Capítulo 29

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✯AGNES WALDORF✯

Adolescentes bêbados se beijando nos cantos, outros virando litros de bebidas, alguns brigando e os mais infantis: brincando de jogo da garrafa. Andrew faz parte dos que estão bebendo, e bebendo muito. Enquanto eu estou tentando fazer Taylor calar a boca por apenas um segundo. 

— Aquele dia você foi embora tão rápido, nem conversamos direito — falou, enrolando meus cachos loiros em seus dedos. 

— Bryan estava com pressa e meus pais não sabiam que eu havia saído. — Dei um sorriso sem graça, vendo o quanto ele está bêbado. 

Seu corpo parece se aproximar mais de mim a cada palavra que sai de sua boca, o que não é tão ruim, já que Taylor é bonito e tem charme. O jeito de garoto mau que faz o que quer na hora que quiser. Estilo Andrew Waldorf, só que menos arrogante e debochado. 

— Vamos lá pra cima — resmungou, aproximando seus lábios do meu pescoço. 

Revirei os olhos, o empurrando devagar. Está tão bêbado que nem percebe o quanto isso me deixa desconfortável. Estamos praticamente no meio da casa, com alguns olhares curiosos em nós e suas mãos no meu corpo. Taylor é legal, e não faria isso se estivesse sóbrio; por isso ainda não gritei. 

Olho novamente na direção de Andrew, mas está agarrado com uma ruiva... Lívia, Lívia Seattle. Essa garota está sempre grudada nele? Quando não estão se beijando ou fazendo qualquer coisa do tipo, ela fica que nem uma desesperada mandando mensagens e ligando. Com certeza não gostaria de saber que o garoto que ela tanto gosta tem uma quedinha pela irmã mais nova... Eu contaria, apenas para vê-la chocada. Mas a notícia se espalharia e então estaríamos fodidos, e não é no bom sentido da palavra. 

Empurro Taylor, estou bufando e extremamente irritada. Meu irmão não consegue ficar nem dois minutos sem ter uma vadia com quem foder. Agora só queria que Elizabeth brotasse do chão e falasse sua típica frase: "Ele é homem", então eu poderia dar de soco na cara dela, descontar toda a minha raiva. Depois acordaria desse sonho, porque jamais bateria na minha mãe; mesmo que eu tenha essa vontade todos os dias.

— Qual é o seu problema? — pergunta Taylor, ainda chocado por eu tê-lo empurrado de maneira brusca. 

— Tá assediando a garota e ainda pergunta o problema dela? Melhor cê manter distância, mano. — Escondi um sorriso, ao olhar para o dono da voz. 

— Eu te conheço? Por acaso te convidei? 

Taylor encarou Sebastian com arrogância e superioridade, esperando uma resposta. 

— Sebastian tá comigo, algum problema? — Foi a minha vez de ser debochada e encará-lo com superioridade. — Vêm, Bash — puxei ele pela mão. 

— Bash? — questionou o apelido, quando finalmente chegamos à piscina. 

Preciso apenas respirar por alguns segundos. Não sentir ciúmes e não surtar porque Andrew está com a língua enfiada na garganta daquela garota horrorosa. Ela não é feia, mas só pelo simples fato de existir, já me faz odiá-la mais e mais. Ainda não sei por quê aceitei que Lívia entrasse no time das líderes de torcida. Talvez queria ver se naquela escola existe alguém ao meu nível. Não existe, ainda não, mas ela parece querer chegar lá. 

— É só um apelido... E obrigada, eu estava prestes a bater com uma garrafa na cabeça do Taylor — brinquei, fazendo uma careta. 

Ele deu uma risada baixa e olhou para as árvores ao nosso redor. Parece estar envergonhado, o que o deixa fofo e até com as bochechas pouca coisa rosadas pelo seu tom de pele tão claro. 

— Pensei que estaria bebendo ou se divertindo com suas amigas. — Colocou ambas as mãos no bolso da calça, voltando seu olhar tímido para mim. 

— Nesse momento minha irmã e minha amiga devem estar transando, já minhas outras amigas são apenas colegas que me usam para ser popular ou dormir com o meu irmão — desabafei. — E eu nem sei o motivo de estar te contando isso, já que conheço você há três horas. 

Ele me passa segurança, esse é o motivo. Andrew me mataria se soubesse que estou do lado de fora da casa conversando com seu mais novo amigo. Mas também está quase comendo a ruiva idiota, então também não poderia argumentar em nada. 

— Aposto que nenhuma delas tentou se aproximar de verdade, se não veriam que você é incrível e deixariam de lado qualquer popularidade ou garotos. — Sorri, e abaixei a cabeça. Olhando para meus pés. 

— Se continuar me deixando envergonhada vou empurrar você dentro dessa piscina, e eu não estou brincando — falei, ameaçando empurrá-lo. 

— Quem diria que a rainha de Miami sente vergonha. — Revirei os olhos em brincadeira, logo deixando um sorriso tomar conta de meu rosto. 

— Ignore tudo o que já ouviu ao meu respeito, agora você me conhece e viu que sou um amor de pessoa. 

Ele deu um risada carregada se sarcasmo, como se o que eu estou falando é o maior absurdo. Sebastian tem os olhos azuis, um azul com uma mistura de verde. Os cabelos ondulados, loiros dourados. Pele clara,  lábios e bochechas levemente rosadas, e um físico mediano. 

— Estão falando do que? — Andrew me abraça por trás, fazendo-me sentir o cheiro de álcool e seu perfume. 

— Apenas conversando sobre os idiotas bêbados presentes na festa. — Sebastian sorriu, com sarcasmo, após dizer isso olhando nos olhos de meu irmão. 

— Isso foi uma indireta? — perguntou Andrew. Eu diria que foi algo muito direto, mas não conheço Bash bem o suficiente para concluir isso. Andrew deve conhecê-lo mais do que eu, e mesmo assim estão quase brigando agora. Isso é notável. 

— Claro que não. Você é meu amigo, por que eu falaria assim contigo? — deu um leve aperto no ombro de Andrew, e logo saiu a passos largos. 

Eles mudaram muito um com o outro desde que saímos de casa. Na verdade, Sebastian parece ter ficado mais confiante, eu gostei disso. Ele tem personalidade, pelo menos até onde eu vi. 

— Sobre o que falaram? — Me virei para Andrew, vendo seu semblante impaciente. — Já conseguiu mais uma marionete? — questionou, se referindo ao jeito que Sebastian lhe tratou. 

— Por que não volta pra sua ruiva e para de infernizar a minha vida? — As palavras saíram com tal facilidade, que nem acreditei que estava o confrontando apenas porquê se referiu a Sebastian como minha marionete. 

— Pode negar o quanto quiser, gracinha — chegou mais perto, roçando nossos narizes e lábios. — Mas nunca vai encontrar alguém melhor do que eu. 

— Você está bêbado, Waldorf — disse, afastando alguns fios castanhos que acabara por cair em sua testa. — E eu já encontrei alguém melhor. — Beijei seu rosto, passando por ele e entrando na casa.

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