Como meus sonhos - Goularte

- Jurado pra morrer de amor -

- GABRIEL G. -
• Meu Bem Querer - Djavan •

13/08/2022

Três meses, mas desde o primeiro dia de sessão a rotina é a mesma. O rpg acontece, a gente sai pra algum lugar e depois vai pra casa da Luna, e eu sei que ela se lembra desde a primeira vez que a gente se beijou, por mas que finja que não.

— Tchau Naná, até semana que vem. — Desde o primeiro dia esse foi o jeito que nós nos despedimos, como sempre.

Na verdade sempre foi, um simples tchau ou no máximo um abraço. Eu sei que ela queria me dizer alguma coisa, os olhos dela nunca mentem. Apesar do sorriso em seu rosto era perceptível que seus olhos diziam mais do que o que saia por sua boca, ela queria algo a mais que, com certeza, não tinha coragem de dizer.

Já na porta de sua casa, pronto para sair eu sabia o que tinha que ser feito no mínimo, então depois de me despedir e olhar fundo nos olhos da menina, eu cuidadosamente peguei o rosto dela e dei um beijo na bochecha dela.

Ela parecia estar mais satisfeita, mas talvez não o quanto esperava.

— Tchau, Gou. — Ela se despediu e fechou a porta de casa. Eu podia ouvir ela correndo pela escada para o andar de cima e por algum motivo me deu muita vontade de bater na porta e dar um beijo de verdade dela, mas eu perdi a minha oportunidade.

Por pelo menos mais três ou quatro semanas foi assim.

Basicamente era tudo mais do mesmo, a mesma despedida, o mesmo beijo antes de ir embora, a mesma porta fechando e cada um indo pro seu canto sem falar nada sobre até a próxima semana e o ciclo de repetir. Até chegar o dia que as coisas mudaram um pouco.

A cada beijo que eu dava nela, mais ela parecia querer mais ainda. O olhar que era de alguém que queria um pouco mais aos poucos se tornou um olhar insatisfeito, que claramente queria muito mais.

Mais um desses dias, o mesmo se repetiu.

— Tchau Naná, até semana que vem. — As mesmas palavras seguidas do beijo na bochecha dela.

Só que dessa vez, ao invés de um "Tchau, Gou!" Como sempre ela só me olhou com um olhar agora não só insatisfeito, mas triste.

Foi uma troca de olhares rápida, mas intensa.

Para ser sincero, nem eu estava satisfeito, mas o que eu faria além disso? Eu preferi simplesmente ir pra não ter que ficar mais aguentando aquilo dentro de mim e olhar nos olhos dela. Eu conheço a Luna a 15 anos, eu sabia que nós dois queríamos mais, mas eu também tinha medo de ir além do que eu poderia, então eu preferia isso do que nada.

Mas aparentemente ela não.

Quase que com lágrimas nos olhos, me olhando com um olhar profundo, ela colocou a mão no meu braço quando já estava saindo.

— Gou...

Ela me fez da um passo para trás. Me olhando ainda com os mesmo olhos, ela colocou a mão no meu rosto como se estivesse preocupada com algo. A mão que estava no meu braço ela gentilmente passou para a minha cintura e delicadamente trouxe o meu rosto para mais perto do dela, me dando um beijo lento e caloroso.

A cada segundo eu sentia o sentimento de insatisfação passar. Parecia que nós encaixávamos perfeitamente um com o outro, e pela primeira vez eu não quis que um beijo acabasse nunca. Era um beijo como qualquer outro poderia ser, mas os sentimentos acumulados tanto por mim, quanto por ela poderiam fazer algo tão pequeno se tornar isso.

Antes mesmo que eu pudesse entender tudo o que eu estava sentindo o beijo infelizmente acabou e nós nos separamos.

— Você devia ter mais atitude. — A Luna disse brincando quando nós separamos com um sorriso no rosto. Não poderia discordar dela, e em forma de me redimir eu dei outro beijo nela.

Esse parecia tão bom quanto o primeiro, talvez por não ser algo tão de surpresa, talvez por ser para finalizar o que já tinha sido começado, mas o importante é que aconteceu.

Depois disso todos os dias se repetiram do mesmo jeito, a cada beijo eu percebia o quanto eu amava ela, cada beijo melhor, cada dia mais intenso, cada dia mais apaixonado.

Os beijos em casa, os beijos durante os encontros depois do rpg, os beijinhos inesperado na bochecha ou na testa, abraços por trás, trocas de olhares cada vez mais intensas...

Tudo isso só nos fazia cada vez mais próximos, tanto em questão da nossa relação, mas fisicamente, de certa forma.

Eu me sinto um idiota falando isso, mas parece que até a forma como ela me abraça mudou. Não sei explicar, parece que agora ela me abraça mais forte, o jeito como ela apoia a cabeça no meu ombro e se acomoda no meu abraço me faz sentir como se eu fosse o porto seguro dela, e também me lembra que ela é o meu. Não só em dias de rpg, mas todas as vezes que a gente se vê ao longo da semana, que aumentaram bastante desde que eu me mudei pra cá também, ela parece estar mais à vontade comigo, ela não parece mais esconder ou reprimir as coisas.

Agora eu finalmente entendi completamente a dor dela quando perguntavam "vocês namoram?"

Cada vez que você tem que responder "Não, nós somos só amigos." É como se alguma coisa dentro de nós doesse, eram palavras tão simples mas que machucavam tanto só de falar.

Eu não queria que nós fôssemos só amigos, mas se essa pergunta assusta tanto ela deve querer.

Autora:

Depois de um século e meio tivemos o pov do Gou 🎊🥳🥳☝️💥💥🕊️💋💋

O povo pediu, e como a voz de Deus é a voz do povo tá aí.

Eu poderia falar que não amei esse capítulo, mas eu estaria mentindo 🙈🙈

Enfim, só peço uma estrelinha e um comentariozinho aí falando se quer que o próximo capítulo já seja o pedido de namoro ou não. 🤫

Sinto muito em informar que depois do namoro não teremos tantas emoções como antes, mas prometo tentar.

Enfim, BEJAO VIU 💋💋