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🥀 Catherine Kropf 🥀

É tão estanho como algo tão simples pode me deixar tão nervosa.

— eu não me importo em faltar ao estágio pra ir com você.

— não precisa Tai, é só um exame qualquer. Não vou parir nem nada de importante. Você não pode faltar ao estágio assim.

— você pode descobrir o sexo do bebê - ela diz animada.

— acho que não, ele estava abaixo do peso e do tamanho ideal. Não acredito que vamos descobrir o sexo hoje.

— promete que vai me ligar se precisar.

— prometo Tainá.

— e sabe, seria muito legal se você pedisse para a doutora não te informar o sexo, e que você deixasse a gente fazer um chá revelação.

– Vou ver o que faço.

Saímos juntos do apartamento e pegamos o elevador. Moramos no centro de Los Angeles, isso é incrível não fica longe das coisas. Me despeço da Tainá e vou para o meu carro. O carro do Ander já está parado atrás do meu. Maldito Rapper, tomara que a próxima pessoa a chupar o pau dele vomite. Não é por maldade, é um desejo de grávida.

Dirijo até o hospital onde tenho meu plano de saúde, estaciono meu carro entro, pego o elevador até a área ginecológica e fico esperando o meu horário.

Depois do bar de ontem, Tainá estava bêbada e ficou me enchendo o saco sobre o apartamento não ser uma boa moradia para o bebê. Temos vizinhos barulhentos, só temos dois quartos, é no 10° andar... ela botou mil defeitos e agora eu tenho que arranjar uma casa nos próximos 6 meses.

Olho pro relógio. Faltam 10 minutos para a minha consulta, fico extremamente tentada a pegar o telefone e mandar uma mensagem pro Dean. Sei que ele se ofereceu mas acho que seria estranho chamar ele. Eu me sentiria meio desconfortável em ir na consulta do bebê que o meu ex-namorado vai participar.

Não me surpreende a ausência do Curtis. Ele tá mais preocupado em me atormentar do que ser presente na vida do filho. Só espero que isso não seja recorrente depois do bebê nascer. Seria uma merda.

— senhorita Kropf - a estagiária da doutora Santiago aparece na porta com um sorriso enorme.

Retribuo o sorriso entro no consultório, sempre que eu entro em um lugar como esse sinto o desejo estranho de ser médica. Não que isso fosse dar certo. Eu desmaiaria na primeira emergência, tenho nojo de sangue e de qualquer secreção que possa sair de um ferimento.

— bom dia Catherine.

— bom dia doutora.

— como você tem estado desde a nossa última consulta?

— eu parei com os treinos, e tentei seguir a dieta que a nutricionista passou. Mas eu tenho estado muito enjoada, qualquer cheiro ou até mesmo a imagem de algo me deixa muito mal querendo por tudo para fora.

— o primeiro trimestre é complicado. A maioria das mulheres sente mais incômodo nos três primeiros meses.

— você acha que a gente consegue ver se é menino ou menina?

— olha, não tenho certeza. Você está ansiosa?

— a madrinha do meu bebê quer que eu faça um chá revelação. Acho que ela é sem dúvidas a mais animada com um fetinho.

— então se eu ver não quer que eu lhe informe?

— não.

— certo, deite na maca para eu poder fazer a ultrassom.

Deito na maca e ergo minha blusa na altura dos seios. Sempre fui muito magrinha, então minha barriga não tem muito volume ainda, é algo mínimo. Algo que só eu noto, afinal sou a única pessoa que me vê sem roupa com frequência.

Acho que nem a Tai que convive comigo diariamente é capaz de notar a diferença.  O gel gelado é posto na minha barriga e meu corpo todo se arrepia.

— alguma preferência mamãe? Menino ou menina?

— na verdade pra mim não faz muita diferença- desde que não venha com a personalidade do pai vai tá perfeito.

— podemos começar? - concordo.

Ela coloca o aparelho na minha barriga e começa a fazer a ultrassom.

— hmm, ele cresceu um pouquinho, tá quase no tamanho ideal para um bebê de 3 meses. O peso também está quase perfeito. Ele ou ela tá com as perninhas fechadas, não conseguimos ver ser é menino ou menina ainda.

— pelo menos ele tá bem?

— tá sim mamãe, continue seguindo as recomendações que eu lhe dei. E volta pra gente fazer um ultrassom pra ver o sexo. Pode voltar na semana que vem mesmo, é rapidinho. Ou se não você vai ter que esperar até a próxima consulta e isso pode te deixar ansiosa e não é nada legal uma gravidinha com ansiedade.

— eu volto sim.

— sei que não é da minha conta mas não vamos ter a presença do pai nas consultas?

— ah- dou um sorriso sem graça - não vamos.

— claro. Mas seria importante que você conseguisse que ele preenchesse uma ficha pra mim. São só perguntas sobre a família, sobre doenças hereditárias. Faz parte do pré-natal.

— tudo bem. Vou dar um jeito nisso. A doutora Santiago sorri e limpa minha barriga.

— você quer uma foto ou vídeo da ultrassom?Algumas mães gostam de guardar recordações de todas as consultas.

— claro. Vou querer sim.

Depois da ultrassom, a doutora conversou comigo sobre a dieta e me passou mais alguns remédios. Eu tava prestes a entrar no meu carro quando uma mão segurou meu pulso.

— que porra é essa?- encaro o doido do Curtis.

— já fez o exame?

— já Curtis. O exame era as 9 da manhã eu te mandei o horário.

— certo. Vamos voltar lá e fazer de novo - ele tenta me arrastar mas eu não permito.

— como é? Você tá doido?

— perdi o horário. Mas eu vim porra, não é o que você queria?

— eu queria um pai descente pro meu filho. É isso que eu queria.

— vamos lá Catherine, a médica abre uma brecha pra gente.

— se atrasou por quê?- ele não responde.

– perdeu a consulta do seu filho por quê tava fodendo alguém?

— Catherine...

— tudo bem. Eu não preciso de você, e vou fazer de tudo pra essa criança não precisar também. Porque pelo que podemos ver, você não vai ser nada presente.

— foi só um exame Catherine.

— verdade é só a merda de um exame. Não é necessário a sua presença, nem vou avisar da próxima vez. Te mando um recadinho depois de parir, mas não se preocupa, não vou contar com a sua visita. Não sou nem louca que criar uma ilusão de que você vai ser um pai presente.

Dei meu melhor sorriso arrogante, mesmo que tudo que eu queira fazer agora é chorar.

Abro a porta do carro e entro, dessa vez ele não tem a cara de pau de tentar me impedir. Dirijo por alguns metros antes de deixar a frustração me tomar. Não sou do tipo chorona, mas essa situação juntamente com os hormônios estão me levando ao limite.

Eu tô tão na merda....

Gangster • 50 Cent •Onde histórias criam vida. Descubra agora