"E suas lágrimas estão enchendo seus copos
Sem expressão, sem expressão
Esconda minha cabeça, quero afogar minha tristeza
Sem amanhã, sem amanhã"
O sol invadia a sala da torre, suas lâminas douradas atravessando a janela e me forçando a abrir os olhos. Eu bocejei, ainda presa na névoa do sono, mas logo percebi que não estava sozinha. Maggie me observava do outro lado da sala, sentada no chão com uma perna em cima da outra, os olhos atentos e carregados de uma intensidade que me deixou desconfortável. Apressei-me em sentar, sentindo o rosto quente, enquanto ela soltava uma risada baixa — provavelmente da minha cara amassada de sono.
– Bom dia pra você também – murmurei, tentando quebrar o gelo, mas antes que ela respondesse, o silêncio foi rasgado.
Um som ensurdecedor atravessou o ar, seguido por um tremor que fez a poeira cair do teto. Meu coração disparou, e eu me levantei num pulo. Maggie, por outro lado, estava muito à frente de mim. Num movimento rápido, ela correu até a janela, abrindo-a com força e espiando lá fora.
– Merda! – ela disse irritada, os olhos apertados – É o desgraçado do governador. Ele está nos atacando.
Sua voz, cheia de determinação, puxou algo dentro de mim, mas antes que eu pudesse reagir, ela virou e jogou uma arma na minha direção. Eu mal tive tempo de agarrá-la antes que ela apanhasse mais duas e se movesse em direção à porta com uma urgência elétrica.
– Vamos, agora! – A ordem dela era cortante, e eu a segui, ainda tentando processar o que estava acontecendo.
Descemos as escadas correndo, os sons de explosões lá fora ecoando nos corredores. O cheiro de fumaça já começava a invadir o ar, um lembrete cruel de que o perigo estava a poucos passos de distância. Quando chegamos ao solo, uma cena de caos nos recebeu. Pessoas corriam em todas as direções, gritos enchiam o ar, e o som de tiros ressoava como uma tempestade violenta. Nosso pessoal estava nas grandes e foi para lá que seguimos.
Ele surgiu diante de nós com Hershel e Michonne como reféns, e naquele instante senti minhas pernas fraquejarem. O maldito não podia estar realmente fazendo isso. Fiquei imóvel, como se o chão tivesse desaparecido debaixo de mim. Por tanto tempo vivi com a esperança de que ele fosse apenas uma sombra distante, algo enterrado no passado. Mas ali estava ele, vivo e mais cruel do que nunca, trazendo o inferno de volta para nossas vidas.
Maggie estava ao meu lado, segurando Beth em um abraço apertado enquanto a irmã chorava desesperada, os olhos fixos no pai, ajoelhado e indefeso. O mundo parecia desacelerar ao meu redor. O som de gritos ficou abafado, como se tudo se resumisse à figura monstruosa à nossa frente.
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PLATONIK - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅
Fanfiction𝐀𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐳𝐨𝐢𝐭𝐨 𝐚𝐧𝐨𝐬, 𝐌𝐞𝐫𝐞𝐝𝐢𝐭𝐡 𝐆𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 vê o mundo que conhece ser tomado por um apocalipse zumbi e é obrigada a fugir com as duas pessoas da qual quer ficar longe: sua madrasta e seu irmão, enquanto acredita que perdeu a pesso...