Capítulo 16

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**Emilly:**

As palavras de Dagon ecoavam em minha mente enquanto eu caminhava em silêncio, escoltada por dois demônios leais a ele. O peso da tristeza e do desespero era quase insuportável. A noite estava escura e fria, e as sombras pareciam me envolver com uma hostilidade palpável.

Finalmente, chegamos a uma pequena casa isolada. Os demônios me deixaram na porta, entregando-me uma sacola com suprimentos básicos.

Demônio —Isso é tudo que você terá por agora. Não tente voltar ao castelo.

Eu assenti, aceitando a sacola e entrando na casa. Ela era simples, mas pelo menos tinha um teto sobre minha cabeça. Sentindo-me completamente sozinha, desabei em lágrimas, deixando que a dor da separação e da rejeição me consumisse por um tempo. Após um longo choro, decidi que precisava ser forte. Arrumei os suprimentos que tinha recebido e comecei a planejar como iria sobreviver ali.

**Henri:**

A raiva e a impotência me corroíam por dentro. Dagon havia me jogado contra a parede com tanta força que minhas costas ainda doíam. Mas a dor física era nada comparada à dor de perder Emilly. Eu não conseguia aceitar que ela tivesse que partir por causa da maldição que Belial e eu carregávamos.

Henri —Eu não vou desistir dela— murmurei para mim mesmo, determinado.

Eu sabia que desafiar meu pai poderia ter consequências terríveis, mas estava disposto a arriscar tudo por Emilly. Decidi que iria encontrá-la, onde quer que ela estivesse, e protegê-la a todo custo.

Enquanto eu me preparava para sair, Scarlett entrou no meu quarto, trazendo uma expressão de determinação.

Scarlett —Henri, você sabe que vai precisar de ajuda— disse, aproximando-se de mim.

Henri —Eu vou atrás dela, Scarlett. Não posso deixá-la sozinha.

Scarlett —E eu vou com você. Não podemos deixar que a maldição destrua tudo. Vamos encontrar uma maneira de superar isso juntos, você é meu irmão e eu só quero vê-lo feliz.

Scarlett sempre foi uma irmã forte e determinada. Sabia que com ela ao meu lado, nossas chances de encontrar Emilly seriam maiores.

**Belial:**

Enquanto Henri e Scarlett se preocupavam com Emilly, eu me retirava para meus aposentos, refletindo sobre a situação. Apesar de minha frustração com as ações de nosso pai, havia uma parte de mim que entendia sua decisão. Emilly era uma ameaça ao equilíbrio instável entre Henri e eu, claro que eles não iam arriscar que fôssemos brigar até a morte, sempre tentam impedir de todas as formas.

Belial —Maldição...— sussurrei, olhando para o espelho. A imagem refletida era de um demônio, mas os olhos mostravam a luta interna.

Eu sabia que, de alguma forma, precisava resolver a questão com Henri e Emilly. A maldição não podia ser ignorada, mas talvez houvesse outra maneira de lidar com ela.

Decidi procurar nos antigos tomos do castelo por alguma pista sobre a origem da maldição. Passei horas na biblioteca, folheando pergaminhos empoeirados e livros esquecidos. Finalmente, encontrei um texto dizendo que tem uma forma de quebrar essa maldição, só que as informações foram perdidas.

**Scarlett:**

Eu observava em silêncio enquanto Henri planejava encontrar Emilly. A preocupação por meu irmão e por Emilly me consumia. A situação era complicada, mas eu sabia que Henri não iria desistir tão facilmente.

Scarlett —Henri, temos que ser cuidadosos. Não podemos simplesmente sair correndo atrás dela sem um plano. Precisamos estar preparados para enfrentar qualquer coisa— falei, pois sabia que se papai descobrisse ele não mataria apenas Emilly, mas puniria Henri severamente por ir contra sua palavra.

Henri —Eu sei, Scarlett. Mas o que importa agora é encontrar Emilly. Não posso deixá-la sozinha nesse inferno.

Eu sabia que ele estava certo. Começamos a reunir suprimentos e planejar a rota que seguiríamos. Decidimos deixar o castelo à meia-noite, quando as patrulhas eram menos frequentes. Cada passo tinha que ser meticulosamente calculado.

**Mia:**

Enquanto isso, eu observava Dagon com uma mistura de frustração e tristeza. Eu entendia sua preocupação, mas não podia aceitar a dureza de suas ações.

Mia —Você está realmente certo de que essa é a melhor solução?— perguntei, minha voz carregada de emoção.

Dagon —É a única maneira de proteger nossos filhos— respondeu, sua expressão firme.

Mia —Eu só espero que não acabemos perdendo todos no processo— murmurei, preocupada com o futuro incerto.

Eu sabia que Henri e Scarlett planejavam algo. Como mãe, sentia a inquietação nos meus filhos. Decidi não interferir diretamente, mas estaria pronta para agir se as coisas saíssem do controle. Não podia permitir que a família se destruísse por causa de uma mulher.

**Dagon:**

Fiquei em pé no salão, minha mente fervilhando com as recentes decisões. A severidade da minha escolha pesava em minha consciência, mas eu sabia que era necessário. A presença de Emilly estava exacerbando as tensões entre meus filhos, e algo precisava ser feito.

Dagon —Eu fiz o que era preciso— murmurei para mim mesmo, tentando justificar minha decisão.

Mas mesmo enquanto falava, uma parte de mim se perguntava se não havia outra solução. Uma solução que não envolvesse banir alguém que claramente tinha se tornado importante para Henri e Belial. Eu precisava encontrar uma maneira de resolver isso sem destruir a vida dos meus filhos.

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