O amor está no ar.
Não fazia duas horas que havia acontecido o primeiro beijo e o casal de pombinhos não se desgrudavam. Tudo já era um lindo sonho de verão.
Ficaram de mãos dadas durante as aulas teóricas, ocorridas naquela tarde.
Pela primeira vez Eleonor ligou o foda-se para as pessoas que transitavam ao seu lado. E por incrível que pareça, a chegada de Rafael na vida de Eleonor parece ter sido uma benção.
É certo que algumas criaturas desse mundo tenham apostado quanto tempo eles ficariam juntos. Ou faziam comentários transfóbicos, homofóbicos, misóginos... e por aí vai, mas, e o mais importante acima de tudo, é que o casal tinha certeza em seus corações que foram feitos um para o outro.
Eleonor e Rafael seguiam para a parada de ônibus quando um carro preto, importado, sem placa, para ao lado deles.
— De mãos dadas?
Pergunta o motorista que era desconhecido para Rafael, mas, muito conhecido por Eleonor.
O cara trabalhava para Victor Nabuco.
E o Victor estava sentado no banco de trás, porém, não dava para o casal vê-lo por causa dos vidros aprova de bala pretos... nem para ver os outros dois brutamontes chamados Gustavo e Oliveira, que também estavam dentro do importado.
Eleonor e Rafael continuam andando.
— Ô bonitão, você sabe que lá embaixo não é entrada e sim uma broca? Sabe disso, não é mesmo? — Luciano fala sério.— Tem é a porra de um pau aí embaixo, para ser mais específico, caso não tenha entendido.
— Vai cuidar da tua vida, seu bosta.
— Escutou isso, patrãozinho? O viadinho é metido a homem. E o sabão aí, rola como?
Rafael, para bruscamente e quando vai tomar satisfação, Eleonor o prende ao seu lado, puxando para perto de si.
— Não ligue. Eu não ligo. Por favor vamos embora.
— Mas, ele não pode continuar te tratando assim. Eu não vou aceitar... esse otario merece uma lição.
— Acredite meu amor, não vale a pena. Vamos... por favor. Além do mais são quatro contra um.
— Que cochichado lindo. Os rapazes estão mesmo se gostando. — Depois de falar isso, Luciano gargalha. O motorista continua: — Patrãozinho, o amor não é lindo?
Eleonor, tira o celular do bolso e começa a gravar. É sua única defesa. Não tem mais o que fazer. Eleonor pensa em correr, mas, eles estão numa via de mão única, com matos e jardins nos dois lados.
— Pessoal, esse senhor está me destratando e também ao meu namorado com comentários homofóbicos. Vamos, senhor... o que o senhor dizia mesmo? Ou só é macho na surdina?
O motorista olha para trás do banco e escuta o Victor Nabuco mandá-lo descer, quebrar o celular e trazer a moça para dentro do carro.
O homem, desce do carro e Juntamente com ele, a porta do passageiro e mais a porta traseira se abrem, descendo mais dois capangas.
— Bora sua putinha, me dar o celular.
— Que putinha Luciano, chama de viradinho que ele atende. — Fala um homem de cabelos longos e barba loira, chamado Gustavo.
Olhando de perto, não dar para dizer quem é maior em massa corporal.
Rafael é um palito no meio deles.
— Vamos, arrasta a menina logo caralho. Não é hora de falar e sim de agir. Bora concluir logo o serviço antes que alguém veja.
Rafael, soca Luciano que sente a porrada e pende para o lado. Mas, logo é agarrado por trás pelo Gustavo, que o prende com um poderoso mata-leão. Luciano, se recompõe e avança para o rapaz preso nos braços
O terceiro homem, chamado de Oliveira, segura Eleonor pelos cabelos com sua mão esquerda e com o outro braço, a suspende pelo pescoço, tirando-a do chão e trazendo para perto do seu sexo.
— Antes de matá-la, você vai conhecer um homem de verdade.
Eleonor, morde o braço de Oliveira tirando-lhe sangue, que imediatamente a solta e sem delongas disfere um murro no rosto da jovem, derrubando-a, na queda, Eleonor bate com a cabeça contra o capô do carro, desmaiando.
Rafael, grita pedindo socorro. Mas, ninguém o escuta. Sem esperar, o rapaz é arremessado ao chão e os dois homens começam a chuta-lo.
Quando Gustavo saca a arma, com Rafael caído aos seus pés, o inesperado acontece.
Os três homens são degolados sobrenaturalmente.
E o último dos quatro que sobrou vivo, tranca-se dentro do carro blindado.
Victor não sabe o que aconteceu.
Os vidros blindados do seu carro importado estão banhados de sangue vivo. Victor pega sua arma e fica apontando para todos os lados.
Ele, Victor, sente-se seguro ali dentro do carro...
— Que porra foi isso...
A porta do passageiro é arrancada fora como se fosse um pedaço de papel descartado fora dum caderno vagabundo.
Uma fera bestial ensandecida, com seus dentes saindo de uma boca demoníaca grita para Victor Nabuco:— Vamos seu verme! Pode gritar! Ninguém vai te escutar.
O vampiro tira Victor Nabuco de dentro do carro pelos ombros, como se fosse um animal de pequeno porte.
— Eu vou pintar seu carro com seu sangue vermelho vibrante.
Victor, fecha os olhos e urina-se todo.
— OLHE PRA MIM ENQUANTO FALO COM VOCÊ, SEU VERME! VEJA A FACE DA SUA MORTE! — O vampiro, lambe a face da sua vítima e quase sussurrando diz: — Você pensa que causa dor? Você acha que sabe fazer alguém sofrer? Vou te mostrar o que é dor... e depois de morto, pegarei um pedaço do seu corpo para fazê-lo meu escravo por toda eternidade.
Victor, olha para o vampiro e grita, grita e continua a gritando. Ele tenta escapar das mãos que segura-o... inútil, o esforço.
Literalmente, um rato preso numa ratoeira dentada.
— E depois de ter lhe usado.... E vou te usar, te lançarei no inferno e pedirei para os demônios te açoitar por mais duas eternidades... seu bosta.
Yvi, cumpriu cada detalhe da primeira promessa, que fora feita a pouco.
Além de ter visto a cara de horror do seu pai, estampados nos olhos do herdeiro da família Nabuco.
Enfim, seu lado bestial havia despertado.
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SENHOR DA NOITE - Lançamento dia 04 de Abril de 2024 - Em Andamento
TerrorSENHOR DA NOITE "Yvi Sorrento nasceu numa data qualquer em um mês com nenhuma celebração, no calendário Espúrio." Foram essas frases que Eleonor de Medeiros, estudante de medicina da Universidade Federal de Pernambuco, leu na...