Eleonor, acorda depois de ter tido um sonho agitado. Na verdade, estava mais para um pesadelo do que um sonho. A criatura com olhos vermelhos cor de sangue e ensandecida não sai das suas lembranças mais profundas.
A frase: "Eu estou aqui, meu amor. " Ecoava bem alto em sua cabeça, mesmo depois de acordada.
Porém, quando a luz do quarto se ajusta no seu campo de visão, Eleonor encontra Rafael dormindo no sofá ao lado da sua cama. O braço engessado está bem acomodado encima do outro e a cabeça do rapaz pendendo levemente para a direita.
Eleonor, sai olhando para o corpo dele e conferindo se Rafael tem mais algum ferimento, fora o braço quebrado, a jovem só vê um hematoma perto do olho, que deve ter sido ocasionado pelo murro dado por um dos seguranças do Victor.
Subindo a visão, Eleonor assusta-se com os olhos de Rafael olhando-a de volta.
Ele abre um leve sorriso quando é percebido.
– E aí meu amor, como você está se sentindo hoje? Fico muito feliz que esteja melhor – Rafael, levanta-se capengando e segue até a cama de Eleonor, beijando suavemente seus lábios.
– Continuo com uma dor de cabeça que não me deixa. E você? Como está?
– O braço – Rafael, levanta o quebrado –, lateja tanto que parece que vai explodir.
Os dois gargalham.
– Tive medo de te perder. – Dispara Rafael.
A jovem, ruboriza a face num misto de lisonjeio com o estado de "sem graça".
– Estou feliz por estarmos bem... digo, sinto pela família dos que morreram, mas, se não tivesse acontecido o que aconteceu, seriam nossas famílias que estariam sofrendo agora.
– Verdade. E ainda me pego pensando na minha impotência diante do perigo. Ver você sendo arrastada para dentro daquele carro foi desesperador.
Os dois ficam em silencio.
– Mais, você não teve condições de fazer nada. Foram dois gigantes contra um.
– Contra um gigante?
– Um gigante meia-sola, mas ainda um gigante.
Novamente sorriem um para o outro. A risada espontânea é farta nos rostos do casal.
Rafael acaricia a face de Eleonor e o casal volta a se beijar, agora, mais demorados.
Um roçado na garganta interrompe o beijo.
– Rafael, desejo apresentar meu pai.
Rafael sem jeito estende sua mão boa para apertar a do futuro sogro.
– Dr. Hermes, não é isso?
– Prazer, e o seu nome?
– Rafael Torres.
Os dois se cumprimentam.
– O Rafael estuda lá na faculdade.
– Hum... e faz o que?
– Medicina... segundo ano. – Rafael, percebendo que pai e filha precisam de um tempo a sós, diz: – Bem, vou deixar vocês à vontade. Amor, eu te ligo. – Comunica Rafael esfregando uma mão na outra.
– Liga, estarei esperando.
Todos se despedem com um olhar e depois que Rafael sai, Hermes continua olhando para a porta.
– Filha, gostei dele. Sua mãe já conheceu?
– Ainda não... foi tudo tão rápido...
– Fico feliz por você e espero que...
– Vai dar tudo certo pai.
– Desculpe seu velho, são cuidados para com o amar da vida dele.
– Um velho que tira muito suspiro. Pensa que não vejo as mulheres olhando para o senhor?
– Está aí uma coisa que não me atento, até porque só tenho olhos para sua mãe.
Hermes, aproxima da cama e abraça a filha. A menina sente o coração do pai acelerado, por causa da emoção que se instaurou naquele minuto.
– Meu amor, a vida da gente não vai ficar mais fácil.
– Do que o senhor está falando? Qual o receio?
– Eu torço para que Victor seja encontrado com vida.
– O que eu não sei?
A pergunta de Eleonor, faz todo sentido, haja vista, a apreensão de Hermes está evidente.
– Tem coisas que você precisa saber.
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SENHOR DA NOITE - Lançamento dia 04 de Abril de 2024
TerrorSENHOR DA NOITE "Yvi Sorrento nasceu numa data qualquer em um mês com nenhuma celebração, no calendário Espúrio." Foram essas frases que Eleonor de Medeiros, estudante de medicina da Universidade Federal de Pernambuco, leu na...