Palavras: 3.749
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*HENRY*
-É você, o cheiro que eu senti na conferência no Rio, é você.
O coração de Henry acelera, isso não podia estar acontecendo, não agora e nem nunca. Quem deixou Alex entrar?
-Você pode sentir meu cheiro? – A voz de Henry quase não sai. Ninguém deveria ser capaz de sentir seu cheiro ainda, ele tinha parado de tomar seus remédios hoje. Alex é seu companheiro, é claro que ele perceberia, eles são atraídos um pelo outro, Alex não parece com raiva, o que ele não entende, sempre que ele imaginou contar para Alex ele imaginou que ele ficaria com raiva por Henry ter escondido esse segredo.
-Henry.
Alex olha para ele com a boca aberta, os olhos vidrados em Henry como se não soubesse o que dizer, e os olhos de Henry lacrimejam, ele não esperava que fosse Alex atrás da porta. Todos os anos de segredos jogados fora, é fato de que ele não esperava que seu cheiro já estivesse em evidencia, era para isso acontecer apenas no dia seguinte. Mas Alex estava ali, o cara que fez ele entrar no cio e descobrir seu segundo gênero, seu companheiro de alma. Ele sente seu ômega agitado.
Alex tenta se aproximar dele e Henry se afasta antes que ele chegue perto de mais, ele não precisa que as palavras saem da boca de Alex para ele saber o que ele está pensando, é o mesmo olhar que ele recebe de sua família há anos, primeiro vem a supressa seguido de pena e ele não quer isso vindo de Alex.
-Não. – Ele fala. – Não me olhe desse jeito e não se aproxime de mim.
-Henry. – Ele sussurra novamente e antes que pudesse dizer algo Henry o cala.
-Não. – Sua palavra vem acompanhada de um soluço, e Alex se aproxima dele mesmo ele tendo dito que não, Alex o segura e os leva até a cama e faz Henry se sentar em seu colo. Ele tem certeza de que Alex tinha ido até ali para brigar com ele por ter ido embora, e agora está aqui consolando Henry, ele não merece o amor de Alex. Henry sente as mãos de Alex em sua costa, ele sabe que Alex tem muitas perguntas para ele e que ele não vai fazer até que Henry se sinta bem. Henry quer manter esse momento o mais longo possível, ele sente vergonha agora que Alex esta preste a saber de todo os segredos e mentiras que ele tem contado para ele nos últimos meses.
-Você sabia que era eu, certo? Você sabia que eu sou seu companheiro, por que você não me contou? – Ele sente uma pontada de magoa em sua pergunta, Alex pressiona seu nariz na curva do pescoço de Henry, e o aperta mais, Henry sente Alex inalar o máximo de seu cheiro, ainda é bem fraco quase não tem, qualquer outra pessoa não seria capaz de senti-lo, mas era Alex, e Henry era seu ômega.
-Você não deveria ter invadido o palácio. – Henry diz e se afasta um pouco de Alex, mas ainda em seu colo.
-E o que eu deveria fazer? – Alex diz com um olhar triste, e Henry pensa que não suporta o ver assim. - Você não fala comigo, não responde as minhas mensagens.
-Não é tão fácil assim Alex, não é como você pensa. – Henry se levanta e fica de costa para Alex, se recusando a olhar em seus olhos.
-E o que eu deveria pensar? – Alex também se levanta. - Que o homem que eu amo e que supostamente me ama de volta sempre vira as costas para mim?
-Você acha que sou eu quem faz as regras? – Henry se exalta, ele sabe que não é culpa de Alex, mas não consegue evitar. - Eu disse que isso não poderia acontecer, que nós não poderíamos acontecer.
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Folhas de um Carvalho Dourado
RomanceEm um universo ABO, uma releitura do livro "Vermelho, Branco e Sangue Azul", Henry, um ômega que vive como beta por meio de medicamentos, e Alex, um alfa, são forçados a se aproximar após um incidente inesperado. O que começa como uma relação distan...