Capítulo 16

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✯ANDREW WALDORF✯

Que tipo de hipnose essa garota sabe fazer? Não é possível que eu esteja perdendo todo o meu bom senso por causa da minha irmã mais nova... Um ano mais nova, mas mesmo assim, eu sou o que conserta as merdas dela e toma as decisões de adulto. 

Mas agora, porra! Agnes não me deixa nem com um mínimo resquício de sanidade. Perco tudo quando estou com ela, quando olho para seu corpo, e depois para seus lábios perfeitos e viciantes. 

Estou enlouquecendo, se alguém pudesse ler todos os meus pensamentos eu já estaria em um hospício tratando minha doença. É que... Agnes é diferente de qualquer uma, tem um jeito único e especial que me faz ceder aos seus pedidos. Seu sorriso angelical, e com um corpo escultural... Porra, ela é perfeita em todos os sentidos. 

Gosto até mesmo do seu jeito de falar, com ironia e deboche em cada sílaba. Os sorrisos forçados, ou carregados de malícia. 

É impossível ficar longe dessa mulher! Ela não é ingênua, sabe minhas intenções. Também sente o mesmo que eu, por isso fica ainda mais difícil. Com certeza eu teria transado com ela ali mesmo naquela maldita escada, cobrindo sua boca para que não deixasse nenhum gemido escapar. 

Assim que Bryan, Vitória e Lívia finalmente foram embora, ficou apenas nós três limpando toda a bagunça da noite passada. Com o som no último volume, cada um fazendo algo diferente, bem longe um do outro. E isso é ótimo, já não posso mais ficar no mesmo cômodo que Agnes. Se não vou acabar deixando meus desejos falarem mais alto e então ela vai se afastar por completo... O que eu não quero de jeito nenhum. 

— Andrew, mamãe e papai... — Antes que Aylla termine de falar, minha mãe entra aos berros na sala. 

— Não sabem o quanto fiquei preocupada! Por que não avisaram que iriam ficar aqui? Eu sou palhaça de vocês por acaso? — Está soltando fumaça, posso sentir a raiva através das suas palavras. 

— Mamãe, nós precisávamos apenas de um tempo longe de casa — resmungo, largando a sacola com garrafas de bebida no chão. 

— Cadê sua irmã? Quero os três no carro agora! — Aponta para a saída da casa, com o cenho franzido em reprovação.

— Não quero ir embora — a voz de Agnes se fez presente, atrás da minha mãe. Que se virou logo em seguida, ainda com uma cara nada boa. 

— Mas você vai, vocês três, agora, na porra do carro!! — esbravejou com pausas curtas, ficando vermelha de raiva. 

— Por que sempre tem que me tratar como criança? Por Deus, mamãe, eu não suporto mais você! — A voz da minha irmã já estava embargada, sei que ela está prestes a chorar. 

— Andrew e Aylla, me deixem um minuto a sós com a irmã de vocês — pediu dona Elizabeth, mais calma que antes. 

Coloquei as chaves da casa nas mãos dela e passei por elas, indo em direção ao carro. Ela é minha mãe, não vou ficar contrariando e debatendo. 

Meu pai estava sentado no lugar do motorista, então sentei atrás, já imaginando que minha mãe vai fazer Agnês deixar o carro dela aqui e ir com nós no carro deles. 

— Por que estão com essas caras? — Perguntou Blake, fazendo Aylla e eu nos olharmos surpresos. 

Ele nos observou pelo retrovisor e abriu um meio sorriso. Hoje pelo jeito estava sendo um bom dia. 

— Nada, só curiosidade para saber sobre o que mamãe e Agnes estão conversando — resmungou Aylla, se inclinando para frente.

Qualquer oportunidade de ganhar atenção ela se joga. Eu não sou assim, meu pai nem olha pra minha cara, não vou ficar puxando assunto com ele sendo que é um idiota ausente. 

Acho que é por isso que Aylla é mais afastada de nós. Enquanto ficava em busca da perfeição para agradar Blake ou Elizabeth, eu e Agnes nos ficávamos mais perto, acabamos nos transformando um no porto seguro do outro... E Aylla foi ficando para trás, sempre sendo ignorada pelos nossos pais, mas também sempre deixando bem na cara que tinha suas próprias escolhas e um gênio forte. 

Minha irmã entra no carro e bate a porta, minha mãe faz a mesma coisa e pede para meu pai ligar o carro rápido, pois quer chegar logo em casa. 

— O que ela disse? — pergunto para Agnes, cutucando ela com meu braço. 

Ela vira o rosto para a janela e me ignora, puxando o braço para que eu não encoste mais nela. O que Elizabeth disse a ela? É algo sobre mim? Sobre nós? Minha mãe sabe de alguma coisa? Provavelmente não, mas é uma hipótese. 

— Hoje é aniversário da avó de vocês, quero os três impecáveis e não quero que digam nada sobre a semana que passaram fora! — Quando ela terminou de falar, tudo fez sentido. 

Não é porque ela estava com saudades ou preocupada... Ela só quer que a nossa "família perfeita" seja mais uma vez o orgulho e centro das atenções. Meu pai só está sendo amigável porque sabe que nós estamos prestes a explodir e começarmos a sermos nós mesmos sem nos importar com a opinião deles. 

— Tá bom, mamãe — resmunguei em tom baixo, me arrependendo por sempre ser tão obediente a ela. 

— Só falta latir pra ela — sussurra Agnes, limpando as lágrimas e virando o rosto para mim com o semblante debochado. 

— Quanto bom humor, gracinha — falei, deixando presente o tom de ironia na minha voz.

— Eu te odeio, Waldorf — resmungou bufando, empurrando meu ombro para que eu mantesse distância. 

— E eu te amo, gracinha. — Dei um beijo rápido em seu rosto, vendo-a me olhar furiosa.   

Desci o olhar para seu corpo, vendo o quanto está gostosa nesse vestido curto e apertado, vermelho escuro, que realça seus belos seios. Bom, ela sempre está perfeita, até mesmo usando pijama ou roupas minhas. 

— Vocês se lembram da tia Elena e do Matheus? — perguntou nossa mãe, virando para trás e nos olhando. 

Desviei rápido meu olhar para ela e Aylla tirou os fones de ouvido. 

— Tia Elena? Aquela que...

— Lembramos — falei, terminando a conversa na mesma hora. 

É agora que começo a rezar para que Elena, Alec e Matheus não estejam nesse maldito aniversário? Já é difícil aturar minha avó, se eu tiver que aturar os filhos e outros netos dela vou enlouquecer. 

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