Blowing Smoke | Snarry

Capítulo 26

Ele bateu na porta, rezando para não estar cometendo um erro. Parecia que ele poderia estar, mas...

— Entre. — Uma voz furiosa rosnou de dentro. Ele relutantemente entrou na sala de poções; seus olhos se fixaram em Snape, que parecia absolutamente furioso. Harry assistiu em tempo real enquanto a raiva se transformava em confusão e depois em determinação. — FORA! — Ele rosnou – e Harry quase se virou para sair correndo quando percebeu que o pedido era destinado aos alunos.

Demorou apenas uma fração de segundo para a sala de aula ficar vazia, os alunos praticamente tropeçando em si mesmos para sair, os caldeirões abandonados.

Harry ofegou baixinho, algo em seu peito se contraiu e tirou o ar de dentro dele - ele não conseguia respirar. Ele deu meio passo em direção ao amigo, apenas para que suas pernas também dobrassem, enquanto ele lutava para tentar respirar, seu corpo gritando por ar enquanto o fazia.

O mundo ficou um pouco cinza nas bordas, inclinado de maneira estranha – e então ele sentiu braços familiares ao seu redor, segurando-o. Ele deve ter caído contra Snape com todo o seu peso, porque o outro homem grunhiu – mas o que quer que ele tenha feito, o que quer que tenha acontecido, ele foi empurrado para uma cadeira, ainda ofegante por ar.

Sua cabeça foi inclinada para trás com força – até dolorosamente – e uma poção foi derramada em sua garganta sem pausa. Ele gaguejou, mas conseguiu engolir – e um segundo depois, ele conseguiu respirar. Ele respirou fundo algumas vezes, sua cabeça agora girando devido ao excesso de oxigênio enquanto o mundo se endireitava ao seu redor. Ele estendeu a mão vagamente para onde pensava que Severus estava, os dedos esbarrando nas vestes e segurando-as.

O outro homem não disse nada – nem Harry. Ele estava muito ocupado respirando. Quando quase se recuperou, forçou-se a olhar para o outro homem.

— Desculpe. — Ele disse sem jeito, apontando para a sala de aula vazia.

— Não importa. A aula estava quase acabando. — Snape disse – e de fato, como se fosse uma deixa, a campainha tocou. — De qualquer forma, os idiotas não teriam aprendido nada nos últimos cinco minutos.

— Cinco minutos?

— Sim.

— Pareceu meia hora.

Snape cantarolou, soltando a mão de Harry de suas vestes e fazendo algo para examiná-la. Ele permitiu, permanecendo imóvel.

— Não estou surpreso que isso tenha acontecido. Harry... você teve um ataque de pânico.

— Um o quê? — Ele retrucou, puxando o pulso para trás.

— Eu te alimentei com uma bebida calmante quando você não conseguia respirar. Resolveu o problema, não foi?

— Eu sim? Mas... um ataque de pânico? Eu só estava... estava conversando com Hermione antes de vir para cá. Ela estava convidando Rony, eu e Ginny para jantar. Por que eu... entraria em pânico? — Ele disse, franzindo a testa.

— Isso eu não posso te dizer. Você está se sentindo melhor? — Snape verificou, inclinando a cabeça para cima.

— Sim, claro. — Ele disse, carrancudo com sua própria falta de compreensão. — Eu não... sei por que eu... quero dizer, obrigado por me ajudar. Eu não queria interromper.

— Mais uma vez, não se importe, Potter. Estou... feliz em ajudar você, obviamente.

Harry olhou para seu amigo e sorriu suavemente.

— Você já... — Ele gesticulou para si mesmo.

— Apontei para mim mesmo? Raramente. — O homem disse com uma sobrancelha levantada.