Belial sentia o peso da frustração se acumulando dentro de si enquanto observava sua mãe, Mia, interagir com Henri, pois era inegável que os dois tem uma conexão maior, talvez por sua forma de pensar ser igual.
Belial —Por que você sempre favorece Henri, mãe? Ele não é mais especial do que eu! — pensou, sua voz carregada de ressentimento.
Mia —eu não favoreço seu irmão, eu amo vocês da mesma forma, a diferença é que quando vou puxar assunto com você ou ajudar em algo você me ignora ou ofende de alguma forma— diz o encarando tentando não mostrar nenhum tipo de sentimento, sabe que qualquer coisa pode causar um gatilho para uma briga, ainda mais por Dagon não estar ali para separar.
Uma sensação de ressentimento se instalou em seu peito, alimentando a chama da inveja. Ele não conseguia evitar a sensação de que Mia favorecia Henri, seu irmão gêmeo, em detrimento dele próprio.
Henri —Eu não estou roubando nada, Belial. Você está apenas sendo egoísta e ciumento— respondeu Henri, sua expressão tensa refletindo sua irritação.
Cada gesto, cada palavra, parecia confirmar suas suspeitas. Belial não suportava mais a ideia de ser deixado para trás, de ser considerado menos importante. Ele queria provar seu valor, queria que sua mãe reconhecesse sua força, sua determinação.
Belial —Eu não sou egoísta! Eu só quero que vocês me vejam como alguém importante também— pensou, sua voz carregada de emoção.
Mia —por favor Bel, não arrume problemas hoje— diz tentando apaziguar a situação que se criou com a conversa, mas isso acabou piorando tudo.
Henri —Você precisa superar essa ideia de competição, Belial. Nós somos irmãos— disse Henri, sua voz carregada de decepção.
Belial —você só diz isso para agradar ela, para ser o preferido sempre, para esconder sua própria insegurança sobre sua força— diz com um tom de nojo e indignação o que faz Henri levantar da cadeira e ir para cima dele.
Henri fica em frente a Belial a centímetros um do outro, o olhar dos dois só mostra ódio.
Mia estava paralisada no lugar sem saber o que dizer ou fazer, pois sabe que não importa o que faça, vai piorar mais a situação, ela não sabe lidar com Belial, nunca soube entender ele. O única coisa que pensa em fazer é pedir para Henri se acalmar e parar com isso, pois teria algum efeito, mas Belial iria para cima ao notar a preocupada dela ao falar com Henri.
Mia —por favor, não briguem, não façam eu me culpar mais uma vez por isso— sua voz saiu como uma súplica.
Henri ao ouvir isso respirou fundo, deu um passo para trás enquanto tentando acalmar o ódio e a vontade de bater em Belial.
Belial —como esperado de um covarde que deve duvidar da sua própria força— diz com um tom de desprezo que Henri não consegue deixar passar.
Henri usa toda sua força para chutar a barriga de seu irmão o lançando contra a janela que leva ao jardim, não quer que sua mãe veja a briga, pois ela tinha acabado de implorar para eles pararem.
Mia apenas caiu no chão ajoelhada enquanto se culpava sem parar por isso, ela não conseguiria parar a briga, mas mesmo que conseguisse, se Dagon visse ela machucada igual ficou da última vez decidiria acabar com isso da uma vez por todas e ela não queria isso.
Henri passa pela janela e caminha até o jardim, pois sabe que agora a briga vai continuar.
Belial se levanta e usa seu poder para aumentar sua velocidade se impulsionando para frente, ele chega em frente a seu irmão em segundos dando um soco em seu rosto, e logo depois o chutando para mais longe.
O ar estava impregnado com a eletricidade da hostilidade enquanto os dois irmãos se enfrentavam, cada golpe carregado com a intensidade de anos de ressentimento acumulado. A visão das lâminas se cruzando era uma dança perigosa, um reflexo da guerra que se desenrolava dentro deles.
Mas antes que a situação pudesse se tornar fatal, Dantalion, o rei do submundo, irrompeu no cenário, interrompendo a luta antes que fosse tarde demais.
Dantalion —Chega! Isso é inaceitável. Vocês são irmãos, devem se apoiar, não se destruir. — diz com um tom meio sarcástico, pois em sua visão sendo filhos do Dagon só poderiam ser bárbaros que só pensam em luta, briga e discórdia.
Belial e Henri se afastaram, ofegantes e exaustos, a adrenalina da batalha cedendo lugar ao peso da culpa momentânea.
Belial —olha quem fala, o ser que matou mais da metade dos irmãos, acho que você não tem direito de opinar sobre certo e errado— diz com um tom sério, o que faz o rei a frente deles apenas abrir um sorriso com a ignorância do garoto a sua frente.
Dantalion —cuidado garoto, não puxe briga com alguém mais forte que você, tem sorte que eu vou mais com a sua cara do que com a do seu pai, agora se afastem se não vou queimar vocês dois até aprenderem a não fazer a Mia sofrer, ela é minha enteada, eu devo a minha vida a ela— diz com um tom de superioridade enquanto espera os dois se afastarem, o que inevitavelmente acontece por Henri ser o primeiro a se retirar.
Henri queria pedir perdão a sua mãe, pois sabe o quanto a decepcionou indo para cima de Belial, mas não conseguiu ignorar quando foi chamado de fraco e covarde.
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A Maldição dos Gêmeos
خيال (فانتازيا)Dois irmãos gêmeos tem uma maldição misteriosa que os faz querer sempre matar um ao outro. Desde o nascimento dos dois que a rivalidade e ódio permanece entre eles, luta e conflitos são recorrentes, até uma mulher chegar em suas vidas, mas sua pre...