Capítulo XVIII

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"Oh, quando você estiver totalmente sozinhaEu irei encontrar vocêQuando você estiver se sentindo tristeEu irei estar lá também"

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"Oh, quando você estiver totalmente sozinha
Eu irei encontrar você
Quando você estiver se sentindo triste
Eu irei estar lá também"


Voltamos para a prisão e o que mais me atormentava era a sensação de que talvez nunca mais veria Daryl. Meu pai tentou vir falar comigo, mas eu estava esgotada demais para ouvir qualquer bronca sem fundamento. Ele ainda não percebeu que não dá mais para me proteger? Aquela garota indefesa que ele tanto quer guardar morreu no mesmo momento em que eu vi Lori partir. Eu ouvi o disparo. O tiro que meu próprio irmão teve que dar na nossa mãe.

- Meredith, você precisa me escutar - a voz de Rick era firme enquanto ele me seguia, agarrando meu braço.

Parei, me virei para ele, sentindo a frustração crescer.

- Você me desobedeceu, e eu não quero que isso volte a acontecer - ele disse com severidade.

- Rick Grimes - eu o chamei pelo nome, minha voz carregada de sarcasmo e dor - Quando vai perceber que eu já não sou mais a princesinha do papai? - continuei, amarga. - Eu vi pessoas morrendo. Eu matei zumbis. Eu vi a Lori morrer bem na minha frente, e, ao mesmo tempo, eu tive que carregar a SUA filha - enfatizei, deixando claro o peso da responsabilidade que ele parecia ignorar - Eu cuidei de uma recém-nascida. Eu cuidei de um garoto de treze anos. Só você não percebe que não dá mais para tentar me proteger.

O silêncio caiu sobre os outros. Todos nos observavam, mas ninguém ousava interferir. Rick, visivelmente abalado, finalmente deixou a postura dura se desfazer.

-  Mer... Eu sinto muito por tudo isso - ele murmurou, a voz baixa, quase quebrada.

-  Não sinta - respondi friamente - O mundo me transformou nessa mulher, e não mais na sua estrelinha.

Eu vi seus olhos começarem a brilhar, cheios de lágrimas que ele estava tentando conter. Havia algo em seu olhar que quase me desarmou, mas eu mantive minha postura.

- Talvez eu tenha cobrado demais de você... - ele admitiu, sua voz soando culpada.

Respirei fundo, acalmando o tom, mas sem recuar.

- Está tudo bem, pai - toquei seu braço de leve, tentando lhe mostrar que não o odiava. - Eu não estou te culpando. Só quero que entenda que sermões e brigas por quebrar SUAS regras já não funcionam mais. Eu não vou deixar de lutar pelos que amo.

Ele ficou em silêncio, absorvendo minhas palavras, talvez, pela primeira vez, realmente vendo quem eu havia me tornado. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, virei as costas novamente e caminhei em direção à parte interna da prisão. A tensão no ar ainda era palpável, mas eu precisava de um tempo longe de mais confrontos. Assim que entrei no bloco, vi Carl correndo em minha direção. Ele me abraçou pela cintura com força, e naquele momento eu percebi o quanto tinha deixado alguém importante preocupado ao sair sem avisar.

PLATONIK - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora