- Já pensou se... -

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- LUNA -
• There's A Light That Never Goes Out - The Smiths •

Hoje foi o terceiro dia que o Gou, a Stella e o Rafa passaram aqui em casa, a Stella e o Rafa vão pra casa deles amanhã, mas o Gou vai ficar por mais um tempo aqui comigo. Na verdade, ele ia ficar com os Lange, mas eu disse que se ele quisesse poderia ficar e me fazer companhia.

É meio estranho passar dias e noites com os meus amigos meio que morando na minha casa, mas eles me ajudam a fazer as tarefas de casa, já que agora são quadruplicadas. Apesar de ser estranho é bem legal, agora eu tenho mais o que fazer. A gente faz várias coisas juntos, e sinto que nós estamos ficando mais unidos. Não sei explicar direito, mas a gente tem uma sintonia incrível.

Apesar do dia ter sido legal hoje, por algum motivo eu não conseguia dormir por nada. Eu fiquei muito tempo virando de um lado pro outro na casa até aceitar o meu destino e ir para a varanda. Eu não sei porque quando eu não consigo dormir eu vou pra varanda, mas eu sempre faço isso, apesar de nem sempre dar certo. As vezes ficar lá me dá sono, mas hoje foi completamente diferente.

Eu desci pra lá por volta das 00:35 e fiquei sentada no sofázinho da varanda por um tempo, eu achei que talvez uns 15, 20 minutos, mas quando eu vi já era quase 02:00 da manhã. Eu honestamente fiquei assustada, o tempo por algum motivo tava parecendo passar muito rápido, até que eu ouvi o som de alguém descendo as escadas. Por alguns segundos eu pensei que poderia ser um dos gatos, mas quanto mais os passos desciam, mas certeza eu tinha de que não era um gato.

Quando eu virei para ver quem era eu vi o Gou com uma cara de sono parecendo meio desnorteado ainda.

— Gou? O que você tá fazendo acordado essas horas?

— Eu que te pergunto. Eu acordei à uma meia hora e não consigo voltar a dormir, aí eu desci pra não acordar eles.

— Então fica aqui comigo, também não tô conseguindo dormir. A diferença é que eu tô acordada desde meia-noite.

O menino, apesar da cara de sono estava bem acordado, e como eu pedi, ele veio ficar do meu lado. Nós ficamos conversando sobre várias coisas até que ele tem a ideia menos genial do mundo.

— Naná, e se a gente for dar uma volta por aí?

— Você tem noção que são 03:30 da manhã, né?

— Sim, idai?

— Idai que são 03:30 da manhã, em São Paulo. Você realmente acha que isso é uma boa ideia?

— Na verdade sim.

— E se a gente for assaltado?

— É só não levar nada de importante. Vamo Naná, para de ser chata.

A gente ficou um tempo discutindo se nós realmente iríamos ou não sair, mas ele conseguiu me convencer de fazer isso.

Não sei como nem por que, só sei que quando eu vi a gente já tava na rua andando por aí.

— Naná.

— Oi, Gou.

— Já pensou se a gente tá andando aqui, e do nada quando a gente vai atravessar a rua vem um ônibus e atropela a gente?

— Você tomou zolpidem?

— Não, mas isso não anula o fato de que seria um ótimo jeito morrer: ao seu lado.

— Você tá bem? O que você t... — Ele me interrompeu.

— E se no lugar do ônibus fosse um caminhão daqueles gigantesco? Seria uma honra morrer junto a você.

Ele parecia estar começando a ficar com sono e com as ideias tortas, e pra ser sincera, eu também estava.

— Não posso discordar de que seria um prazer morrer ao seu lado.

— Tá vendo? Eu não sou tão louco.

Depois disso a gente só ficou conversando nada com nada e voltou pra casa um pouco antes das 05:00, mortos de sono.

Quando nós chegamos em casa, apesar de já ser quase de manhã o sol ainda não tinha aparecido no céu, e nós estávamos tão cansados que deitamos no sofá da sala mesmo e dormimos.

Aparentemente a ideia do menino funcionou, até por que eu só acordei no dia seguinte, coberta e sozinha no sofá.

Quando eu acordei, ao invés de ouvir um "bom dia" ou um "dormiu bem?" A primeira coisa que eu ouvi foi a Stella com suas perguntas de novo.

— O que aconteceu ontem, hein senhorita Naná?

— Que?

— Você e o Gou estavam dormindo juntos aqui no sofá, aí quando ele acordou ele subiu lá no teu quarto e pegou tua coberta só pra você não passar frio.

— Não aconteceu nada ontem, e não me chama assim.

— Sei... e por que eu não posso te chamar assim e ele pode?

— Primeiramente que ele que me deu esse apelido, segundo por que ele além de me chamar assim desde criança ele é a única pessoa que me chama as... e por que eu te devo satisfações? Você já tá na minha casa, me deixa em paz menina maluca.

— Nossa, eu só fiz uma pergunta. — Ela sempre fala isso num tom de coitadinha quando sabe que fez besteira.

Olha, eu amo a Stella, mas quando ela começa com essas cismas dela do nada eu tenho muita vontade de colocar todos os anos de aula de karatê em prática.

Olha, sinceramente, hoje é domingo, eu acordei tarde, não tenho nada pra fazer então eu fiz o que eu faço de melhor: nada. Só chamei o pessoal e a gente ficou assistindo vários filmes durante o dia.

A única coisa que me deixa ansiosa é saber que essa semana eu vou conhecer os tais amigos do Gou e do Rafa.

Autora:

Vamo fingir que eu não esqueci que tô escrevendo uma fanfic por umas duas semanas? 🙈🙈

Mas eu voltei, e voltei arquitetando capítulos até dois anos depois do ano que a fic tá se passando, mas não garanto nada 💋🫦

Enfim, passou duas semanas mas eu continuo mendinga, ent mim de um littel estrelinha plis 🙏🙏

Como meus sonhos - Goularte Onde histórias criam vida. Descubra agora