26| Ellis... 🔥

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Katerina de Luca

Ela estava ali, deitada no porão, machucada e eu não podia fazer nada.
Não conseguia ver o seu rosto mas sentia que era ela.

Só podia ser ela...

O cheiro de podridão entrava pelo meu nariz, um cheiro que eu lembrava muito bem, o cheiro que normalmente era meu. Mas que desta vez, eu estava em outro lugar.

Não era mais eu deitada sobre aquele colchão imundo e fino, toda machucada e a pedir a Deus para me retirar todas as dores. Era ela.

E era eu quem causava tudo.

Eu não conseguia controlar o meu corpo, ele não obedecia aos meus próprios comandos, mas obedecia aos dele.

Sua voz entrava no meu ouvido e eu logo comeria com a sua ordem. Não sabia como, mas era ele quem estava no controlo do meu próprio corpo.

Minha mente gritava e implorava para eu não a machucar, mas minhas mãos faziam totalmente o oposto.

Eu sentia a sua vida pulsar em minhas mãos, enquanto ainda seguro o seu pescoço e a estrangulo com toda a minha força.
Seus olhos não passam de meras miragens, estando sempre desfocados.

Mas algo dentro de mim, sabia quem era aquela mulher. Mesmo sem a conhecer, eu a conhecia de alguma forma.

Meus lábios se levantam em um sorriso, enquanto vejo a vida daquela mulher com o rosto desfocado se esvair. Assim que sinto o seu batimento cardíaco diminuir de pouco em pouco, eu a solto. Vendo-a respirar bem fundo, em busca do ar que lhe foi tirado.

O ar que eu lhe impedi de respirar...

Meu corpo se afasta do dela, de uma forma automática e um tanto quanto robotizada. Na mente eu tento reagir, tento a proteger de alguma forma, mas sou eu a causadora de tudo isto.

Sinto a sua presença atrás do meu corpo e sua respiração próxima demais do meu ouvido. Suas palavras são retas e diretas, tendo apenas um objetivo em mente.

-Mate-a.- apenas uma única palavra sai da sua boca e enquanto eu ainda fico parada, eu espero ganhar consciência do meu próprio corpo

Porquê que eu faria isto?

Porquê que eu obedeceria as suas ordens?

Porquê que eu sinto que conheço esta mulher, mesmo sem conseguir ver o seu rosto?

Porquê que eu não reajo?

As perguntas se atropelam automaticamente dentro do meu cérebro, mas nenhuma fica por muito tempo, quando a única coisa que penso é em mata-la.

Eu nunca faria isso...

Eu não sou assim.

Eu não penso dessa forma..

Então porquê que eu não paro de pensar em mata-la?

Meu corpo volta-se a mexer e noto pela postura da mulher, que ela sabe o que eu vou fazer. Ela não reage de uma outra forma, a não ser aceitar o seu destino.

Seu corpo parece frágil, machucado demais para pensar em uma hipótese de fugir daqui. Mesmo que não haja chance.
Ela não parece pensar em me magoar, me que tenha um objeto pontiagudo tão perto de si, e sendo tão fácil de me acertar.

Me acerte...

Paro a meros centímetros do seu corpo, minhas mãos se envolvem nas suas peças de roupa sujas de seu próprio sangue, e puxo-a com brusquidão para mim.

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