Capítulo 17

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**Emilly:**

Estabelecer-me na cabana abandonada não foi fácil. A solidão era quase palpável, mas eu estava determinada a encontrar um caminho. Passei os dias limpando, organizando e tentando tornar aquele lugar inóspito em algo que pudesse chamar de lar. As noites eram as mais difíceis, com a escuridão e o silêncio apenas destacando minha solidão.

O que mais me incomodava era a incerteza. Não sabia quanto tempo conseguiria viver assim, isolada de todos que conheci no inferno. Mas uma coisa era certa: precisava ser forte e independente. Era a única maneira de evitar causar mais problemas para Henri e sua família.

**Henri:**

Meu pai parecia mais preocupado comigo a cada dia que passava. Eu via isso em seus olhos, mas não me importava. Havia uma raiva silenciosa crescendo dentro de mim, e isso afetava tudo ao meu redor. Parei de ser aquele filho bonzinho e simpático, afastando-me de todos.

Decidi treinar com os Pilares do Inferno, os oito mais fortes, em vez de continuar com meu pai. Eu queria me tornar mais poderoso, para proteger aqueles que amo sem depender de ninguém. O treinamento era exaustivo, mas eu não me importava. Cada golpe, cada técnica aprendida, fazia parte do meu plano de me tornar imbatível.

**Belial:**

Observar Henri se afastando de nosso pai era, no mínimo, intrigante. Voltei a treinar com Dagon, algo que parei por um tempo. Ver Henri se afastar do centro de poder da família me dava uma sensação estranha de satisfação.

A cada dia, minha curiosidade sobre Emilly aumentava. Onde ela estava? Como estava vivendo? Essas perguntas me atormentavam, e eu sabia que Henri também a procurava. Era óbvio que ele estava fazendo isso em segredo, e eu estava determinado a descobrir mais.

**Dagon:**

Henri estava mudando, e eu via isso claramente. Ele se afastava de mim, cheio de raiva e ressentimento. Mia estava preocupada, e com razão.

Dagon —Ele precisa entender que o que fizemos foi para protegê-lo.

Mia —Proteger? Ou afastar? — retrucou ela, sua voz cheia de tristeza.

Eu sabia que Mia estava certa, mas não podia admitir que talvez tivesse cometido um erro. Ainda assim, eu observava tudo de longe, esperando que Henri encontrasse seu caminho sem se perder completamente.

**Scarlett:**

Eu estava preocupada com Henri. Entendia seu sofrimento mais do que qualquer um. Decidi apoiá-lo em segredo, ajudando-o a procurar Emilly sem que nosso pai soubesse. Sabia que Henri precisava de mim, e faria qualquer coisa para vê-lo feliz novamente.

**Emilly:**

Enquanto tentava me adaptar à minha nova vida na cabana, eu não conseguia deixar de pensar em Henri. Minha preocupação por ele era constante. Uma tarde, enquanto caminhava pelo bosque próximo, vi uma figura familiar à distância. Meu coração acelerou. Era Henri. Parei, observando-o de longe, sem saber como me aproximar.

Emilly —Henri... — murmurei para mim mesma, sentindo uma mistura de alívio e apreensão.

**Henri:**

Eu também a vi. Havia um brilho de surpresa em meus olhos, mas não me movi. Sabia que a presença dela significava problemas.

Henri —Emilly, o que está fazendo aqui?

Emilly —Tentando viver, Henri. Mas você não deveria estar aqui.

Henri —Eu... eu precisava te ver. Precisava saber se você estava bem.

Emilly —Estou bem, Henri. Mas isso só vai piorar as coisas.

Henri —Eu não me importo. Eu não posso simplesmente te deixar aqui.

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