Capítulo 11

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✯AGNES WALDORF✯

Eu odeio ele, eu preciso odiá-lo! Andrew é tudo de ruim que um homem poderia ser. Não existe nada bom nele!

Ele é alto demais, é arrogante, egocêntrico e canalha demais. E também tem aquele corpo... Todas nós sabemos que os mais bonitos são os magrinhos, não garotos que nem ele com aquele abdômen sarado, aquela entrada em V bem na cintura e aquele sorriso malicioso que só por Deus. 

Okay isso não está dando certo. Tentar odiá-lo e achar ele a pessoa mais feia do mundo é totalmente impossível de fazer. 

Preciso pensar em outra coisa então. Qualquer coisa que faça minha mente e corpo esquecer hoje mais cedo quando o empurrei na piscina. 

Se eu fosse normal estaria surtando e dizendo para ele manter distância de mim. Mas eu apenas o provoquei, como sempre faço. 

Vamos lá, Deus. Colabora comigo. Já provei ao senhor que não resisto bem à tentações... Então se não quiser que a sua filha acabe cometendo um pecado, trate de dar um jeito nos meus pensamentos e nesses desejos que nunca deveriam ter passado pela minha cabeça. 

— Vai ficar o dia todo aí, gracinha? — Escuto a voz baixa bem perto do meu ouvido. Merda, por que ele faz isso? 

— Andrew, vai lá se divertir e me deixa em paz. Obrigada, de nada! — resmungo fingindo estar irritada, colocando o copo sobre o balcão e me virando para ele. 

Reviro os olhos ao perceber aonde estava seus olhos.

— Lívia é muito agitada, deixei ela lá com Vitória, Aylla e Bryan. — Cruza os braços sobre o peito e se escora no balcão. — Não deveria estar com seu namoradinho? 

— Bryan é meu amigo — digo, revirando os olhos por ter sempre que lembrar Andrew disso. 

— Claro — ironiza. — Já viu o jeito que ele te olha? — questiona dando um passo a frente. Continuo parada no mesmo lugar.

— Talvez como você me olha. — Deixo as palavras escapar boca a fora.

Andrew levanta as sobrancelhas surpreso e abre um sorriso malicioso que deixa qualquer uma com calor.

— Acho que você está vendo coisas demais. Sou seu irmão, nunca te veria daquela forma. — Franzo o cenho, não acredito nele. Eu não estou vendo coisas, eu sei que isso é estranhamente bizarro, mas Andrew não me olha mais como se eu fosse a criança que ele deveria proteger.

— Claro, então se eu beijasse você... O que faria? — questiono, mordendo levemente o lábio inferior e esperando sua resposta. 

— Eu te colocaria pra dormir porque você deveria estar muito bêbada. No dia seguinte eu iria rir da sua cara e... — Está com aquele sorriso convencido, como se soubesse das minhas intenções. 

— Okay, já chega eu estava brincando — interrompi, arrumando minha postura e passando por ele. 

Sinto Andrew puxar meu braço, fazendo com que meu corpo vá de encontro ao dele. Seus braços estão ao meu redor, me puxando e me prendendo a ele. 

Olho para seus lábios próximos aos meus, a respiração acelerada e os olhares que intercalam entre minha boca e meus olhos. 

Posso sentir ele se aproximando lentamente, tão devagar que é quase imperceptível seus movimentos. 

Eu estou imóvel, com minhas mãos apoiadas em seu peitoral e nas pontas dos pés para ficar do seu tamanho. Não sei se deveria dar o primeiro passo, na verdade isso nem deveria estar acontecendo. 

Sinto seus lábios se chocando com os meus, fazendo com que eu feche os olhos e agarre sua camisa, trazendo-o para mais perto. 

Meu coração está batendo muito forte, minha mente diz "para" e o meu corpo continua a beijá-lo, abrindo devagar os lábios e sentindo sua língua se juntando com a minha. 

Suas mãos estão na minha cintura, apertando com delicadeza, tentando de alguma maneira fazer nossos corpos ficar mais juntos do que já está. 

Estou perdendo o fôlego, mas não quero parar; não agora. Sua respiração está misturada com a minha, seu perfume invade minha mente e me deixa cada vez mais entregue. 

Andrew me prensa contra o balcão, fazendo com que eu sinta seu corpo me cobrindo. Afasta os copos e garrafas, rodeia minhas pernas e me coloca em cima do balcão em segundos. 

Agora suas mãos estão na minha bunda, me apertando mais a ele e fazendo com que eu sinta sua ereção no meio das minhas pernas. 

Isso não deveria estar acontecendo! Eu preciso odiá-lo! Não posso deixar que meus desejos e essa incapacidade de pensar me leve a cometer esse erro!

— Andrew... — o afasto. Estou ofegante, tentando puxar o ar de volta para meus pulmões. — Nós... 

— Desculpas — resmunga ofegante, se afastando e passando as mãos nos cabelos. — Eu não estava pensando direito... — Tenta se explicar, gesticulando nervoso. 

— Eu vou ver como a Aylla está — digo, saindo de cima do balcão e praticamente correndo para fora da casa. 

Ver como a Aylla está? Que merda de mentira foi essa? 

Ainda sinto meu corpo quente e seus lábios nos meus. Estou molhada e provavelmente vermelha por estar pensando no que poderia ter acontecido se eu não parasse nós dois. 

Como perdemos o controle assim? Em um segundo eu estava pensando em como odiá-lo e no outro segundo já podia senti-lo excitado e quente. 

Que caralho, por que eu parei? Okay, eu já sei a resposta. Mas queria continuar sentindo seu corpo e seus lábios só por mais alguns segundos.

Só até que eu me arrependesse por ter feito, e não por ter parado.

Isso é loucura, Agnês! Ele é seu irmão. A pessoa que te provocou, brincou, protegeu e que sempre dormiu na sua cama para que você conseguisse dormir à noite. Ele sempre assistia àqueles filmes da Barbie só para você parar de incomodar e pra fazer seus mimos.

Meus pensamentos tentam me trazer de volta para a realidade. Irmãos! Essa palavra não entra na minha cabeça. 

Irmãos não se sentem atraídos um pelo outro! Irmãos não se beijam e irmãos não ficam excitados pensando um no outro! Por que eu e Andrew não somos assim? Qual é o nosso problema? 

— Você demorou, onde estava? — pergunta Aylla pegando na minha não e me arrastando para junto dos outros. 

Não respondo, apenas abro um sorriso amarelo e pego outra bebida. Começando a dançar junto com ela, tentando a qualquer custo esquecer a pessoa dentro daquela cozinha. 

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