19 - SANGUE VERMELHO VIBRANTE

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O amor está no ar.

Não fazia duas horas que havia acontecido o primeiro beijo e o casal de pombinhos não se desgrudavam. Tudo já era um lindo sonho de verão.

Ficaram de mãos dadas durante as aulas teóricas, ocorridas naquela tarde.

Pela primeira vez Eleonor ligou o foda-se para as pessoas que transitavam ao seu lado. E por incrível que pareça, a chegada de Rafael na vida de Eleonor parece ter sido uma benção.

É certo que algumas criaturas desse mundo tenham apostado quanto tempo eles ficariam juntos. Ou faziam comentários transfóbicos, homofóbicos, misóginos... e por aí vai, mas, e o mais importante acima de tudo, é que o casal tinha certeza em seus corações que foram feitos um para o outro.

Eleonor e Rafael seguiam para a parada de ônibus quando um carro preto, importado, sem placa, para ao lado deles.

— De mãos dadas?

Pergunta o motorista que era desconhecido para Rafael, mas, muito conhecido por Eleonor.

O cara trabalhava para Victor Nabuco.

E o Victor estava sentado no banco de trás, porém, não dava para o casal vê-lo por causa dos vidros aprova de bala pretos... nem para ver os outros dois brutamontes chamados Gustavo e Oliveira, que também estavam dentro do importado.

Eleonor e Rafael continuam andando.

— Ô bonitão, você sabe que lá embaixo não é entrada e sim uma broca? Sabe disso, não é mesmo? — Luciano fala sério.— Tem é a porra de um pau aí embaixo, para ser mais específico, caso não tenha entendido.

— Vai cuidar da tua vida, seu bosta.

— Escutou isso, patrãozinho? O viadinho é metido a homem. E o sabão aí, rola como?

Rafael, para bruscamente e quando vai tomar satisfação, Eleonor o prende ao seu lado, puxando para perto de si.

— Não ligue. Eu não ligo. Por favor vamos embora.

— Mas, ele não pode continuar te tratando assim. Eu não vou aceitar... esse otario merece uma lição.

— Acredite meu amor, não vale a pena. Vamos... por favor. Além do mais são quatro contra um.

— Que cochichado lindo. Os rapazes estão mesmo se gostando. — Depois de falar isso, Luciano gargalha. O motorista continua: — Patrãozinho, o amor não é lindo?

Eleonor, tira o celular do bolso e começa a gravar. É sua única defesa. Não tem mais o que fazer. Eleonor pensa em correr, mas, eles estão numa via de mão única, com matos e jardins nos dois lados.

— Pessoal, esse senhor está me destratando e também ao meu namorado com comentários homofóbicos. Vamos, senhor... o que o senhor dizia mesmo? Ou só é macho na surdina?

O motorista olha para trás do banco e escuta o Victor Nabuco mandá-lo descer, quebrar o celular e trazer a moça para dentro do carro.

O homem, desce do carro e Juntamente com ele, a porta do passageiro e mais a porta traseira se abrem, descendo mais dois capangas.

— Bora sua putinha, me dar o celular.

— Que putinha Luciano, chama de viradinho que ele atende. — Fala um homem de cabelos longos e barba loira, chamado Gustavo.

Olhando de perto, não dar para dizer quem é maior em massa corporal.

Rafael é um palito no meio deles.

— Vamos, arrasta a menina logo caralho. Não é hora de falar e sim de agir. Bora concluir logo o serviço antes que alguém veja.

Rafael, soca Luciano que sente a porrada e pende para o lado. Mas, logo é agarrado por trás pelo Gustavo, que o prende com um poderoso mata-leão. Luciano, se recompõe e avança para o rapaz preso nos braços

O terceiro homem, chamado de Oliveira, segura Eleonor pelos cabelos com sua mão esquerda e com o outro braço, a suspende pelo pescoço, tirando-a do chão e trazendo para perto do seu sexo.

— Antes de matá-la, você vai conhecer um homem de verdade.

Eleonor, morde o braço de Oliveira tirando-lhe sangue, que imediatamente a solta e sem delongas disfere um murro no rosto da jovem, derrubando-a, na queda, Eleonor bate com a cabeça contra o capô do carro, desmaiando.

Rafael, grita pedindo socorro. Mas, ninguém o escuta. Sem esperar, o rapaz  é arremessado ao chão e os dois homens começam a chuta-lo.

Quando Gustavo saca a arma, com Rafael caído aos seus pés, o inesperado acontece.

Os três homens são degolados sobrenaturalmente.

E o último dos quatro que sobrou vivo, tranca-se dentro do carro blindado.

Victor não sabe o que aconteceu.

Os vidros blindados do seu carro importado estão banhados de sangue vivo. Victor pega sua arma e fica apontando para todos os lados.

Ele, Victor, sente-se seguro ali dentro do carro...

— Que porra foi isso...

A porta do passageiro é arrancada fora como se fosse um pedaço de papel descartado fora dum caderno vagabundo.

Uma fera bestial ensandecida, com seus dentes saindo de uma boca demoníaca grita para Victor Nabuco:

— Vamos seu verme! Pode gritar! Ninguém vai te escutar.

O vampiro tira Victor Nabuco de dentro do carro pelos ombros, como se fosse um animal de pequeno porte.

— Eu vou pintar seu carro com seu sangue vermelho vibrante.

Victor, fecha os olhos e urina-se todo.

— OLHE PRA MIM ENQUANTO FALO COM VOCÊ, SEU VERME! VEJA A FACE DA SUA MORTE! — O vampiro, lambe a face da sua vítima e quase sussurrando diz: — Você pensa que causa dor? Você acha que sabe fazer alguém sofrer? Vou te mostrar o que é dor... e depois de morto, pegarei um pedaço do seu corpo para fazê-lo meu escravo por toda eternidade.

Victor, olha para o vampiro e grita, grita e continua a gritando. Ele tenta escapar das mãos que segura-o... inútil, o esforço.

Literalmente, um rato preso numa ratoeira dentada.

— E depois de ter lhe usado.... E vou te usar, te lançarei no inferno e pedirei para os demônios te açoitar por mais duas eternidades... seu bosta.

Yvi, cumpriu cada detalhe da primeira promessa, que fora feita a pouco.

Além de ter visto a cara de horror do seu pai, estampados nos olhos do herdeiro da família Nabuco.

Enfim, seu lado bestial havia despertado.

SENHOR DA NOITE - Lançamento dia 04 de Abril de 2024 - Em Andamento Onde histórias criam vida. Descubra agora