Verstappen X Sainz

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Guess

Russian Grand Prix, 2016

P.O.V Max Verstappen

Esse seria o último grande prêmio que Carlos e eu correríamos juntos pela Toro Rosso, depois disso,  na Espanha eu iria correr oficialmente pela Red Bull. Estava animado com a ideia de subir no grid, as portas que estavam se abrindo para mim enchiam minha cabeça de ilusões e visão de futuro. Mas algo do passado me prendia.

Meus momentos com Carlos, não queria deixá-lo. Outro dia, com a equipe, fomos para o zoológico, e foi tão lindo vê-lo animado, brincando com os animais e se divertindo no carrossel. Ah Carlos, eu não quero ir embora sem você.

Apesar de me sentir assim, não parecia ser recíproco. Desde o anúncio na equipe, Carlos não me disse nada, nem uma palavra sequer. Era óbvio que eu estava triste, mas não poderia cobrar nada dele.

Depois da qualificação no sábado a equipe me chamou para um sala no motorhome, eles queriam conversar sobre algo sério. Entrei no ambiente totalmente nervoso, não sabia o que me esperava, e então meu coração se acelerou da maneira mais bela que eu já senti.

A sala estava cheia de pessoas da equipe, mas, no centro dela estava ele, segurando um bolo de despedida. Meus olhos só conseguiam enxergar ele e aquele sorriso maravilhoso que eu só conseguia ver na sua boca. Era mágico e estranho a forma como ele conseguia prender totalmente a minha atenção.

Todos gritaram e me abraçaram me desejando boa sorte e me dando os parabéns. Ele veio por último, com passos calmos e lentos, o cabelo molhado e bagunçado pela balaclava que usava a poucos minutos na pista, droga, ele ficava ainda mais lindo daquela maneira.

- Buena suerte cabrón, eu sei que você vai fazer um trabalho incrível. O Daniel vai cuidar de você - ele bagunçou meus fios como se fosse uma criança.

- Você só é três anos mais velho - eu disse tirando a minha cabeça das suas mãos - obrigado mate, eu vou sentir sua falta

Não consegui controlar as lágrimas em meus olhos, mas eu não queria que ele, nem ninguém daquela sala soubesse dos meus sentimentos. Não suportaria em hipótese alguma todas rindo do fora que eu iria levar ademais do grande deboche que o senhor expressivo faria ao saber que tenho sentimentos por ele.

Praticamente empurrei o bolo nas mãos de um engenheiro que estava ao meu lado e fui para sala de preparação. Sentei na poltrona que havia ali e tentei a toda custo controlar a minha respiração.

- Deixa de ser idiota - eu dizia limpando meus olhos com força - se meu pai me ver assim... aí eu quero ver.

- Max, o que aconteceu? Porquê você saiu daquele jeito? - Carlos perguntava de modo preocupado entrando na sala e fechando a porta.

- Eu só quero ficar sozinho, por favor - eu me levantei e fui em direção a porta.

A pessoa que eu menos queria ver agora era ele, eu preciso controlar meus sentimentos antes de manter uma conversa decente, e olhar para seu rosto agora não me ajudaria em nada. Peguei a maçaneta da porta para abrir e pedir que saísse e me deixasse só.

Antes que eu pudesse fazer isso, ele pegou minha mão e me puxou até a poltrona.

- Senta aí e conversa comigo - ele me empurrou no estofado e se ajoelhou na minha frente, eu neguei com a cabeça relutando em me abrir.

- Maxie... Por favor, fala comigo - ele segurou meu queixo parando meus movimentos.

- Tudo bem, você quer ouvir? Então tá, eu gosto de você ok? É isso, agora você vai voltar para aquela sala e rir sobre o quanto é engraçado eu gostar de um cara mais velho e quem nem gosta de mim, ah aproveita e fala com meu pai também você vai se divertir mais ainda.

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