Capítulo 12

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✯ANDREW WALDORF✯

—Você tem noção do tamanho dessa merda? — É uma tortura fingir estar escutando Bryan. Eu detesto esse cara e mesmo depois de levar uma surra ele continua tentando ser meu amigo, qual é a desse idiota? 

— Seus pais são ricos, eles podem comprar outro carro para você — retruco colocando a bebida para dentro.

Olho para a garrafa em minha mão e olho para Bryan já embriagado. Estou prestes a quebrar essa garrafa na cabeça dele.

— Ela deveria ter aceitado que não era mulher o suficiente pra mim, não quebrar a porra do meu carro zero. — Reviro os olhos e saio andando na  direção da piscina.

Sentando na borda e colocando meus pés na água. Agnes e Lívia conversam sobre roupas e sapatos — hoje com certeza é o dia das falsas amizades —, enquanto Aylla e Vitória estão trocando olhares e risadas. 

Tento não pensar e muito menos olhar para Agnes, mas ela está perfeita nesse minúsculo biquíni que deixa todas suas curvas e detalhes bem à mostra. 

Se com um beijo rápido aos 16 anos eu não conseguia mais tirar ela da cabeça, agora então estou fodido de vez. Que beijo foi aquele? Porra, eu nem conseguia pensar direito no que estava fazendo, só queria continuar e levá-la para o meu quarto. 

— Desculpas por ter falado aquilo da sua irmã — diz Bryan, sentando ao meu lado e me oferecendo bebida. Ele já está muito bêbado, eu poderia derrubá-lo nessa piscina que ele provavelmente se afogaria.

— Sem problemas, Gonzalez. — Solto um suspiro pesado e volto a olhar para Agnes. — Por que quer tanto ficar com ela? — Finjo que essa pergunta foi só para ele. Quando na verdade estou é perguntando para mim mesmo. 

— Ela é a mais popular e bonita daquele colégio. Todo o time já deu em cima dela e ela não ficou com nenhum, se eu conseguisse eles iriam me tratar com... — Sinto meu rosto vermelho por conta dessas palavras idiotas que acabaram de sair de sua boca. Ele tem merda na cabeça?

— Claro, você quer que a minha irmã seja o seu troféu só para ganhar mais reconhecimento por fazer porra nenhuma — ironizo. Deixo bem aparente que fiquei irritado com isso, mas Bryan parece nem perceber ou simplesmente não ligar.

— É quase isso, e também porque ela é gostosa. — Levanto, já cansado de ouvir o insuportável ao meu lado. 

— Agnes e Aylla, já decidiram quem vai dormir com quem? — questiono, fazendo os olhares se voltar a mim. — Três quartos para seis pessoas... — resmungo quando Aylla parece contar quantos de nós somos. 

— Eu vou dormir com a Aylla — anuncia Agnes saindo da piscina. Tento não olhar para o seu corpo mas... Nunca tenho autocontrole quando se trata dela. 

— Pensei que eu fosse dormir com a Aylla — retruca Vitória com um sorriso nervoso. 

— E eu vou dormir com quem? — A voz de Lívia me tira do transe e eu volto a olhar para elas, impaciente já por isso não ter sido decidido antes.

— Comigo que não vai ser — avisa Agnes me fazendo rir. Até agora estavam conversando, mas em uma fração de segundos já viraram inimigas novamente. 

— Deixa que eu durmo com você, lindinha — Bryan diz olhando para Agnes. Esse cara tá querendo morrer, não é possível que ainda não tenha entendido que não o quero perto dela.

— Aylla dorme com a Vitória, Lívia com o Bryan e a Agnes comigo. — Todos concordam, menos Agnes, como sempre tentando me contrariar.

— Por que eu tenho que dormir com você? Sempre tem que mandar em mim? — Cruza os braços e abre um sorriso desafiador. 

— Ai, Agnes. Deixa de drama que você dorme com o Andrew desde que era criança — resmunga Aylla nos fazendo rir.

Ela fica vermelha e não sei se é de raiva ou vergonha. Se enrola na toalha e sai marchando, como se quisesse afundar o chão. 

— Eu ia cuidar bem dela, seu babaca. — Bryan empurra meu ombro como se estivesse indignado com a situação. Estou por um triz de não afogar ele nessa piscina. 

— Deixa que eu cuido melhor. — Sorrio e o empurro de volta, com mais força do que ele. Resmunga e passa a mão no braço, nem fico para vê-lo fazer mais drama do que isso. 

Entro no chalé e vou direto para o meu quarto. Já vai ser quase 4h e nós ainda estamos acordados. 

Abro a porta e assim que entro, tenho uma visão perfeita dela sem roupa. Puta que pariu, que bunda é essa? 

— ANDREW! — grita ao se virar e notar minha presença. Estou paralisado no lugar, sem conseguir fechar a porta, sair do quarto ou pensar em qualquer coisa que não seja esse maldito e perfeito corpo. 

Ela entra no banheiro e bate a porta, fazendo com que eu volte para a realidade. Sem fôlego e com a boca seca. Eu deveria ter batido na porta antes de entrar, mas nem pensei que ela poderia estar sem roupa. Não faz nem dois minutos que Agnes estava de biquíni e enrolada em uma toalha.  

Merda, ela não pode me ver nesse estado. Estou... Porra, Agnes! 

Ela sai do banheiro vestida e eu continuo no mesmo lugar. Agnês nem olha para mim e vai até a cama, se deitando e virando para o lado. 

Entro no banheiro e tomo um banho gelado. Todas as vezes que fugi de casa para esquecer dela e esquecer a minha vida de merda, todas as vezes foram inúteis! Nada parece me trazer de volta para a realidade. De volta para onde somos irmãos, com o mesmo DNA e com apenas um ano de diferença. 

Depois de quase uma hora, saio do banheiro. Seco meus cabelos com a toalha e a jogo para qualquer canto do quarto. Deito na cama e fico olhando para o teto. Sei que ela está acordada, já dormi vezes demais com ela para saber quando está fingindo, quando não consegue dormir e quando realmente está dormindo. 

— Sei que está acordada, para de fingir — murmuro, me virando para o seu lado e vendo apenas ela virada de costas para mim. Com a respiração pesada e uma fina camisola. Ela sempre fez isso, desde que era pequena. 

Eu quase implorava para que Agnes dormisse de roupa comprida e ela ia lá e colocava uma camisola dizendo ser mais confortável. Com o tempo me acostumei com isso e nem ligava... Mas de uma maldita maneira tudo mudou. 

— Por que fizemos aquilo? — Vira para mim, sua voz é baixa e ela finalmente leva seu olhar até meus olhos. 

— E-eu não sei... — Me apoio pelo cotovelo e fico analisando sua expressão facial. 

— Por que está sem camiseta, Andrew? — Revira os olhos ao descer o olhar pelo meu abdômen. Ela nunca consegue esconder quando faz isso.

— É mais confortável. — Uso suas típicas palavras.

Agnes arqueia as sobrancelhas e se senta na cama. Levando suas mãos até a barra da camisola e a puxando, se livrando da peça em segundos. 

Engulo em seco e arregalo os olhos.  Pelo menos e infelizmente ela está de lingerie. Mas porra, tinha que ser vermelha e rendada? 

— P-por que fez i-isso? — gaguejo, tentando voltar meus olhos para o seu rosto. 

— É mais confortável. — Deita novamente e se vira para o lado, tenho impressão de vê-la empinar a bunda e tento respirar normal. 

Pego o edredom e coloco por cima dela, tapando tudo o que eu não deveria ver... Mas queria. 

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