intercourse | gn

o céu

— Foi rápido demais, eu nem tive reação e muito menos cabeça pra ligar pra ninguém.

Ele tentava se explicar para uma Alessandra ensandecida, brava, cuspindo fogo.

— É o meu afilhado, Nero. Eu sei que ela é sua mulher e é o seu primeiro filho, mas eu planejei muita coisa para o parto. Tinha playlists, incenso, banho de rosas..

A morena tagarelava na recepção da clínica, estava tão nervosa que nem valia a pena discutir com ela. Nem se ele tivesse palavras pra isso, suas emoções estavam em um misto tão louco que ele nunca havia sentido tantas coisas ao mesmo tempo.

Após o casamento, inventaram uma viagem antes do neném chegar para a Grécia. Foi maravilhoso, mas as coisas mudaram no penúltimo dia quando Giovanna se sentiu indisposta e com dores no pé da barriga.

Alexandre se desesperou e adiantou as passagens para voltar o mais rápido possível, gastou uma grana alta e gastaria tudo de novo sem pensar duas vezes.

Durante o voo ela tirou pequenos cochilos, mas acordava resmungando de dor na região pélvica.

Alexandre sussurrava que ia ficar tudo bem, que logo chegariam e iam direto para a clínica. Ela apertava forte os músculos do braço do marido para controlar as dores da contração, enquanto ele implorava para que seu filho não nascesse dentro de um avião.

Assim que chegaram no aeroporto ele pegou um táxi dando o endereço da clínica, ligou para Rodrigo que seria responsável pelo parto com um misto de alívio, desespero e felicidade.

"Cara, o meu filho vai nascer... Eu não quero nem saber de nada, foda-se o que você está fazendo. Larga tudo e vai direto pra clínica, já estamos no caminho."

Ele não percebeu que as lágrimas grossas banhavam o seu rosto, mas ela percebeu. E naquele momento, ali dentro daquele táxi, ela entendeu o que estava prestes acontecer. Estava formando uma família com ele.

— Ale? – chamou sua atenção baixinho.

O homem desligou o celular e se virou para ela com um sorriso rasgando o rosto, os olhos brilhando mais que a lua da Grécia na noite que transaram na varanda aberta do hotel magnífico que se hospedaram.

— Calma amor, estamos quase chegando.. Eu sei que dói mas eu to com você e não vou sair do seu lado pra nada.. Nunca mais eu vou sair do seu lado. – ele beijou a sua testa suada.

Giovanna sentiu uma contração mais forte e gemeu, os olhos dele demonstraram o quanto ele queria sentir no lugar dela.

— Eu amo você, Alexandre. Eu me sinto a mulher mais feliz do mundo por estar vivendo isso com você, nada seria igual se não fosse com você. Mesmo sentindo a porra da dor mais forte da minha vida, ai.. – ela enfiou as unhas na camisa dele puxando com toda força.

Alexandre não aguentou e soltou uma risada nervosa, misturada com um choro que não cessava por nada.

— Eu também te amo, linda. Você foi enviada pra mim, nada foi por acaso na nossa relação. Não seria a mesma coisa ser pai de uma criança se você não fosse a mãe.. É o nosso pacotinho que vai nascer hoje, eu nem consigo imaginar como vai ser incrível olhar pra ele e te vê em todos os detalhes do rostinho. – ele sussurrou dando beijos e mais beijos nos cabelos dela.

— Tudo que você tá falando é lindo, mas eu queria te dar um soco agora por ter feito isso comigo... Merda, como é que as pessoas passam por isso várias vezes?

Mais uma vez ele teve que dar risada, uma hora ela se declarava e na outra só faltava mandar cortar seu pau.

— Ja vai passar... Eu to aqui. – puxou a loira para mais perto e ordenou que o motorista fosse mais rápido sendo que a dois minutos atrás pediu exatamente ao contrário ao pobre homem.