Ice cream body shotTarde de domingo, dia ensolarado e deprimente. Aquele dia em que você anda por todos os lugares, mas parece que não andou em lugar algum. O sentimento de vazio é predominante e o anseio pela segunda-feira é ensurdecedor no nosso cérebro.
Max estava se sentindo exatamente assim, jogado em seu sofá de couro claro com os pés em cima do encosto e a cabeça quase encostando no chão.
- Seu sangue vai descer todo pra sua cabeça e você vai morrer - disse sua irmã mais nova, entrando na sala.
- Vira essa boca pra lá - ele se ajeitou no sofá para que ela pudesse sentar ao seu lado.
- Eu queria um sorvete - disse, enrolando uma mecha do cabelo no dedo - talvez um de chocolate daquela sorveteria nova.
- Sem chances, essa sorveteria fica do outro lado da cidade.
- Tudo bem, eu nem queria mesmo - disse com um longo suspiro e fazendo cara de choro - ninguém se importa comigo nessa casa mesmo.
- Você é ridícula.
E assim, ele foi até a sorveteria. A diferença de temperatura entre o ar do seu carro e o calor que subia do asfalto fez com que ele se martirizasse mentalmente, fazendo uma nota de não ceder aos desejos de sua irmã novamente.
Os barulhos do sino da porta da sorveteria irritavam seus ouvidos. Ele só queria estar em seu sofá pensando em nada.
- Boa tarde, tudo bem? Em que posso ajudar? - um rapaz de olhos claros, sobrancelhas grossas, barba falha, cabelo preto e um pouco mais baixo lhe atendeu.
Ele não iria dizer o porquê, mas gravou todos esses detalhes.
- Tudo bem, eu quero um sorvete daqueles ali, de chocolate por favor.
- Sinto muito, senhor, acabei de vender o último.
- O quê?
O rapaz suspendeu os ombros com desdém.
- Você só pode estar brincando, né? - Max disse, mais alterado, o calor afetando seus nervos.
- Claro que não, senhor, porque eu deixaria de vender algo? Olha, nós temos outros sabores. Se não está interessado, por favor, saia.
- Se eu quisesse outro sabor, eu teria pedido, não acha? Eu só quero a merda de um sorvete de chocolate!
- E se eu tivesse a merda do sorvete de chocolate, eu já teria vendido, né, idiota. Com licença, senhor.
Charles rodeou o balcão que os separava e segurou o braço de Max, empurrando-o para fora.
Mas é claro que Max não aceitaria ser retirado de um lugar assim. No momento em que ia retirar a mão do rapaz do seu braço, ele olhou para os lábios dele, que pareciam tão convidativos, com linhas bem desenhadas e o tom rosa. A tensão no ar era palpável.
Os dois se olharam como se conversassem telepaticamente. Em um surto de coragem, Max avançou contra a boca de Charles.
Suas mãos seguravam o rosto alheio enquanto mãos puxavam seus fios. O beijo era intenso, carregava toda a raiva e velocidade de Max e a fúria e sede de Charles. Suas línguas brigavam tanto quanto minutos atrás. Somente se separaram quando faltou ar em seus pulmões.
- O que foi isso? - Charles perguntou, olhando para Max, com os cabelos bagunçados e os lábios vermelhos e inchados.
- Por favor, não diga que também não queria
Charles se direcionou até a porta do estabelecimento, trancou q porta e virou a plaquinha com a palavra "fechado" para a rua. Caminhou lentamente até perto do rapaz novamente.
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One Shot F1 🏎️🏁
FanficPaixão e amor, raiva e ódio dispostos em um capítulo. Histórias românticas que podem beirar a luxúria e ceder ao desejo carnal, ou, simplesmente, palavras de uma imaginação fértil demais para focar em um só cenário e um só shipp e as vezes fugindo d...