My teacher
Quarta-feira é aquele dia da semana em que ou você não tem nada para fazer, ou tem tudo. É o ponto decisivo da semana para garantir um final de semana tranquilo ou cheio de atividades acumuladas. Lando concordaria com o ditado: 'Por que fazer hoje o que podemos deixar para amanhã?'
Era por isso que seus sábados estavam sempre cheios de tarefas atrasadas. A causa desse problema tinha um nome e sobrenome, ou melhor, vários sobrenomes. Carlos Sainz, professor de História da Arte. Suas aulas eram justamente nas quartas-feiras e ele sempre fazia questão de passar pelo menos uma redação além de um trabalho. Era um terror. Mesmo na faculdade, às vezes tinham que fazer trabalhos de desenho, o que Lando odiava. Para ser honesto, ele não tinha tanto talento assim com esse tipo de exercício.
P.O.V Lando Norris
O alarme berrava no meu ouvido, mas sequer me movimentei, bom, pelo menos o meu corpo. Porque no meu sonho, eu levantei, desliguei o alarme e fui me arrumar.
— Cara, levanta, todo mundo da casa já acordou, só você que não.
Piastri, meu colega de apartamento, me chacoalhava na cama. Nós dividimos o apartamento com mais um amigo, que por sinal entrou gritando nesse exato momento.
— Ou você levanta daí agora ou eu te puxo pelos cabelos — Russell ditou e colocou seus braços na cintura, tal qual minha mãe faria.
Com muito pesar, levantei da minha cama. Meu corpo dizia para retornar à coberta quentinha e ao meu travesseiro macio, mas meu cérebro me lembrava da faculdade e o quanto meu pai implorou que eu a fizesse.
— Vai se arrumar, a primeira aula é do Carlos. Não podemos perder, ele não deixa ninguém entrar depois do horário, aquele velho.
— Ai, Russell, como você é iludido, até parece que ele iria perder a aula do crush dele.
— Ele não é meu crush, tá? Inclusive, tenho ódio dos trabalhos dele — disse indo ao banheiro para escovar os dentes e tomar uma ducha.
— Aham, só passou uma semana falando o quanto ele era bonito e não sei mais o que — Oscar disse, arrumando minha cama por instinto.
— E ele é mesmo, mas continuo odiando ele.
Disse e comecei minha organização: roupa, acessórios, tênis, mochila, celular e fone de ouvido. Só o básico para sobreviver em meio ao público.
Pegamos o metrô e chegamos na faculdade com uns 10 minutos de antecedência. Aproveitamos para julgar tudo e todos da faculdade até que o professor chegasse. Meus amigos aproveitaram para sentar no fundão e continuar a conversa sobre qual professor a engraçadinha da sala tentaria sentar no colo novamente essa semana, eu continuei sentado na frente, como sempre, por motivos de miopia. O dia estava frio, então aproveitei para me aconchegar no meu moletom quentinho na cadeira próxima à parede. Só não esperava que meus olhos iriam me trair e fechar tão rapidamente, poucos minutos antes do professor entrar.
— Querido, você quer que eu pegue um travesseiro? Coloque um barulho de chuva para ficar mais confortável?
Abri os olhos assustados com a voz rouca e baixa em meu ouvido. Meu susto triplicou quando me deparei com o rosto de Carlos tão próximo ao meu. Merda.
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One Shot F1 🏎️🏁
FanfictionPaixão e amor, raiva e ódio dispostos em um capítulo. Histórias românticas que podem beirar a luxúria e ceder ao desejo carnal, ou, simplesmente, palavras de uma imaginação fértil demais para focar em um só cenário e um só shipp e as vezes fugindo d...