Capítulo 30

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✯ANDREW WALDORF✯

Ótimo! Agora já odeio Sebastian. Agnes está tentando me afastar só porque se interessou por ele, isso é o tipo dela. Nem mesmo quando se trata do Bryan ela age assim, mas também não pode se apaixonar por um garoto que mal conhece. Como assim ela já encontrou alguém melhor? Estava falando do loiro sem graça? Apenas me fazendo delirar e morrer de ciúmes? Preciso de uma explicação plausível. 

— O que foi, amor? 

— Agora não, Lívia.

Passei por ela antes que jogasse seus braços ao redor do meu pescoço. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei ficar com essa garota? Agora ela acha que estamos namorando. Talvez seja por isso que Agnes está furiosa comigo, deve ter visto nós dois nos beijando e ligou os pontos. 

Eu só preciso tirar Agnes da minha cabeça. Preciso voltar a ignorá-la, se isso for ajudar em alguma coisa. Autocontrole nunca foi o meu forte, mas dessa vez, estou disposto a não estragar nossas vidas. Não sei o que faria se ela sentisse nojo de mim pelos meus atos ou ciúmes, qualquer coisa que eu faça por ela ou com ela. 

Irmãos, irmãos, irmãos... Vou repetir isso até que eu me conforme. 

O que eu deveria fazer? Pedir desculpas a ela por tratar mal seu novo cachorrinho? Sempre peço desculpas sem ter a mínima culpa, então dessa vez não farei igual. Ela precisa sufocar um pouco desse orgulho besta se ainda me quiser ao seu lado, e eu preciso matar meus sentimentos e desejos se ainda quiser ter um teto sobre minha cabeça. 

— Podemos conversar? — pedi, virando-a para mim. — Por favor. 

As garotas com quem ela conversava já foram se apresentando para mim, o que me fez sorrir. Não é possível que a única garota com quem eu quero transar tenha que fazer parte da minha família. Poderia escolher a mulher que quisesse: loiras, negras, morenas, ruivas... Qualquer uma. Mas nenhuma se compara a ela. 

— Não quer transar com alguma delas primeiro? — perguntou, com ironia. 

Ciúmes, isso só pode ser ciúmes. Não tem outra explicação. Ou talvez ela só esteja cansada de eu sempre ser o centro das atenções quando se trata de mulheres. Mas nunca dormi com nenhuma amiga dela... Eu acho. Diferente de Agnes que vive dando corda para todos os meus amigos. 

— Hum, nenhuma delas se parece contigo. Então não. — Seus olhos se arregalaram, à medida que as outras garotas se afastavam de nós. 

— Pensei que não tinha como você ser mais ridículo! Acha legal espalhar por aí que quer transar comigo? Por Deus, Andrew! Todos sabem quem nós somos, se... — Beijei seus lábios, ignorando tudo o que ela acabara de dizer. 

— Conversar, por apenas dois minutos. Pode ser? — questionei. 

Ela apenas balança a cabeça em concordância, sem acreditar no que eu fiz logo aqui, com mais pessoas do que posso contar. Não pelo fato de eu estar embriagado, mas o lugar está lotado. E no dia seguinte duvido que alguém vai se lembrar de ver dois irmãos se beijando na beirada da piscina. 

Subimos as escadas caracol em espiral de madeira, luxuoso, como tudo aqui. Claro, não se compara a mansão dos Waldorf's, e nem poderia. Que quem banca tudo é apenas a mãe de Taylor e Sther, a garota já me disse uma vez que seu pai havia ido embora quando descobriu da gravidez, pois já tinha outra família e não estava disposto a se separar da esposa. Enfim, nem lembro como terminamos aquela conversa.
Empurrei a porta de um dos quartos, implorando mentalmente para que não tenha nenhum casal trepando ou brigando. O que mais tem nessas festas de colegial. 

— Aqui — resmunguei, puxando Agnes para dentro e fechando a porta. 

— Pode falar, Waldorf — disse e, revirou os olhos. Sentando-se à cama, deixando bem à mostra sua impaciência e o decote do vestido colado. 

— Olha só, eu preciso de uma explicação. Quero saber por que brigou comigo na frente do Sebastian, sendo que eu só queria saber do que conversavam. O que eu fiz de errado? — Algumas palavras não pareciam fazer sentido para mim mesmo, e dessa vez terei que colocar a culpa na bebida ou no meu ciúme doentio pela garota sentada à minha frente.

— Não te devo explicações. 

Minha vez de revirar os olhos e deixar escapar um suspiro pesado. Ela não ajuda em nada para manter minha cabeça no lugar, sempre me provocando mais e mais. Quer me ver perder o controle e surtar de uma vez por todas. 

— Qual é, maninha — me aproximei dela, ficando de joelhos em sua frente. — Nunca escondeu nada de mim. 

Me coloquei entre suas pernas, ainda com ela sentada na beirada da cama. A pouca iluminação que entra pela grande janela do quarto, me deixa ver seu rosto com clareza. Não parece querer se afastar, mas também não parece querer continuar e ver aonde vamos acabar. 

— Não sinto atração pelo Sebastian, Andrew. Apenas gosto dele e o quero por perto. É muito difícil de acreditar que eu não quero transar com ele?

Na verdade, é difícil de acreditar sim. Portanto, Agnes não é nenhuma vadia e como ela mesma disse, só transou uma vez. Mas por que o Sebastian? Ele nem é tão legal assim. 

— Pelo jeito ganhou um novo amigo então... Mas ele acha o mesmo de você? — perguntei, deslizando suavemente meus dedos por suas pernas. 

— Eu não sei, mas espero que sim. — Suas palavras foram sinceras, e isso me deixou mais tranquilo. Com menos ciúmes e medo de perdê-la para um idiota que está chegando agora. 

O problema é que eu não consigo me afastar dela, e se eu não me afastar continuarei a sentir desejo por ela. Vontade de tê-la em meus braços e fazer o que bem entender entre quatro paredes. 

— Qual é a da Ruiva? Estão juntos? — voltou a perguntar, entrelaçando nossos dedos. 

— Ela é irritante, mas pelo menos gosta de mim. Diferente de outras pessoas — resmunguei, deixando bem claro que só estava com Lívia porque Agnes também evita o que realmente sente por mim. 

— Acha que eu gosto de te ver com centenas de meninas? Seus ciúmes por eu conversar com alguém garoto, é injusto. Não pode me cobrar algo que você não faz, Waldorf.

Merda, ela realmente está certa. Mas a situação em que nós estamos é injusta, então eu não posso fazer nada. 

— Se eu mudar de uma hora para outra, todos vão perceber — digo, deitando minha cabeça em seu colo. 

— É só falar que cansou dessa vida idiota de comer metade de Miami toda vez que fica entediado. — Nossa conversa, isso não vai nos levar a nada. Ela também bebeu e não está sendo racional, igual a mim. Noutro dia estaremos nos ignorando e agindo feito dois idiotas que não sentem nada além de amor fraternal.

— E quanto tempo eles levariam para descobrir que sou apaixonado logo pela minha irmã? — As palavras saem sem boca à fora. 

— Está apaixonado por mim? — repete, surpresa por eu ter dito isso em voz alta. 

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