Blowing Smoke | Snarry

Capítulo 122

— A... uhm... preparação. Alongamento. Dedos, presumo. — Ele disse apressadamente, sentindo-se um idiota.

— Sim. Isso. Por que diabos eu iria machucar você quando já disse que cuidaria disso sozinho?

— Bem, quero dizer... — Harry gaguejou, apenas para parar quando uma expressão de absoluto horror cruzou as feições de seu amante.

Severus recostou-se pesadamente na cama, parecendo ter acabado de descobrir um dementador na cama com eles.

— Erm, Severus? Você está... o que eu disse? — Ele perguntou sem jeito.

Seu amante riu sem alegria.

— Eu... acho que talvez tenha havido... um mal-entendido. Embora eu não consiga entender como.

— Ok? — Harry perguntou, arrastando os pés atrás de seu amante, puxando desajeitadamente um pedaço de cobertor para cobrir seu pênis. Severus não disse nada, simplesmente ficou sentado ali por alguns momentos.

Eventualmente, ele falou – seus olhos fixos em Harry com uma intensidade com a qual ele não estava acostumado – e isso dizia alguma coisa.

— Diga-me, precisamente, o que você queria de mim antes. Quando você disse 'sim'.

— Eu queria... fazer sexo com você.

— Mais preciso. — Severus retrucou.

— Eu... eu queria foder com você. Erm, você me foder. Você sabe...

Com isso, seu amante sibilou, pressionando os dedos na ponta do nariz.

— Estou começando a suspeitar que não sei, na verdade. — Severus disse com uma risada amarga.

— Eu não entendo.

— Estou começando a ver isso. Harry... o que você acha que eu quero de você? — Ele perguntou.

Harry corou.

— Me... me foder? Erm... seu pau, minha bunda? — Ele disse, morrendo um pouco por dentro.

Severus grunhiu e deixou-se cair de costas na cama. Foi tão inesperado que Harry não pôde deixar de rastejar para poder olhar para seu rosto novamente. A expressão ali era uma mistura confusa de aborrecimento e... algo mais.

Olhos escuros finalmente olharam para ele, o olhar do outro homem um pouco irritado, Harry pensou.

— Considere, por um momento, nossos encontros anteriores. — O Sonserino disse formalmente. — O que eu pedi a você, o que fizemos.

Harry obedeceu, impotente para fazer qualquer outra coisa, seu pescoço esquentando com as lembranças mais do que agradáveis ​​que isso trazia.

— Ok? — Ele verificou.

Severo assentiu.

— Bom. E agora me diga, por favor, o que lhe deu a ideia de que eu gostaria de ficar por cima. — Ele disse sem rodeios.

Harry congelou.

— Erm? Você? — Ele gaguejou. — Mas você é... mais velho. Mais experiente. Você é... eu não sei? Mais alto? — Ele gaguejou, confuso por ter sido colocado em uma situação assim.

— Então, se eu fosse mais baixo e virgem também, você presumiria que eu iria querer você por cima? — O outro homem perguntou sarcasticamente. Harry mais uma vez se contorceu, extremamente desconfortável com o questionamento direto.

— Quero dizer... você é você. Você é tão... intenso. Decisivo. Eu apenas...

— Você presumiu. — O sonserino disse, deitando-se e fechando os olhos. Sua expressão era quase de dor. — Você... presumiu que eu não poderia querer que meu lindo amante me agarrasse pelo pescoço e me fodesse no colchão? — Ele perguntou.

Harry choramingou, tanto pela inesperada franqueza do comentário quanto pelo visual que ele incutiu. Ele ainda não conseguia imaginar direito, a fantasia desmoronando quando ele tentava se concentrar nos detalhes, mas não era exatamente difícil dizer a reação de seu corpo a isso - mesmo sem sua mente estar totalmente a bordo, seu pau estava duro como pedra e chorando.

— Eu... sim? — Ele gaguejou quando percebeu que Severus estava esperando por uma resposta.

O homem mais velho riu e cobriu os olhos com o braço.

Eles ficaram quietos por um minuto, um silêncio tenso e constrangedor que deixava Harry cada vez mais desconfortável a cada segundo que passava.

— É... é isso que você quer? Eu... estar por cima? — Ele perguntou, pegando emprestada a terminologia de seu amante.

— Obviamente. — Severus gritou com ele, apenas para estremecer. — Mas eu... eu não... você não precisa. Obviamente nós... falhamos em comunicar o que queríamos. E eu entendo perfeitamente se você não me quiser assim. — O Sonserino disse decisivamente.

— Não! — Harry gritou antes mesmo de as palavras serem processadas. Um braço fino se moveu o suficiente para que seu dono pudesse espiar Harry. — Quero dizer... isso é diferente. E eu obviamente não tinha pensado nisso. Mas... — ele tentou, tentou imaginar, Severus, de quatro, talvez, gemendo enquanto Harry estava dentro dele.

Ele não entendia muito bem como se sentia a respeito, mas certamente não era medo nem desgosto pela ideia. Ele se mexeu sem jeito.

— Eu... essa ideia não me assusta. — Ele admitiu sem jeito.

Severus estreitou os olhos para Harry.

— O que dificilmente é o mesmo que...

— Não, eu... acho que gostaria. Mas, erm... — Ele gaguejou, percebendo um novo problema – antes, ele presumia que na maior parte do tempo ele só tinha que... ficar ali, realmente. Mas agora...

— Mas o que? — Severus perguntou pacientemente.

— Eu não... eu não acho que seria muito bom para você. Já que não sei o que estaria fazendo.

Ele observou, para sua surpresa, Severus estremecer um pouco.

— Eu ficaria... mais do que feliz em ensinar você. Eu não tenho... Harry, eu não preciso que seja perfeito, ou incrível, ou qualquer coisa do tipo. — O Sonserino admitiu com uma risada amarga. — Eu só... eu quero conhecer você dessa forma, quero te dar essa parte de mim também. — Ele admitiu.

O coração de Harry deu um salto estranho em seu peito, assim como seu estômago se apertou exatamente com a mesma emoção, não que ele realmente soubesse o que era.

— Eu gostaria disso. — Ele admitiu – e ele admitiria. Severus nunca havia expressado seus pensamentos dessa maneira, mas...

Ele lambeu os lábios e se aproximou, colocando cuidadosamente a mão no peito de seu amante. Foi um gesto possessivo, ele percebeu, identificando de repente o sentimento dentro de si. Ele já havia sentido isso antes, mas nunca dessa forma.

— Quero você. — Ele contou ao outro homem. — Eu quero cada parte de você que você está disposto a me dar. E... quero fazer o mesmo em troca. — Ele prometeu – e Deus sabia, ele nunca quis dizer nada mais do que disse.

Severus puxou-o para um beijo.