🥀 Catherine Kropf 🥀
Curtis finalmente liberou agenda pra passar o dia comigo. Vamos fazer o ultrassom e depois vamos fazer compras.
— você pode fazer um suco de laranja pra mim? - peço para a Elizabeth.
— claro - ela força um sorriso.
— e se não for pedir muito eu gostaria de ovos mexidos e torradas- ela concorda e vira as costas indo pra cozinha.
Viro para o Curtis que tá tomando café e mexendo no celular. O celular não é um objeto, é um pedaço dele.
— essa mulher me odeia - digo frustrada.
— Elizabeth não odeia você, ela tava até sorrindo.
— claro, um sorriso super reconfortante- ele desliga o celular e me encara.
— quer que eu demita ela?
— não, ela está aqui a mais tempo que eu.
— ela não está grávida de uma filha minha.
— tenho a impressão que ela adoraria isso...
— Catherine, se quer ela fora é só dizer. É o que posso fazer a respeito das suas reclamações.
— não. Só espero que ela se acostume logo comigo, a situação tá ficando chata.
Em poucos minutos a Elizabeth volta com o meu café da manhã. Depois de comer eu escovei os dentes e sai de casa. Curtis e eu fomos no carro dele, mesmo de longe eu sabia que o João Lucas estava seguindo a gente. Já até me acostumei com a presença dele, e também estou me acostumando com o Jordan.
— tá tudo bem? - Curtis pergunta - você tá inquieta.
— A Tiana tá treinado pra ser uma lenda no futebol, não para de se mexer e por consequência me chutar.
Curtis estica uma das mãos e põe na minha barriga acariciando. Eu gosto disso.
— vamos ficar calminha Titi, tá machucando a sua mãe.
— não acredito- digo indignada- eu vou carregar essa criatura por nove meses pra ser uma puxa saco do pai?
— Ela já tem bom gosto desde cedo.
— tá dizendo que pra gostar de mim tem que ter mau gosto?
— lá vem a dona Catherine puxar briga.
— só fiz uma pergunta nervosinho.
Curtis passou o resto do caminho com a mão na minha barriga. Eu tô dizendo, a Tiana já tá tirando a marra dele todinha. Mas ele gosta de fingir que não.
Chegamos no horário então fomos logo ver a Tiana, nós vimos ela e também escutamos o coraçãozinho. É sempre tão bom escutar esse som, eu não sei em que momento aconteceu e nem quem tomou a iniciativa, mas Curtis e eu estamos de mãos dadas observando o monitor.
Depois do exame Curtis me comprou um milkshake na cafeteria que tem de frente pro hospital. Ele dirigiu até a loja que eu disse que eu queria ir e nós começamos a olhar as coisas da bebê.
— não quero um quarto rosa - digo - acho que vai ficar muito enjoativo. Eu acho que quero os móveis de cores neutras e os enfeites coloridos. Eu gosto da ideia de ursos de pelúcia. Que tal o tema arco-íris?
— amor, me pergunta sobre os melhores pontos de drogas da cidade que eu sei. Mas não pergunta sobre decoração - reviro os olhos- você não quer contratar alguém pra fazer isso? Alguém pra te ajudar?
— queria que você me ajudasse - dou de ombros - que a gente fizesse isso juntos. Mas tudo bem...
— me fala desse tal tema colorido - ele para do meu lado - acho que é uma boa. Mas se a nossa filha não gostar do quarto vou fazer questão de dizer que você escolheu tudo.
— que maduro gângster.- ele sorri - vamos lá - puxo ele pra ver os berços.
— vai ser um longo dia...
— você não faz ideia.
Passamos a manhã toda nessa loja, só saímos no almoço. Almoçando juntos em um restaurante bem legal. Depois do almoço voltamos as compras. Adivinham só, o pessoal do Curtis que vai levar os móveis. Ele não quer dar o endereço pra loja. Segundo ele é perigoso, ele é paranoico demais.
Sei que o Curtis é famoso, teve muitos paparazzis na nossa cola, mas eu amei cada segundo. Agora estamos voltando pra casa.
— eu gosto disso - digo chamando atenção do Curtis.
— disso o que?
— da nossa atual relação, óbvio que a gente ainda briga muito e temos muito a melhorar. Mas eu tô gostando da relação que estamos criando. Nossa relação ainda não é 100%, mas melhorou muito nas últimas semanas.
— também gosto. Você não é tão ruim assim.
— vindo de você isso é um elogio e tanto.
— já te elogie várias vezes.
— naquele tempo você queria me comer.
— ainda quero - reviro os olhos e dou um tapinha nele - o que? A gente tem uma química legal.
— é temos sim.- até demais. Essa química toda tá se tornando perigosa pra mim. Não posso me permitir sentir algo a mais pelo Curtis. Eu me iludiria e depois quebraria a cara. Eu sou o lado mais fraco nesse cabo de guerra, sabemos que é que vai sair machucada nessa história.
— quer parar pra jantar? - nego.
— tô muito cansada.
— claro, foi um dia longo.
— espera só quando for a hora de comprar as roupinhas.
— socorro... - isso me tira um sorriso.
— vai ser divertido.