O delegado Pedro entrou na tal Sala de Reunião, que pediram para esperar. O ar frio da sala não chega ser incomodo. Nunca é fácil trazer notícias ruins para uma família que teve seu ente querido morto ou sumido.
Mas, sempre é pior quando a investigação não avança, e com certeza era para ter sido mais fácil, até porque o local tem câmeras alem de ser passagem moderada de carros e pedestres.
Voltando para a Sala de Reunião que é imponente... Há dez estantes com livros adquiridos desde a época do Império, que cobrem toda a parede da biblioteca do piso ao teto.
Entre as estantes, que com certeza fazem inveja a qualquer biblioteca no mundo, tem 5 bustos com a face dos últimos chefes da Família Nabuco.
Os bustos têm mais de 10 metros de altura, e o mesmo só é confeccionado quando o líder da organização morre.
Não há nenhum quadro, seja pintado à mão ou não.
Os moveis, são bicentenários. Todos eles.As canetas que ficam disponíveis para escrever sobre as mesas de madeira Pau Brasil, são feitas de penas de ganso, e remontam ao reinado de D. Pedro II.
— Boa noite delegado. — Pedro é saudado por Adriano Nabuco que entra na Sala de Reunião demonstrando um pesar que não existe nenhum pouco.
Adriano, usa uma camisa branca da marca Dulce & Gabbana, com uma calça sarja bege e sapato branco mocassim, de mesma marca.
Os dois se cumprimentam apertando as mãos.
— Boa noite! O senhor já tem a resposta do que aconteceu com meu filho? — A voz de Adriano é sofrida, o que deixa Dr. Pedro sensibilizado.
— Não, Dr. Adriano... estamos investigando, pegamos as imagens do local, porém, nada ainda. Quem o senhor acha que poderia querer sequestrar seu filho?
— Ou mata-lo.
O delegado levanta uma das sobrancelhas, devido a tamanha certeza de Adriano.
— Por que o senhor acredita que seu filho esteja morto?
— Por que não recebi nenhuma ligação, pedindo alguma coisa. Meu Deus, que dor... a ausência de informação é angustiante.
Dr. Pedro, coça o olho esquerdo, dando um tempo para que Adriano se reestabeleça da morte do filho.
O que ele não imagina, é que há um tremendo de ator ali, bem na sua frente.
— Mas isso não quer dizer que ele esteja morto. Mas, caso o filho do senhor esteja morto, quem poderia fazer algo assim?
— Não tenho a mínima ideia. Na verdade, não sei quem teria colhões para tal..., porém, as vezes tem uns desavisados.
Os dois conversam em pé. De frente ao busto do seu avô, o falecido Natanael Nabuco.
— Como as cabeças foram... — Adriano, faz o gesto de decapitação com sua mão direita, antes de concluir a pergunta.
— Ainda espero laudo do Instituto de criminalística.
— A que se deve a demora? Pelo que sei, é um dos órgãos dos mais competentes.
—De fato o é, porém, a questão que não se chega a um consenso, é como as cabeças foram arrancadas do tronco.
— Sr. Victor queixou-se, avisou ou pelo menos insinuou que estava recebendo alguma ameaça?
— Não. Nunca. Mas, acho que se houvesse tido, ele não falaria. Meu filho sempre procurou resolver as coisas... sempre foi muito independente. Como levaram ele? Digo, temos pelo menos o carro em que meu filho levado?
— Ainda não.
— Então, a que se deve sua visita? Acredito que o senhor não deve fazer a mesma coisa com os menos afortunados.Adriano alfineta o delegado.
— O que preciso do senhor não são desculpas, mas, respostas.
— Bem, tenho certeza que o senhor sabe a quantidade de amigos fluentes que tem, e entre eles está o governador. Logo, não preciso dizer como as ordens fluíram.
— Delegado, eu quero justiça e não vingança. Creio que o senhor sabe a quantidade de sangue que repousa sobre esta família. Sou um homem de paz e quero achar meu filho vivo.
— Nós vamos acha-lo, Dr. Adriano.O celular do delegado toca e quando ele atende a ligação, sua expressão faz Adriano entender que Dr. Pedro já tem uma resposta.
— Dr. Adriano, sinto informar que o senhor precisa ir IML identificar o corpo de um rapaz que acaba de chegar. Lamento informar isso.
Adriano, retira-se da biblioteca sem dizer nada.
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SENHOR DA NOITE - Lançamento dia 04 de Abril de 2024
TerrorSENHOR DA NOITE "Yvi Sorrento nasceu numa data qualquer em um mês com nenhuma celebração, no calendário Espúrio." Foram essas frases que Eleonor de Medeiros, estudante de medicina da Universidade Federal de Pernambuco, leu na...