por que está sempre tão preocupada?— Sua voz era suave, mas eu podia sentir a preocupação genuína.

—É difícil não me sentir assim. Perdi minhas asas, Henri. Sem elas, sinto como se tivesse perdido uma parte de mim mesma. Os outros anjos, arcanjos... todos vão me ver como uma fracassada. Alguém que não conseguiu se proteger.

Henri olhou para mim com seriedade, seus olhos refletindo uma força que eu desejava possuir.

Henri —Eu entendo o que você está dizendo. Mas, você não é menos por ter perdido suas asas. Sua força vem de dentro, não de algo externo. Se eles não conseguem ver isso, são eles que estão errados, não você.

Suas palavras tocaram algo profundo dentro de mim. Pela primeira vez em muito tempo, senti uma centelha de esperança.

—Obrigada, Henri. Suas palavras significam muito para mim.

Ele sorriu, aquele sorriso caloroso que sempre me fazia sentir melhor.

Henri —Sempre estarei aqui para você, Emilly. Não deixe que os outros determinem seu valor.

Antes que eu pudesse responder, uma voz familiar interrompeu.

—É realmente adorável ver vocês dois tão próximos. Quase me faz acreditar que o amor existe, mesmo no inferno— Belial estava encostado em uma árvore, observando-nos com aquele olhar sarcástico de sempre.

Meu corpo ficou tenso, mas Henri se levantou, mantendo a calma.

Henri —O que você quer, Belial?

Belial deu de ombros, um sorriso debochado nos lábios.

Belial —Nada de mais. Só queria ver a nova atração do castelo. O que ela tem que eu não tenho, irmão?— Ele se aproximou de mim, seus olhos escuros brilhando com uma curiosidade maliciosa.

Eu me senti desconfortável sob seu olhar, mas mantive a cabeça erguida.

Henri —Basta, Belial. Deixe Emilly em paz— Sua voz era baixa, mas carregada de autoridade.

Belial riu, levantando as mãos em um gesto de rendição.

Belial —Calma, irmão. Só estou brincando. Não precisa ficar tão sério— Ele olhou para mim novamente, seu sorriso se suavizando um pouco. —Nos vemos por aí, anjo.

Ele se afastou, deixando-nos em uma tensão palpável. Eu olhei para Henri, que parecia preocupado.

Henri —Desculpe por isso. Ele pode ser insuportável às vezes— disse ele.

—Está tudo bem. Eu... só espero que as coisas possam melhorar entre vocês— Olhei para o jardim, tentando afastar a sensação de inquietação.

Henri suspirou, sentando-se ao meu lado novamente.

—Eu sinto muito, Henri. Deve ser difícil viver assim

Henri —É. Mas não deixarei que isso nos destrua. Nem a mim, nem a você— Ele segurou minha mão, seu toque reconfortante.

Belial

A cena no jardim era quase patética. Henri, o salvador, sempre pronto para consolar e proteger. E Emilly, tão frágil e vulnerável. Eu observava de longe, minha mente cheia de pensamentos contraditórios.

Eles realmente acham que podem consertar tudo com palavras doces e promessas vazias.

Quando vi Henri segurar a mão dela, algo dentro de mim se contorceu. Não era só ciúmes. Era algo mais profundo, algo que eu não queria admitir. Decidi que era hora de me aproximar, mesmo que fosse apenas para provocar.

—É realmente adorável ver vocês dois tão próximos. Quase me faz acreditar que o amor existe, mesmo no inferno.

A reação deles foi previsível. Henri ficou defensivo, e Emilly, desconfortável. Perfeito.

Henri —O que você quer, Belial?

—Nada de mais. Só queria ver a nova atração do castelo. O que ela tem que eu não tenho, irmão?

Eu me aproximei dela, apreciando o desconforto em seus olhos dourados.

Ela tem algo. Algo que me intriga.

—Calma, irmão. Só estou brincando. Não precisa ficar tão sério— Olhei para Emilly novamente, suavizando meu sorriso. —Nos vemos por aí, anjo.

Enquanto me afastava, não pude deixar de pensar em como as coisas estavam ficando interessantes. Henri pode pensar que está no controle, mas ele não tem ideia do que está por vir.

O jogo apenas começou.

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