No dia seguinte o despertador do baiano tocou cedo, fazendo-o resmungar desgostoso. Henrique abriu os olhos e então bocejou, olhando para o lado conseguindo ver o paulista dormindo tranquilamente.
Um tanto que desacreditado ele cutucou a bochecha do mais velho, ouvindo o resmungo dele. Por um momento havia acreditado que o que aconteceu na madrugada havia sido um sonho, mas era real.
Afastou seu corpo pelo colchão somente para se aproximar do maior, abraçando-o apertado.
— Bom dia meu gatinho. — Miguel murmurou rouco, beijando a testa do menor. — Por que acordamos tão cedo?
— Não queria o acordar, desculpe. — O baiano respondeu envergonhado. — Mas eu precisava ter a certeza de que você realmente era real. — Sorriu sem graça.
Miguel o olhou e sorriu minimamente, apertando o menor em um abraço, consequentemente o sufocando. Henrique o deu dois tapinhas suplicando por liberdade, sendo solto segundos depois enquanto ouvia o riso do outro.
— Aí, preciso ir trabalhar. — Bocejou. — Mas estou com preguiça.
O baiano fez corpo mole por mais alguns minutos, levantando em um pulo e correndo para o banho quando viu que havia enrolado mais do que deveria e provavelmente chegaria atrasado. Miguel também levantou, caminhando tranquilo até a cozinha com a missão de preparar o café do menor.
Após mexer os ovos e o colocar nos pães, colocou o café preto em uma xícara e o ofereceu ao baiano quando ele apareceu na cozinha apressado. Henrique o agradeceu rápido e então começou a comer em um desespero engraçado, permitindo que o mais velho arrumasse alguns fios do seu cabelo com as mãos.
Quando terminou o café correu novamente para o banheiro e escovou os dentes, roubando um rápido beijo do paulista antes de se despedir dele e sair se casa apressado. Miguel permaneceu parado no meio da sala com as bochechas levemente vermelhas, sorrindo satisfeito.
Apesar de ter acordado extremamente cedo sem necessidade seu dia havia começado muito bem.
☮
Próximo das oito da noite o baiano chegou em casa, cumprimentando o namorado com um aceno antes de ir para o banheiro. Henrique jogou as roupas sujas dentro de um balde com água deixando de molho, enfiando o corpo debaixo do chuveiro logo depois.
Quando terminou o banho subiu para o quarto com uma toalha enrolada na cintura, vestindo roupas quentes já que chovia muito do lado de fora e fazia um pouco de frio.
— Você já comeu? — Miguel perguntou e o abraçou quando o menor deitou em cima de si e se manteve imóvel.
— Sim. Aí, estou acabado! — Henrique choramingou. — Como foi seu dia?
— Eu arrumei minhas coisas, guardei as malas em cima do seu guarda roupa, cuidei do Doongie e brinquei com nossos bichinhos. — Comentou, enrolando uma mecha do cabelo de Henrique com o dedo. — Depois fui na mercearia e levei Bombom para um passeio curto e quando voltei fiquei o resto do dia com os meninos.
Henrique concordou sonolento, bocejando enquanto sentia as mãos quentes do namorado acariciarem suas costas.
— E o seu dia?
— Foi bem produtivo, muitos corpos e pouco tempo para descansar. — Murmurou. — Mas a gente deu conta de tudo e agora só trabalho semana que vem.
Miguel concordou, ouvindo batidas na porta. Sem nem precisarem falar nada alguém a abriu e logo os amigos entraram dento do apartamento um atrás do outro.
— Oh que fofo. — Felipe comentou.
— Já que vocês não apareceram para nossa noite do filme, viemos até vocês! — Samuel falou rápido.
— Henrique chegou agora e por isso não fui, estava esperando ele. — Miguel se explicou.
— Que romântico. — Jorge falou irônico, revirando os olhos.
Os amigos riram e então cada um procurou um lugar para sentar, colocando o filme dos vingadores logo depois. Henrique dormiu antes mesmo do filme começar, ele já estava sonolento antes da chegada dos amigos e não conseguiu manter os olhos abertos.
Por outro lado todos os outros prestavam atenção no filme, tendo a companhia dos gatos e de bombom que haviam deitado ao lado dos humanos que se sentaram no chão.
Conversavam sobre o filme através de cochichos, mas quando Cristiano se engasgou com o refrigerante as gargalhadas baixas ecoaram pela sala desesperando Miguel, entretanto Henrique sequer se moveu.
Quando o filme acabou já era onze e tanta da noite, se despediram através de sussurros e logo depois saíram do apartamento. Miguel respondeu as mensagens de sua mãe e então suspirou, cutucando carinhosamente o braço do namorado.
— Gatinho? — Cochichou, vendo-o se mover e virar o rosto para o outro lado. — Precisamos ir para a cama...
Vendo que não adiantou o paulista forçou levemente o corpo para cima, mas devido o peso do namorado não conseguiu levantar e o levar consigo como gostaria.
Novamente cutucou o menor que resmungou e abriu os olhos, olhando a sala totalmente confuso.
— Já é de manhã? — Perguntou entre bocejos, levantando devagar.
— Não. — Miguel riu. — Vamos para o quarto.
Após trancar a porta o mais velho subiu as escadas, puxando levemente o menor que o seguia totalmente sonolento. Os dois deitaram na cama e então Henrique encolheu o corpo ao lado do namorado, abraçando a cintura do maior.
O paulista estava mexendo no celular quando sentiu a mão do menor procurar pela sua, levando-a até a própria cabeça quando a encontrou.
Miguel riu fraco e então moveu a mão devagar, afastando alguns fios do cabelo do namorado começando um cafuné. O ronronar do baiano soou baixo, apertando levemente a camisa do mais velho.
— Temos planos para amanhã? — Henrique perguntou em um murmúrio. — Ou iremos ficar o dia todo deitadinhos e abraçados?
— O que acha de irmos ao cinema?
— Ah, pode ser. — O baiano respondeu durante o bocejo. — E o meu beijinho de boa noite?
Miguel riu baixo e então suspendeu devagar o rosto do menor colando as bocas em um selinho demorado antes de sentir os dentes alinhados de Henrique morderem levemente seu queixo.
Sentiram uma patinha macia e então olharam o gato que subiu na cama, Dori os olhos antes de deitar ao lado dos pés do baiano. Henrique estava quase dormindo quando sentiu mais patinhas em cima de seu corpo, abrindo os olhos e enxergando Doongie o saltar e se enfiar no meio dos dois humanos.
— Acho que tem alguém tentando roubar meu namorado. — Cochichou entre risos.
Miguel também riu e então fez carinho na cabeça do gato, abraçando os dois menores antes de finalmente se entregar ao sono.
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Pelourinho [MINSUNG]
FanficMiguel não fazia ideia que além de encontrar lugares belos e comidas maravilhosas em Salvador, iria cruzar também com um baiano esquentadinho que iria conquistar seu coração paulista no centro histórico em um dia de domingo.