Capítulo 12

303 40 27
                                    

Henri

Acordei com uma batida suave na porta do meu quarto. Levantei-me, ainda meio sonolento, e fui atender. Do outro lado, Emilly estava com uma expressão de medo e ansiedade.

Emilly —Henri, posso entrar?— Sua voz tremia levemente.

—Claro, Emilly. O que aconteceu?

Emilly —Eu... eu sinto como se estivesse sendo observada o tempo todo. As sombras, os trovões, os rugidos dos monstros do lado de fora... não consigo dormir.

Abri espaço na cama e acenei para ela se deitar ao meu lado.

—Está tudo bem. Pode ficar aqui comigo.

Ela se deitou ao meu lado, ainda um pouco tensa. Eu podia sentir a preocupação em cada movimento seu. Tentei acalmá-la, mas sabia que as palavras certas seriam necessárias.

—O que você imaginava para seu futuro antes de tudo isso acontecer, Emilly?

Ela pensou por um momento, seus olhos dourados fixos no teto.

Emilly —Eu imaginava que continuaria minha missão como arcanjo, ajudando os outros, protegendo o céu. Mas agora... tudo parece tão incerto.

Suspirei, compartilhando seu sentimento de incerteza.

—Eu não penso muito no futuro, para ser honesto. Com a maldição entre mim e Belial, às vezes sinto que talvez não tenha um futuro, pelo menos não um longo.

Ela se virou para mim, os olhos brilhando com uma mistura de medo e determinação.

Emilly —Vocês não precisam lutar, Henri. Assim, nenhum de vocês morrerá.

Sorri tristemente, sabendo que ela não entendia completamente.

—A maldição é mais forte do que nós, Emilly. É como uma força invisível que nos empurra um contra o outro, independente da nossa vontade.

Ela se aproximou mais, abraçando-me. Retribuí o abraço, sentindo um calor reconfortante que não sentia há muito tempo.

Emilly —Henri...— Ela sussurrou. —Eu não quero que você se machuque. Não quero que nada de ruim aconteça com você.

Aproximei meus lábios de seu ouvido, sentindo seu corpo tremer levemente.

—Posso te beijar? Tocar em você?— Perguntei suavemente, a voz cheia de desejo contido.

Ela hesitou por um momento, então sussurrou de volta.

Emilly —Você vai me desonrar?

—Nunca. Eu jamais faria isso com você, Emilly. Eu só quero te proteger, te amar.

Nossos lábios se encontraram em um beijo profundo e intenso. Sentir sua pele sob minhas mãos era como tocar a própria luz. Beijei seu pescoço, abraçando sua cintura com firmeza, mas com cuidado.

—Não desejo mais viver sem ter você ao meu lado— Sussurrei contra sua pele, sentindo a sinceridade em cada palavra.

Ela sorriu, um sorriso tímido, mas cheio de esperança.

Emilly —Eu também, Henri. Eu também.

Naquele momento, senti que talvez, apenas talvez, pudéssemos encontrar um caminho através da escuridão que nos cercava.

Emilly

Acordei com a luz suave do amanhecer entrando pela janela. Ao me virar, senti o calor do corpo de Henri ainda perto de mim, mas ele já havia se levantado. Olhei ao redor e vi uma bandeja de comida ao lado da cama, com uma cesta cheia de ursinhos brancos de olhos azuis. O gesto me deixou sem palavras, e uma onda de emoção inundou meu coração.

Henri entrou no quarto, sorrindo ao me ver acordada.

Henri —Bom dia, Emilly. Espero que esteja com fome.

Sorri, sentindo as lágrimas de felicidade se acumularem em meus olhos.

—Henri, isso é... é maravilhoso. Muito obrigada.

Ele se sentou ao meu lado, pegando um dos ursinhos da cesta e me entregando.

Henri —Achei que você gostaria de algo para te fazer companhia quando eu não estiver por perto.

Abracei-o fortemente, sentindo a sinceridade e o carinho em cada palavra e gesto.

—Você não tem ideia do quanto isso significa para mim.

Henri —Eu só quero que você se sinta bem aqui, Emilly. Sei que não é fácil.

Conversamos por um tempo, desfrutando da refeição juntos. O momento era tão perfeito que eu queria que durasse para sempre.

Quando finalmente descemos para o café da manhã, encontramos Scarlett, a irmã de Henri e Belial, já lá. Ela estava distribuindo presentes para todos, mas ao me ver, ficou um pouco confusa.

Scarlett —Oh, olá! Você deve ser Emilly. Não sabia que tínhamos uma hóspede especial— disse ela, com um sorriso simpático.

—Sim, eu... sou amiga do Henri— respondi, ainda um pouco tímida.

Scarlett sorriu ainda mais, uma expressão travessa nos olhos.

Scarlett —Amiga, hein? Henri, finalmente arranjou alguém! Sabia que seria o primeiro dos gêmeos a arrumar uma namorada— diz com um tom de brincadeira.

Belial —eu só não arrumei alguém porquê não quero uma qualquer sem valor, posso conseguir sexo se quiser, ninguém nunca me recusou, sempre tive opções— diz sem olhar para sua irma, está a comer carne mal passada consigo ver o sangue em seu prato, se não for carne humana como a do prato do pai deles, ele está comendo um coração de café da manhã.....

Scarlett —e então, vocês dois vieram do mesmo corredor, dormiram juntos?— quando ela pergunta isso, Belial e Mia engasgam, acho que não repararam.

Senti meu rosto esquentar, mas antes que eu pudesse dizer algo, Henri falou.

Henri —não sei se lembra, Scar, mas anjos e nem arcanjos fazem isso sem casar— diz em um tom sério tentando me defender.

Scarlett —calma Henri, estava apenas brincando, mesmo que vocês estivessem eu ficaria feliz por estarem felizes, mas e aí, estão namorando?— não consigo dizer uma única palavra por causa da vergonha.

—Scarlett, na verdade... estamos juntos— ele olhou para mim, seus olhos cheios de seriedade e carinho. —Se ela desejar, quero que seja minha noiva.

Fiquei sem saber o que dizer, meu coração batendo rápido. Era tudo tão repentino, tão intenso.

—Henri, eu... isso é muito para processar agora— respondi, tentando encontrar as palavras certas.

Scarlett riu, mas de forma amigável.

—Parece que meu irmão encontrou alguém muito especial. Bem-vinda à família, Emilly.

A conversa continuou, mas eu não conseguia parar de pensar no que Henri havia dito. Seu desejo de me ter como sua noiva era ao mesmo tempo assustador e emocionante. Eu sabia que ele era sincero, e isso tornava tudo ainda mais real.

Enquanto tomávamos o café da manhã, não pude deixar de me sentir grata por estar cercada por pessoas que, apesar de suas diferenças, estavam começando a se tornar uma família para mim.

A Maldição dos Gêmeos Onde histórias criam vida. Descubra agora