Blowing Smoke | Snarry

Capítulo 109

Ele passou a noite acordado, com o coração acelerado e as palmas das mãos suadas enquanto olhava sem ver a escuridão do teto.

Severus disse que o amava. Tinha fingido que não era grande coisa, que Harry supostamente sabia disso.

Harry não sabia disso.

Claro que não – o sonserino nunca disse nada nesse sentido, nem perto disso. Ele se lembraria se tivesse feito isso - ele não achava que houvesse um único ser humano vivo que não se lembrasse exatamente se Severus Snape dissesse que os amava.

Severus o amava.

Amava ele.

E ele não sabia.

Ele não era um completo idiota - ele sabia que o outro homem se importava profundamente com ele, sabia disso muito antes de Harry convidá-lo para sair. Ele sabia o quão... apegado o homem mais velho tinha se tornado um amigo.

Mas amor?

Ele conhecia a si mesmo - e a Severus - bem o suficiente para saber que nenhum dos dois usaria essa palavra levianamente... o que significava que ele estava falando sério.

Disse isso e quis dizer isso.

Ele se forçou a tentar pensar em outra coisa – o mais longe que conseguiu foram as próximas palavras que saíram da boca de Severus. Há quanto tempo ele amava Harry.

Há quanto tempo ele amava Harry?

Ele rolou para olhar para a forma adormecida de seu parceiro, como se pudesse encontrar algum tipo de resposta ali – para sua surpresa, o que encontrou foram olhos escuros fixos nele. Severus estava acordado.

— Harry. — O homem mais velho disse.

— Oh, olá. Eu acordei você? — Ele perguntou sem jeito.

— Muito. Por que você está tão... posso sentir sua magia crepitando sob a superfície.

— Desculpe. — Ele admitiu levemente. — Eu não queria, obviamente.

— Eu presumi isso. Você gostaria de discutir o que quer que eu tenha feito para aborrecê-lo?

— Eu não estou chateado. — Ele não estava. Não realmente. Ele estava uma combinação de êxtase, incredulidade e absolutamente aterrorizado.

— Mentiroso. — Severus disse, aproximando-se o suficiente para poder dar um beijo no ombro de Harry. — Diga-me, para que eu possa me desculpar por qualquer erro que cometi.

— Eu ficaria muito chateado se você pedisse desculpas. — Harry admitiu, antes de se virar para seu amante até que eles estivessem cara a cara, Severus um pouco abaixo dele, então ele teve que olhar para Harry.

— O que, então? — O Sonserino perguntou, lentamente passando um braço em volta de sua cintura.

— Você... erm, mais cedo foi a primeira vez que você disse que... me ama. — Ele apontou.

O homem mais velho franziu a testa.

— E daí? Não sou do tipo que faz... declarações casuais. Se isso é o que você quer...

Ele balançou sua cabeça.

— Não, não. — Ele disse de forma tranquilizadora. — Não é isso. Apenas, erm... — Ele se mexeu sem jeito. — Há quanto tempo você está apaixonado por mim? — Ele verificou.

Severo encolheu os ombros.

— Não faço ideia. Por que?

Harry ficou boquiaberto para ele.

— Você... você não sabe?

— Claro que não. O que você espera? Eu devo dizer exatamente que toque de sua mão ou qual sorriso mudou o que eu sentia de... carinho para amor?

Dito dessa forma, Harry se sentiu um pouco bobo por perguntar.

— Bem... tudo bem, mas... quero dizer, mais ou menos quando? Você deve ter alguma ideia.

— Por que isso importa?

Harry percebeu abruptamente que não poderia dizer que não sabia, visto que Severus claramente acreditava com absoluta certeza que Harry sabia.

— Porque importa. — Ele insistiu, rezando para que o outro homem não o pressionasse.

Severus bufou.

— Algum tempo, talvez, antes de você terminar com a Weasley. Eu não poderia te dizer quanto tempo. Parecia inconsequente naquela época – certamente parece agora.

— Inconsequente. — Harry repetiu, sentindo-se um pouco tonto.

— Naturalmente. Passei a maior parte da minha vida cuidando de você. Eu... sempre fui apegado a você, embora não com carinho por muito tempo. Foi bastante natural, você não acha? Que quando... nosso relacionamento se tornasse amigável, se tornasse próximo, eu iria... Ah. — Ele disse com uma inflexão estranha. — Você está... incomodado pelo fato de eu ter mantido esses sentimentos por mais tempo do que você... sabia que eu tinha algum interesse em você?

Os braços de Harry apertaram seu amante.

Claro que ele estava.

— Não. — Ele mentiu. — Eu só... queria saber quando. Por que. O que eu fiz. — Ele disse - ele teria presumido que... que um "longo tempo" era algo como alguns meses, talvez um pouco depois do aniversário do outro homem, depois do primeiro beijo deles. Antes de perguntar isso, ele teria considerado um longo tempo. Mas isso... ele havia terminado com Ginny há quase um ano.

— Talvez... talvez um pouco antes do Natal. O primeiro. — Severus disse – e Harry recalculou mentalmente. Isso era perto de um ano e meio, e...

— Por... tanto tempo? — Ele checou, ​​odiando o quão estridente sua voz era.

— Sim. Harry, do que se trata? Eu me esforço para acreditar que seja realmente isso... investido em identificar exatamente quando meus sentimentos por você chegaram a esse estado. — O outro homem disse irado.

— Eu não sabia. — Sua boca deixou escapar com permissão. — Eu não tinha ideia de que você... me amava. — Ele admitiu, de repente balbuciando, incapaz de parar. —Eu sabia que você gostava de mim, eu sabia que você se importava comigo. Obviamente. Que você me acha atraente, que quer namorar comigo, todas essas coisas. Eu sabia. Eu pensei... pensei que era isso. Você nunca disse. E eu só... Severus, eu não fazia ideia. — Ele admitiu.

O homem mais velho afastou-se sem dizer uma palavra, levantou-se da cama e foi até o guarda-roupa.

Harry observou, suas entranhas se contorcendo de ansiedade e culpa enquanto seu amante vestia um roupão e saía.

O clique da porta se fechando atrás dele foi como um tapa em seu rosto.