🥀 Catherine Kropf 🥀
Depois de tomar banho coloquei um pijama e fui pra sala de cinema. Elizabeth ficou encarregada de preparar a pipoca pra gente antes de se deitar. Sim, ela mora aqui. E não, eu não gosto disso, mas fazer o que, né? Parece que ela tem um quarto em algum lugar da casa.
— o que vamos assistir? - Curtis senta ao meu lado.
— não sei, vamos ver o filme que está em alta na Netflix. O que estiver em primeiro lugar nós botamos. Pode ser?
— claro- ele me entrega o controle. Ponho no primeiro filme que aparece, parece um romance.
Me aproximo mais do Curtis e ponho o pote de pipoca no meu colo. É um filme de romance, um que é bem específico na hora do amor. Em poucos minutos de filme já tinham cenas duvidosas.
— eu acho que perdemos alguma coisa - digo - deve ser uma continuação. Que tal vermos Coraline.
— Tenho cara de quem assiste Coraline? - ignoro a pergunta e ponho Coraline.- ok, sem direito de escolha.
Deito minha cabeça no ombro dele e fico assistindo. Meu corpo entra em colapso quando sinto uma mão fazer carinho no meu cabelo, eu gosto disso. Desço um pouco a cabeça agora deitando no peito do Curtis. Tenho certeza que ele não tá nem prestando atenção no filme, mas pelo menos tá aqui.
Depois do filme da Coraline eu botei outro aleatório, mas nem prestei atenção, fiquei contornado as tatuagens do Curtis com a ponta do dedo.
— elas possuem algum significado?- ergo um pouco o rosto para encarar ele - ou são aleatórias?
— são aleatórias.
— e as cicatrizes, e marcas de bala? São por conta do seu trabalho?
— não, os tiros foi um atentando contra mim no começo da minha carreira e as cicatrizes são coisas piores.
— hmm... - passo meu dedo por uma das cicatrizes.- você não vai me contar como conseguiu elas, né?
— prefiro não falar sobre.
— tudo bem, eu pesquiso na internet. Você já quer ir dormir? Já passa de meia-noite.
— não, tô bem aqui- ele usa a mão pra levantar a minha blusa e tocar a minha barriga- era minúscula, agora tá crescendo muito rápido.
— sim, minhas roupas mal cabem em mim. Preciso ir comprar algumas coisas.
— meu psicológico ainda não está pronto pra ter um bebê aqui com a gente.
— tô ansiosa pra ver você com ela- ponho minha mão sobre a dele- certeza que ela vai acabar com essa sua postura.
— você tá mais ansiosa com a possibilidade da Tiana me causar um infarto, do que para conhecer a sua filha.
— eu sei que te irrito. Mas é inevitável, você é todo fechado mas tenho certeza que vai ficar babando nela.
Nós dois nos encaramos.
Curtis tem alguma coisa, sei lá... eu não consigo resistir, por mais errado e burro que seja eu gosto de ficar com ele.
Curtis segura o meu rosto e me puxa para um beijo, ele ainda não tem aquela calma, mas pelo menos não tá sugando a minha alma. Ele me puxa pra sentar no colo dele enquanto segura meu rosto e me beija, passo meus braços por cima do ombro dele e deixo que aprofunde o beijo.
Quando a falta de ar chega ele interrompe o beijo e fica me olhando de uma forma diferente.
— você tem os olhos mais bonitos que eu já vi - ele diz com os olhos fixos aos meus.
— hmm, acho ele bem normal.
— não são, eu não acho. Me inclino beijando ele, Curtis segura minha cintura e me deixa comandar o beijo.
Meus amigos vão me julgar muito mas em menos de 20 minutos de beijo acabei nua montada no Curtis. Eu juro, é mais forte que eu. Eu detesto ele, mas ao mesmo tempo ele me atrai de uma forma absurda, nem consigo descrever.
[...]
Foram os meus seguranças que me trouxeram pra faculdade hoje. Tainá cismou que eu estou escondendo algo dela. Dean tá aéreo o dia todo e a Hanna não sai do celular.
— o seu pai já aceitou de vez a Tiana? - Tainá pergunta enquanto devora um sanduíche.
— o problema dele é o 50 Cent, o meu pai odeia o Curtis. Eu não sei mais o que fazer.
— acho que você tem que aceitar que eles nunca vão se dar bem.
— deixa eu me iludir, Tai. Eu queria que pelo menos não se farpassem toda vez que sê veem.
— ué, não deixa eles se verem. - ela diz como se fosse óbvio.
— obrigada, eu não tinha pensado nisso.
— de nada - ela pisca pra mim- como você vai comemorar o seu aniversário esse ano? Não podemos encher a cara e acordar em outra cidade.
— não sei, mais ainda tem tempo para programar.
— podíamos ir para a boate - Hanna diz - a Catherine não pode beber mas pode dançar. E ainda tem acesso ao camarote.
— quem sabe - dou de ombros- vou pensar nisso- olho Dean - tudo bem?
— problemas em casa, mas nada que você precise de preocupar- ele me dá um sorriso.
— sabe que pode contar comigo para o que precisar né?
— sei sim Cat. Você também pode contar comigo para o que precisar.
A amizade do Dean é muito importante pra mim, eu amo demais esse garoto. E não posso deixar o Curtis tentar tirar isso de mim.
— o que você tanto faz nesse celular? - Maria Tainá pergunta para a Hanna.
— nada demais.
— hmm...
— que "hmm" foi esse Tainá? Eu hein, tenho que contar tudo pra você?
— será que algum dia vocês vão se dar bem? - pergunto.
— não- As duas respondem ao mesmo tempo.
Olho pro Dean que dá de ombros. Ele não dá a mínima, na verdade se diverte com esse drama delas.