Capítulo I.

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Eu não sou nada sem fingirEu conheço os meus pensamentosNão consigo viver com eles

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Eu não sou nada sem fingir
Eu conheço os meus pensamentos
Não consigo viver com eles

Já se passaram muitos dias, desde que deixamos nossa casa e entramos no carro de Shane para fugir do que parecia um vírus que trazia de volta os mortos a vida, mas não pessoas normais, e sim coisas comedoras de gente

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Já se passaram muitos dias, desde que deixamos nossa casa e entramos no carro de Shane para fugir do que parecia um vírus que trazia de volta os mortos a vida, mas não pessoas normais, e sim coisas comedoras de gente.
Eu sempre achei que isso só acontecia em filmes, mas agora estou vivendo o meu próprio apocalipse.
Há mais ou menos cinquenta dias atrás, Shane apareceu na nossa porta, desesperado, contando sobre os militares estarem desertando a cidade, ao mesmo tempo que ele contava que infelizmente meu pai havia morrido. Ele nos contou que o coração parou, e mesmo ele tentando ressuscita-lo, nada aconteceu e ele precisou sair às pressas do hospital por conta do que estava acontecendo. Eu não queria acreditar, eu queria ir até lá para ter certeza, mas Lori não deixou, disse que tínhamos que confiar na palavra de Shane, que garantiu que se eu fosse, não sairia de lá viva. Arrumamos as malas com o essencial e entramos no carro dele.
Eu não queria, eu relutei para ir com eles mas Shane ligou o rádio do carro e ouvimos as notícias, os caos estava instalado na cidade, pessoas sendo mordidas, mortos voltando a vida, os militares matando quem fosse preciso. Com medo de não poder me defender, tive que aceitar continuar naquele carro, e com lágrimas nos olho, segui caminho com eles. Ouvi Shane prometer que iria nos proteger, enquanto Carl chorava pedindo pelo meu pai, já Lori se mantinha em silêncio sem saber o que dizer. A única coisa que eu consegui pegar do meu pai, além de uma foto nossa, foi o canivete que ele deixava guardado na gaveta do móvel ao lado da cama, estava gravado o nome "Grimes", era a unica lembrança que conseguiria carregar comigo, além das que estava em minha memória.
Pegamos a estrada para sair da cidade, mas estava congestionado, ficamos parado por horas, até ao anoitecer, bombas começaram a ser jogadas por helicópteros. Pegamos nossas coisas do carro e junto com outras pessoas corremos em direção a floresta. Chegamos até o mais alto de uma pedreira e fizemos um acampamento, somos os sobreviventes. Não sabemos se ainda tem mais pessoas vivas ou onde estão, ficamos aqui esperando o resgate e até agora ninguém chegou.

PLATONIK - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora