Capítulo 10

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✯ANDREW WALDORF✯

Ficamos horas no shopping esperando Agnes comprar várias roupas e sapatos. Eu e Aylla ficamos comendo e carregando sacolas, como sempre.

E agora já estamos a quase duas horas no mercado, sendo que ficaremos naquela casa apenas por uma semana.

—Pra que tudo isso? — questiono, vendo Agnes colocar no carrinho mais bebidas do que posso contar. — Não vamos ficar eternamente naquela casa — aviso. 

— São só algumas poucas garrafas de diversão. — Sorri, voltando a colocar mais dos líquidos destilados dentro do carrinho. 

— Festa hoje? — Aylla questiona voltando com vários salgadinhos e doces. Acho que sou o único que tem uma alimentação saudável. 

— Talvez. Quem sabe o Andrew não convida aquela “amiga” dele que a diretora viu os dois juntos atrás da escola — resmunga indiferente, mexendo no celular.

— O nome dela é Lívia Seatle, gracinha. — A vejo revirar os olhos e sorrio. Isso pareceu uma pontada de ciúmes, ciúmes que ela não teria se soubesse o que eu estava pensando em fazer com ela há horas atrás quando entrei naquele quarto. 

— Um péssimo nome, uma pessoa garota... Não tinha coisa melhor, não? — pergunta, colocando o celular no bolso e se escorando no carrinho, inclinada na minha direção. 

— Sério? Achei ela tão... Gostosa — falo, vendo seu sorriso vitorioso desmanchar. 

É mentira, Lívia não é nada do que estou falando e nem beija bem. Mas é uma boa distração, me ajuda a tirar o foco de quem nunca deveria ter sido. 

A casa estava boa, pensei que depois da última festa ela estaria horrível. Mas pelo visto meus pais já haviam mandado alguém limpar a bagunça. 

Esse chalé na verdade foi um suborno. Meus pais não queriam que eu saísse de casa, porém também não queriam festas e garotas lá em casa. Então para continuar morando com eles, compraram esse chalé e conseguiram o que queriam. 

Na época Agnes enlouqueceu com eles, o que já é super normal. Vive dizendo que o tratamento é diferente e que eu só sou o preferido por ser homem. Besteira! Apenas não tento contrariá-los, por isso tenho mais privilégios.

— Convidei o Bryan e a Vitória, algum problema? — Me viro para trás e engulo em seco. Se ela soubesse o efeito que causa em mim não usaria essas roupas tão... Caralho, essa garota não pode ser de Deus! 

Perfeita demais, com um rosto angelical e um corpo que é impossível não olhar. É tudo proporcional, na medida perfeita. A bunda grande, cintura fina, coxas maravilhosas e os seios que eu já me imaginei tantas vezes chupando... Merda! Isso de novo não. Eu estava conseguindo ser normal, por que pensar nela agora de novo? Não posso deixar esses pensamentos voltar novamente!

— O-okay, sem problemas — gaguejo, tentando deixar meus olhos em seu rosto e não no quanto essa saia deixa sua bunda perfeitamente redonda. 

— Sem problemas? Estou falando do Bryan Gonzalez. Okay? — Se aproxima, tentando decifrar o que está acontecendo comigo. — O que aconteceu? — pergunta. 

Nada, só estou tentando não pensar em nós dois transando agora. Super normal, tirando a parte de que você é minha irmã e está praticamente pelada na minha frente. 

— Nada. — É a única coisa que digo, deixando o resto tudo de lado. Me convencendo de que é melhor assim, ela não pode saber, ou sentiria nojo de mim e nunca mais olharia para minha cara. — Você tá muito gos... — tento não chamá-la de gostosa, mas é quase automático. — Linda! 

Ela balança a cabeça confusa e sorri. Eu sou um idiota mesmo. Não consigo nem esconder um mísero desejo que estava adormecido e deveria ter continuado assim.

— Obrigada. — Abaixa a cabeça, ajustando o cropped preto que me dá uma visão maravilhosa de seus seios. A saia com uma pequena fenda uma de cada lado da perna a deixa ainda mais incrível, eu não sei se estou com ciúmes ou estou com tesão. Sei que ela se arrumou pro Bryan, mas por Deus, Agnes está uma tentação. 

— Agnes, tá aí fora? — Escuto Aylla e no mesmo instante sinto Agnês me empurrar em direção à piscina. Sentindo o impacto da água gelada e ficando sem entender nada. — Andrew, não poderia esperar até mais tarde? — pergunta a garota que acabara de se aproximar de nós.

Olho para Agnes esperando uma explicação. Estou todo encharcado e realmente tentando entender o motivo dessa louca ter me jogado na água faltando minutos para nossos amigos chegarem.

— Me ajuda a achar meu celular? Acho que deixei lá dentro — fala e logo Aylla revira os olhos, indo novamente para dentro do chalé. 

— Por que fez isso? — questiono me apoiando na borda e saindo da piscina. Pingando água e chacoalhando os cabelos, essa garota ainda vai acabar me matando. 

Ela abre um sorriso ladino e se inclina na minha direção, ficando com o rosto próximo do meu.

— O que acha que Aylla iria pensar se visse você duro e babando no meu corpo? — A encaro perplexo, sem reação. — Pois é, foi o que pensei. — Sorri, dando tapinhas fracos no meu peitoral e logo entrando na casa. 

Preciso recuperar o fôlego depois do que aconteceu. Meu corpo reage à Agnes sem ao menos que eu perceba ou tente controlar isso. Estou fodidamente fodido!

Se ela percebeu e agiu daquela maneira, o que realmente deve estar pensando agora? Não pareceu brava, irritada ou com nojo. Pelo contrário, estava se divertindo com a situação. 

Preciso parar com essas loucuras e focar no que realmente importa. E não é Agnes! Não pode e não deve ser Agnes!

— Adorei a casa — Sinto braços me envolverem e me viro rápido. 

— Lívia? Como entrou aqui? — questiono surpreso. Já havia esquecido que convidei ela para vir junto na “festinha” louca que Agnês quis dar. 

— Sua irmã me disse para entrar e falou que você estaria aqui. Só não imaginei que já tivesse começado a festa antes de nós. — Da uma risada, se referindo às minhas roupas molhadas. 

— Ah, isso... Foi uma brincadeira de irmãos. — Sorrio, pensando no tipo de brincadeira que nos levou a isso. Eu simplesmente me odeio por não conseguir parar de pensar naquela garota.

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