abrigo

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Ele nem acreditou quando o celular acendeu na mesa do bar, a foto dela com a mãozinha na barriga que ele colocou para aparecer sempre que ela ligava, acelerou seus batimentos cardíacos.

— É ela? Atende logo. – Rodrigo falou tentando espiar e aconselhar ao mesmo tempo.

Alexandre concordou e não demorou para atender.

— Oi...Ale? – sim, ele esperou que ela falasse primeiro pois estava literalmente agoniado de saudades dela, do tom rouco de sua voz.

— Oi, Giovanna. Aconteceu alguma coisa? Você está bem? – ele se preocupou imediatamente e olhou na direção do amigo finalmente se dando conta de que poderia ser apenas uma ligação de emergência.

Ouviu o suspiro dela, se levantou da mesa agoniado.

— Não, não aconteceu nada. Estou bem, o neném está bem também... É que eu estou na casa da Lele e queria saber se você poderia vir me buscar.. Se não for muito longe de onde você está. – ele sentiu que ela falava de forma envergonhada, tímida, meio contida.

E ela nunca foi assim.

— Claro, lind.. Gio. Eu não to longe, parei pra tomar uma com o Lombardi aqui na lapa. Chego ai rapidinho. – ele se apressou pegando as chaves em cima da mesa.

— Não precisa de pressa, vem devagar e cuidado com o trânsito. – ela aconselhou num tom doce que amoleceu todo o coração dele.

— Pode deixar.

Rodrigo que estava sem carro aproveitou da carona pra ficar em casa também, quando estacionaram em frente avistaram as duas conversando e se despedindo.

— Boa sorte cara. Se resolvam logo pelo amor de Deus, e seja paciente com ela. – o amigo aconselhou apertando a mão dele antes de sair do carro.

Continuou de pé com a porta aberta para que Giovanna entrasse na frente, no lugar que antes ele estava.

— Oi, Gio. Ta linda.

Ela sorriu timidamente e deixou um beijo na bochecha do seu médico, que agora era seu amigo também.

— Obrigada, Ro. Desculpa alugar os ouvidos da sua gata.

— Que nada, tamo aí pra isso. Pensa que eu também não virei terapeuta essa noite? – ele brincou apontando pra dentro do carro com a cabeça.

Giovanna olhou pela primeira vez na direção do homem que já olhava pra ela fazia tempo, uma mão segurava no volante e a outra ele esfregava a nuca tentando aliviar as tensões naquela região.

O silêncio permaneceu até eles saírem do condomínio do casal de amigos, no fundo ele estava pensando que teria que ser o que toma a atitude primeiro, mas ficou surpreso ao escutar a voz rouca e baixa.

— Acho que precisamos muito conversar.. Você sabe.

Alexandre balançou a cabeça confirmando, tentava focar no trânsito e nos olhos dela ao mesmo tempo.

— Eu to aqui pra ouvir você, linda. Seja la o que você for falar, eu to aqui. Se abre pra mim. – direcionou o olhar de jabuticaba na direção dela.

Aquele olhar consegue absolutamente qualquer coisa dela.

— Podemos deixar pra fazer isso em casa? No nosso quarto. – ela deitou a cabeça no encosto e fechou os olhos controlando a vontade de chorar.

Hormônios. Sempre eles.

Alexandre engoliu seco com receio de que ela pudesse terminar tudo com ele essa noite, não saberia como lidar com uma situação dessas. Já havia esquecido como viver sem ela, sem o amor dela, sem a presença, sem o cheiro.

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