28

54 10 25
                                    

Quando voltaram para casa foi próximo do por do sol, passaram apenas mais alguns minutos na praia e voltaram já que Miguel disse que precisaria resolver um problema que tinha surgido. Henrique não o contrariou ou protestou, mas não entendeu porque ele não havia lhe contado o que aconteceu em sua ausência. 

Se separaram quando chegaram no prédio, trocando um rápido selar antes do paulista o deixar para trás com mil questionamentos.

Após o banho a primeira coisa que Miguel fez foi retornar a ligação para sua mãe, conversando com a mulher por quase uma hora tentando encontrar uma solução prática para aquela situação delicada. Doongie era o gato mais afetuoso que tinha, ele sofreu maus tratos quando morava na rua e havia criado um grande apego ao dono, tanto que a sua depressão havia piorado graças a longa viagem que Miguel estava fazendo, desencadeando outros problemas no pobre animal.

Próximo das oito da noite o paulista bateu na porta de Henrique,  sendo recebido de braços abertos no apartamento arrumado.

— Estava ficando preocupado... — O baiano comentou incerto, abraçando o mais velho.

Miguel se limitou a sorrir pequeno e então retribuiu o abraço com um pouco de força, tirando o menor do chão e o carregando até o sofá.

— Você já comeu? — Henrique questionou com certa preocupação. — Eu tentei fazer panqueca...

— Não quero nem ver o resultado disso. — Miguel comentou e os dois riram. — Eu já comi, amor.

— Vai dormir comigo hoje?

— Claro que vou. — A resposta foi rápida, arrancando um sorriso do mais novo.

Antes que Henrique formulasse uma nova frase o paulista tomou os lábios macios em um beijo, mordiscando levemente a boca desenhada do baiano que o abraçou um tanto que desengonçado enquanto deitava no estofado o levando consigo.

As mãos pequenas puxavam cada vez mais o corpo do moreno, derretendo levemente por causa do beijo de língua lento. 

— Será que seu celular sempre vai tocar quando estivermos nos beijando em meu sofá? — Henrique gemeu descontente, encarando os lábios vermelhos do outro. — Vai atender?

Miguel rapidamente olhou o vistor do celular que estava um pouco a cima da cabeça do menor, negando logo depois e aproximando seus lábios novamente.

— Dessa vez não é importante. — Cochichou, passando a língua devagar nos lábios molhados do menor o beijando de novo.

Não viram ou ouviram mais nada pelos próximos minutos, continuavam na mesma posição enquanto trocavam um novo beijo. Miguel riu contra a boca do baiano ao sentir as patas pequenas em suas costas, olhando por cima do ombro a cachorrinha. 

— Acho que não é só você que quer minha atenção essa noite. — Comentou, erguendo levemente o corpo tendo cuidado para não derrubar a cadela. — O que foi, pequena?

Miguel se sentou no sofá com a cachorrinha nos braços, começando a brincar com ela a vendo se abrir cada vez mais para receber carinho.

— Que tal você ir fazer um lanchinho? Podemos comer assistindo alguma coisa. — Henrique pediu como quem não quer nada, sorrindo ao ver o mais velho rir.

— Você é muito folgado. — Comentou, rindo. — O que quer?

— Hambúrguer.  Três, por favor.

— Qual é a forma de pagamento,  senhor? — A pergunta inocente do paulista rapidamente se tornou em uma com duplo sentido devido a mudança de expressão do menor. — Raios, você é demais! — Miguel riu.

Pelourinho [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora