aos poucos

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Ela ficou igual besta olhando pra ele. Paralisada.
Sem acreditar na mera possibilidade dele estar apaixonado de verdade. Cafajeste ama desde quando?

- Se você tá de piada, acho melhor parar agora. - ela apontou o dedo na direção dele.

- Porra, você não me leva a sério mesmo né. Giovanna presta atenção no que eu vou te dizer, mas presta muito atenção porque eu não vou repetir. Eu sou apaixonado por você desde que eu me vi enfiado na sua casa sem ter vontade de voltar pra minha e ficar sem você todos os dias de manhã, todas as noites antes de dormir.

Ela foi golpeada por sentimentos intensos ao ouvi-lo se declarar tão abertamente olhando em seus olhos.

- No início não era o que eu queria, eu assumo, mas você me ganhou de uma forma tão intensa que eu já não me reconheço sem você comigo. Eu posso horas esperando acabar o meu expediente aqui pra ir te ver, fico pensando em maneiras para ganhar coragem e te pedir em namoro.

- Mas eu pensei que era só sexo. - ela sussurrou.

Agoniado, ele andou pela sala passando aos mãos pelo cabelo grisalho. Era tão difícil pra ela entender?

- E era. No começo eu só queria a mesma coisa que você, eu só pensava no nosso sexo único que eu nunca tive com ninguém de forma tão intensa. Mas o tempo passou e eu fiquei cada vez mais apaixonado, cada vez você ocupava um espaço maior no meu coração.

Ele respirou fundo. Olhou pra ela e pode notar a mulher com os olhos marejados, mas não sabia se era uma coisa boa. Ela parecia assustada, mas ele também estava.

- Eu sei que assusta tudo isso que estou te dizendo, e eu não quero que você pense que eu vou te cobrar que sinta a mesma coisa que eu. A culpa não é sua que eu fui besta e me apaixonei. - ele suspirou, fechou seus olhos e pediu a Deus para o livrar dessa agonia.

Giovanna não acreditava que todo esse tempo sofreu em silêncio por estar completamente apaixonada por ele e o médico também escondia dela o mesmo sentimento.

- Eu pensei que estivesse na cara, Giovanna. Eu te dei o anel... Eu passei semanas olhando pra esse anel aqui na gaveta do meu consultório até tomar coragem de te entregar naquela noite. Será que só você não vê?

A loira andou até ele que estava encostado na lateral da mesa e apoiou as duas mãos em seu peito. Controlou as emoções e a respiração antes de falar tudo que queria.

- Eu acho que você também não vê. Eu te entreguei a chave da minha casa junto com o meu coração, mesmo que eu fingisse que não. Eu passei a ser aquele tipo de mulher que fica ansiosa para a chegada do parceiro, e que faz planos pro futuro mesmo sabendo que ele não quer a mesma coisa.

Alexandre a olhou de forma intensa. Era uma troca de sentimentos naquela conversa que nenhum dos dois se preparou para ter.

- Eu sinto a sua falta quando você não está lá em casa, eu sinto ciúmes de todas as mulheres que estão perto de você mesmo sabendo que isso é inevitável. Fazer o que, eu sou apaixonada por você.

Ele parecia estar sonhando, olhava para a boca dela e para os olhos sem acreditar que ela estava ali falando aquelas coisas e se declarando de verdade.

- Quando você me deu o anel foi a noite mais feliz de toda a minha vida, mesmo você dizendo que era uma coisa de amigo. Eu não vou mentir, eu não sei se eu consigo ter uma relação com você por tudo que o seu trabalho envolve, mas eu quero tentar.

Alexandre enfiou as mãos entre os fios loiros a trazendo para colar os lábios nos seus. Beijou aquela mulher que estava virando o seu mundo de ponta cabeça.

- Tudo que eu mais quero é te fazer entender que o que eu faço não muda absolutamente nada na minha vida. A única exceção aconteceu com você. Eu sei que você tem ciúmes, mas eu vou te provar todos os dias que você fez a escolha certa em dar uma chance pra nós dois.

- Eu acho bom mesmo. - ele riu domando a mulher pela cintura.

- Ciumenta, linda.

Um mês se passou e a relação deles não tinha absolutamente nada de perfeita.

Quando estava tudo bem era ótimo, saiam juntos e tudo era maravilhoso. Mas quando ela invocava com alguma coisa já era, o negócio pegava fogo. Brigavam alto, todos os palavrões eram ditos e ela o colocava para dormir no sofá da sala.

Alexandre se mudou para o apartamento dela sem nem pensar duas vezes. Apesar de tudo ele entendia que não era fácil construir uma relação e que tudo se ajeitava de pouco a pouco, com tempo e amor.

Tinha dias que ela o recebia toda manhosa, cheia de primeiras, segundas e terceiras intenções. Tinha dias que faltava lhe tacar um copo no meio da cara de tanto mau humor.

Estava aprendendo a lidar com a sua mulher.

Nessa noite em específico chegou mais cedo em casa por ter recebido uma mensagem dela toda manhosa.

Entrou no quarto encontrando ela deitada na cama com um pijama curto e uma cara vermelha de choro. Nem se preocupou porque estava sendo constante essa mudança de humor, e já estava craque em entendê-la.

- Cheguei, nega. Recebi sua mensagem mais cedo. Fala pro seu nego o que você quer? - ele se inclinou apoiando a mão no colchão para deixar um beijo na testa dela.

- Eu queria tanto comer uma coisa gostosa, mas eu não sei cozinhar nada gostoso. Tentei pedir no ifood mas não estava gostoso o suficiente e eu ainda estou com fome. - ela fungou com o rosto ensopado de lágrimas.

- Não precisa chorar, nega. Eu faço o que você quiser comer, me diga o que você quer. - ele tentava limpar o rosto bonito das lágrimas grossas.

- Eu não sei o que eu quero.

Alexandre engoliu a risada e se afastou já sabendo bem o que fazer. Tirou a roupa do consultório e tomou banho antes de ir para a cozinha fazer o macarrão que ela ama.

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