04| Seus olhos azuis🔥

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Katerina Petrov:

Eu não conseguia pensar em mais nada, nada entrava na minha mente a não ser o casamento em duas semanas.
Eu pensava que ele tentaria adiar ao máximo, que também não queria um casamento, principalmente sendo comigo, mas ele fez o total oposto. Ele apenas acelerou um casamento que estava previsto ser para daqui a três meses, ele adiantou para duas semanas.

Mas que porra ele tinha na cabeça para fazer uma coisas dessas?

Assim que sai daquela mesa, não aguentando mais ouvir aquelas palavras que saiam da sua boca, eu apenas segui para o meu quarto e tranquei-me lá dentro. Eu precisava respirar, mas não conseguia. Tudo à minha volta girava em torno de mim e eu não consegui acalmar-me.

Eu sabia exatamente o que estava a acontecer e não conseguia impedir que acontecesse. Eu sentia a ansiedade adentrar as minhas veias e percorrer todo o meu corpo com rapidez. Sentia a falta de ar começar a se notar em meus pulmões mas mesmo assim o ar não adentrava pela minha boca. Sentia o meu coração acelerar, tanto que chegava a doer contra o meu peito.
Deixo o meu corpo deslizar contra a porta trancada atrás de mim e coloco os meus joelhos contra o meu peito.

Eu queria que aquilo parasse, eu precisava que parasse...

A minha mente repensava tudo vezes sem conta, não dando-me descanso. Os meus pensamentos alterados e exagerados não me permitiam relaxar. As mãos tremulas a segurar os joelhos, apertando-os cada vez mais forte, mas mesmo assim não passava. A falta de ar em meus pulmões estava a matar-me por dentro e eu mesmo assim não conseguia respirar fundo.

Eu precisava de ar mas para onde foi todo o ar?

Tento ao máximo acalmar os meus pensamentos, para deixar a ansiedade sair do meu corpo, mas não funciona.
Levanto-me do chão, ainda tremula, e vou até à cómoda ao lado da minha cama, retiro de lá os comprimidos que eu sempre tomo para dormir.
Tomo dois comprimidos, engolindo-os com a própria saliva que conseguia produzir. Deixo o meu corpo cair sobre a cama e apenas espero que tudo passe.

Eu preciso que tudo passe...

Podia não funcionar e caso isso acontecesse, eu apenas adicionaria mais remédios. O meu corpo não seria tão forte contra os diversos remédios que eu tomaria, apenas para que tudo passasse e a minha mente ficasse sem nenhum pensamento.

Os músculos do meu corpo começam a relaxar, assim que sinto o remédio começar a fazer efeito. Lembro-me de ter trancado a porta e isso tranquiliza-me um pouco. Fecho os olhos à medida que tudo começa a tornar-se pesado demais para suportar e apenas apago por completo.

(...)

O meu corpo estava pesado, tão pesado que parecia que alguém estava em cima de mim. Abro os olhos devagar e começo a assimilar tudo o que aconteceu. Olho pela grande janela do meu quarto e vejo que o dia clareou ainda mais. Olho o relógio ao lado da minha cama e vejo que já são seis da manhã. Levanto com calma da cama e assim que o faço sinto uma dor aguda em ambas as mãos. Olho para as mesma e vejo sangue seco na palma de cada mão.
Observo um pouco mais, vendo a marca das minhas unhas afundadas da pele, tento lembrar de quando isso aconteceu mas nada vem à minha mente.

Levanto-me por completo da minha cama e caminho em direção ao banheiro. Lavo as mãos, retirando todo o sangue seco e apenas vendo as marcas que ali ficaram. Retiro toda a minha roupa e vou em direção ao boxe, por ta para tomar um banho e relaxar ainda mais o meu corpo.

Após longos minutos, eu saio do boxe e visto uma roupa confortável.
Saio do meu quarto e vou em direção à cozinha, sabendo que ninguém na casa estava acordado, apenas os empregados. Desço com cuidado as escadas para não fazer barulho algum e adentro a cozinha.
Faço uma tigela de cereais e começo a comer, sentindo a fome começar a sair do meu corpo.

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