Capítulo XIII

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"Na loucura e imundícieDesta triste cena mundanaSó então sou humano"

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"Na loucura e imundície
Desta triste cena mundana
Só então sou humano"

Nós nos tornamos verdadeiros sobreviventes. Aprendemos a viver com pouco, a racionar e a compartilhar o que tínhamos com todos. Nosso grupo era unido, e eu encontrei neles uma verdadeira família.
Depois daquele sermão do meu pai, todos decidiram ficar, e assim nossa vida como andarilhos começou. As horas viraram dias, os dias semanas, e quando percebi, já haviam se passado meses. A barriga de Lori já estava enorme, e por isso, começamos a ficar mais tempo em cada lugar por onde passávamos. Enfrentamos fome, sede e até o frio cortante do inverno, mas lá estava meu pai, sempre à procura de algo melhor para todos, especialmente para o bem-estar de Lori.

A maior preocupação dele - e talvez de todos nós -  era que o dia do parto daquele bebê estava se aproximando, e precisávamos de um lugar seguro. Confesso que sinto medo. O que faremos com uma criatura tão indefesa, que chora e pode atrair os zumbis? Mas prefiro acreditar que meu pai sempre tem um plano. Ele se tornou o líder incontestável do grupo, e nunca vi alguém tão fiel a ele quanto Daryl Dixon.

Havia algo mais que me incomodava. Desde que Lori descobriu a verdade sobre a morte de Shane, ela ficou diferente, como se estivesse brava com meu pai. Isso fez eu me afastar dela novamente, e, consequentemente, de Carl também. Enquanto isso, me aproximei mais de Beth, enquanto Maggie ficava cada vez mais próxima de Glenn. Os dois parecem bem apaixonados, e de algum jeito isso me incomodava. Eu não entendia bem o porquê, ou talvez não quisesse admitir o que aquilo significava. Mas no mundo em que vivemos, decidi que isso não deveria ser importante. Minha prioridade era sobreviver e ajudar meu grupo.

Aproveitei o tempo para aprimorar minha mira. Agora, além do meu canivete, sempre ando armada. Meu pai disse que isso me deixaria mais segura. É estranho pensar que, em algum momento da minha vida, achei que nunca precisaria carregar uma arma.
Finalmente, a sorte parecia estar ao nosso lado. Encontramos uma casa abandonada no meio da floresta. Daryl deu um empurrão firme na porta e conseguiu abri-la. Meu pai, logo atrás, ajudou Lori a entrar; ela já não conseguia caminhar com a mesma rapidez de antes, o peso da barriga a deixava cada vez mais lenta.
Antes de relaxarmos, tivemos que revistar cada cômodo à procura de comida e, principalmente, garantir que o local era seguro. Ao entrar em um dos quartos, me deparei com um morto-vivo. Sem hesitar, atirei direto na cabeça, sem fazer barulho, graças ao silenciador improvisado pelo meu pai.

Depois, me joguei na cama. Olhando para o teto, minha mente voltou para um tempo distante, quando minha única preocupação era escolher a cor do esmalte para pintar as unhas. Suspirei ao pensar em como as coisas mudaram. Foi nesse momento que senti um arrepio -  alguém estava me observando.

PLATONIK - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora