Que sorte a sua!

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_Olha sò quem voltou, ex cunhadinha, tá fazendo o que no meu morro Laura?

Ele me diz e me olha com aqueles olhos frios, como pode ele e Derek serem tão diferentes.

_Ja estou indo embora, melhor deixar a conversa para outro dia. -Digo e continuo andando, mas ele segura meu braço com força.
_Me solta por favor.
_Que merda de patricinha você andou enfiando na cabeça do meu irmão?
_Olha não sei do que está falando, mas eu e ele não temos mais nada, me deixa em paz.

Dou um puxão no meu braço que se solta mas ele é mais rápido e puxa meu cabelo.

_Nao falei que você podia ir.

Ele me puxa com força e me desfere socos no rosto, me derruba e chuta as minhas costas, e quando eu achei que a situação não podia ficar pior ele começa a tirar o meu vestido, eu não posso acreditar no que está acontecendo, meu Deus isso não.

_Tira a mão de mim seu estrupador de merda.

Grito e dou um tapa em seu rosto, mas isso faz com que ele fique mais furioso, ele então dá outro chute em minha costela e eu grito.

_Sua vagabunda, não sei o que o d22 viu em você, você nao é tudo isso.
_O que pensa que está fazendo?

Derek grita descendo da moto com a arma apontando na cara do coringa.

_Que porra é essa mermão, vai matar seu irmão por causa dessa vagabunda.

Coringa grita pra ele, eu me levanto e começo a cuspir sangue no chão.

_Ficou louco coringa, que porra e essa.

Escuto o primeiro disparo e olho pro Derek e vejo coringa cair com um tiro na perna.

_Sou teu irmão.

Ele grita para Derek e coloca a mão na cintura, pra pegar sua arma e eu chuto a mesma para longe, Derek aponta a arma novamente para o irmão.

_Derek não, por favor, não faz isso, ele é seu irmão. -Digo e ele me olha furioso.
_Mas que porra Laura, tá defendendo esse lixo.
_Mesmo que você me ame Derek, você nunca vai se perdoar se fizer isso.

Ele me olha e olha para o irmão no chão.

_Sabe o que acontece com estrupador aqui né, some, sorte a sua ela estar aqui.

Coringa olha para mim sério, pega seu celular e liga para alguém vir buscá-lo enquanto grita de dor, Derek tira sua camisa e coloca em mim, só então me dou conta que ainda estou só de calcinha e então noto as pessoas ao redor, a vergonha e a humilhação tomam conta de mim, quando menos espero estou no colo do Derek desmaiada.

Não sei bem como cheguei aqui, mas estou com alguns aparelhos no hospital que conheço bem, estou onde trabalho todos os dias, as pessoas que trabalham aqui da faculdade estão aqui, me olham com pena, meus pais estão sentados em um lado do quarto enquanto Derek está do outro lado em pé de costa para mim, abro o olho devagar novamente e um amigo de estágio sorri.

_Finalmente acordou Laurinha, se sente bem?

Ele pergunta e todos direcionam a atenção para mim, meu Deus, eu quero fugir.

_Minha filha, você me assustou, Derek disse que você foi assaltada, esses pilantras, ainda te agrediram, porque você não deu o celular filha, eu comprava outro!

Meu pai me diz chorando e Derek me olha com um olhar de quem pede desculpas.

_Me desculpa pai, eu me assustei e não soube o que fazer.
_Deixa ela bem, o importante é que você está bem minha filha.

Minha mãe diz chorando e ele concorda.

_Laura você não quebrou nada princesa, está tudo bem, apenas contusões, já vou injetar mais um pouco de analgésico e vou te dar uns dias para ficar em casa.

O médico responsável por mim e meus amigos fala comigo.

_Obrigado Doutor Mark.
_Nao precisa agradecer minha linda, logo vai estar novinha, é uma pena o que te aconteceu, vou sentir sua falta aqui.

Ele pega em minha mão e eu a retiro, Derek olha para o mesmo sério e vem pra perto de mim.

_Posso levar ela pra casa então?

Derek pergunta ao médico.

_Sim, ela está bem melhor que ontem, já fez 24 horas, ela está liberada, e só pegar a receita com o Bruno.

Ele responde e eu me sinto aliviada.

_Ouviu morena, vou te levar para casa.
_Graças a Deus minha filha.

Minha mãe diz e eu concordo, eles arrumam minha coisas que eu nem havia notado que estavam aqui, acordava e dormia novamente por conta dos remédios para dor, então não havia notado, Vamos embora todos no carro do Derek, então presumo que ele quem trouxe meus pais.

Chego em casa e Derek me ajuda a subir as escadas, mesmo eu dizendo que não estou inválida, estou com dor é claro, mais estou bem, nada foi quebrado.

_Tem certeza que não quer nada?

_Sim mãe, estou bem, só quero descansar um pouco, obrigado.

Digo e ela sai do meu quanto me deixando sozinha com Derek, em outro momento eu iria querer estar sozinha com ele no meu quarto, mas agora só quero ficar sozinha.

_Assalto?
Digo e arqueiro minha sobrancelha.

_Me desculpa, mas o que eu podia falar, meu irmão a agrediu e quase abusou da sua filha? Não soube o que dizer.
_Entendo, agradeço tudo o que fez, mas será que pode ir embora agora.

Digo já sentindo o nó se formar em minha garganta, as lembranças estão me enlouquecendo, não paro de ver o coringa em cima de mim, de ver seu olhar sobre mim, eu só quero ficar um pouco sozinha.

_Sinto muito por tudo Laura, nunca pensei que ele faria isso com você.

Ele diz e a primeira lágrima cai, e agora é certo que não vou conseguir conter as demais.

_Mas fez, aquele nojento, por favor Derek, não temos mais nada, eu quero mesmo ficar sozinha, só quero tomar um remédio e dormir um pouco mais.
_Isso tudo é culpa minha, se eu não tivesse saído de lá nada disso tinha acontecido.

Ele diz e senta ao meu lado na cama, meu corpo estremece e a vontade que tenho e de deitar em seu colo e deixar que ele faça tudo sumir, mas eu não posso.

_Nada disso é culpa sua, e na verdade lamento que tenho esse tipo de pessoa como irmão, mas isso não é mais problema meu.
_Não fala assim, você sabe que eu nunca deixei de amar você, chega dessa distância Laura, para de ser orgulhosa que eu sei que tu me ama também, deixa eu cuidar de você hoje, depois eu vou embora, faço como você preferir.
_Derek eu estou cansada, se você quiser ficar, fique, vou dormir um pouco.
_Vem aqui sua marrenta.

Ele me puxa para seus braços nos deitando na cama, consigo ouvir seu coração bater enquanto estou deitada sobre seu peito, sua respiração tranquila, seu cheiro familiar que eu tanto senti falta, e com todas as emoções correndo descontroladas dentro de mim, não posso evitar o choro que insiste em sair, então apenas deixo ele livre, choro por saudade, por tudo o que aconteceu, será que um dia deixarei esse episódio para trás, espero que sim, não quero me lembrar do que o coringa fez comigo, não quero me lembrar do cheiro de bebida que vinha dele, nem dos seus olhos frios.

_Vai ficar tudo bem morena.

Prazer, LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora