Capítulo 41

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— Planos de Natal? Eu não fiz nenhum. — Harry disse, um pouco confuso. Afinal, ainda faltavam algumas semanas para o Natal – eles tinham acabado de sobreviver ao Halloween.

— Ah. Suponho que você... não irá para os Weasleys? — Snape perguntou rigidamente de onde estava sentado em sua poltrona, acima de Harry.

Ele se empoleirou no chão para ter mais espaço para espalhar suas redações, encostado na cadeira do homem. Mesmo assim, algumas estavam flutuando porque ele ficou sem espaço. Ele estava realmente começando a entender o que os outros queriam dizer sobre os alunos e as notas.

— Tenho certeza de que eles me expulsariam se eu aparecesse. — Ele disse com um estremecimento.

— Você se arrepende de não ter passado o Natal passado com eles, visto que... Que não foi o seu último Natal aqui?

Ele sorriu e riscou um parágrafo inteiro, desenhando uma carinha triste e sorridente ao lado.

— Não me arrependo de nada do Natal passado, exceto do fato de que só pude andar na sua vassoura uma vez. — Ele disse gentilmente, sabendo muito bem onde o outro homem queria chegar com isso.

Ele era denso, mas aprendeu a reconhecer o tom calmo e paciente que o outro homem usava quando tentava... testar Harry, por falta de uma frase melhor.

O silêncio reinou por alguns momentos.

— Se... se quaisquer planos que você fizer não o afastarem de Hogwarts, você seria bem-vindo para pegá-lo emprestado novamente. Já que você parecia... capaz o suficiente. — O outro homem ofereceu lentamente.

Incapaz de se conter, ele sorriu e se virou, apoiando o queixo no braço da cadeira para não cair em suas redações recém-corrigidas.

— Oh sim? E o que você vai querer em troca? Um rim? Talvez um globo ocular?

O homem mais velho zombou.

— Não preciso de um rim. Ofereça-me um fígado, se quiser, para que o meu dure mais que o ano letivo. — Ele se irritou.

— Pronto, pronto! — disse Harry em tom de provocação - ele sabia muito bem que na maioria das noites eles se encontravam tomando chá, não álcool. — Vejo que você não mencionou meus olhos?

O sorriso de escárnio do homem mais velho se transformou em um sorriso malicioso.

— Uma oferta melhor. Eles pelo menos têm valor decorativo. — Ele disse.

Harry ficou boquiaberto por um segundo, dividido entre divertido e ofendido por alguns momentos, antes de divertido vencer quando o elogio indireto foi registrado. Ele riu, virando-se.

— Bem, se é assim que você elogia as pessoas, não é de admirar que você seja solteiro. — Ele brincou.

Uma varinha bateu levemente em sua nuca, apenas o suficiente para fazê-lo gritar.

— Você prefere que eu seja poético sobre as tranças selvagens e negras em sua cabeça dourada? Do jeito que é macio como o pêlo do arminho e tão indomável quanto a sua magia? — Snape disse em um tom que sugeria que ele estava pensando em vômito e vermes-cegos, e não no cabelo de Harry.

Ele uivou de tanto rir.

— Ok, ok, você venceu! — Ele disse com uma risada final. Não vou lhe dar um globo ocular inteiro só porque você me emprestou a vassoura, mas podemos discutir uma mecha das minhas "tranças negras" se você quiser fazer travessuras com polissuco — ofereceu Harry.

Snape bufou.

— Existem outras poções que exigem certas partes de meninos virgens. Não tenho certeza se você se importaria com alguma delas.

Blowing Smoke | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora