Capítulo XVII

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"E se a morte viesse para vocêEu daria minha vida por você"

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"E se a morte viesse para você
Eu daria minha vida por você"


Meu pai passou mais de quarenta e oito horas naquele lugar onde a Lori morreu. Quando finalmente decidiu enterrá-la, logo depois, ele simplesmente desapareceu pelos corredores da prisão. Não quis conhecer a bebê, e também não quis falar comigo nem com Carl. Ele se afundou na própria dor, como se o resto de nós não estivesse sofrendo também. Não o julgo, só ele sabe o que está sentindo, mas a verdade é que sinto falta do meu pai.

Maggie e Glenn decidiram que precisavam buscar mais suprimentos na cidade. Mesmo eu tendo pedido para ir junto, Maggie achou melhor que eu ficasse para cuidar da neném e de Carl. Um lado de mim se perguntou se ela só queria passar mais tempo sozinha com Glenn. Talvez, mas isso não era da minha conta.

As horas se arrastaram, e quando finalmente meu pai apareceu, ele encontrou, eu e Carl na cela, tentando acalmar Judith. Ele se aproximou devagar, um pouco hesitante, e pediu para segurá-la. Fiquei surpresa, mas Carl parecia apenas aliviado e feliz. Sentamos os três na cama, enquanto ele segurava a filha pela primeira vez.

Enquanto o observava com Judith nos braços, me perguntei se ele sabia, lá no fundo, que talvez ela não fosse biologicamente sua filha. Mas isso não importava naquele momento. O que eu queria era aproveitar o raro instante de união. Carl e eu aproveitamos para perguntar se ele tinha pensado em algum nome para ela.

- Ainda não  ele respondeu com a voz rouca.

Foi então que Carl sugeriu:

- Que tal Judith? Era o nome da minha professora favorita antes de tudo isso.

Eu sorri, olhando para a bebê..

- É, ela tem cara de Judith - concordei.

- Olha, o lábio dela mexeu! - Carl exclamou, empolgado - Acho que ela sorriu!

Meu pai riu suavemente, seu rosto relaxando pela primeira vez em muito tempo.

- Acho que ela gostou - Ele beijou a cabecinha de Judith com ternura, antes de se virar para mim - Obrigado, querida, por cuidar dos seus irmãos.

- Eu sempre estarei aqui por eles, e por você também - respondi, encostando minha cabeça em seu ombro.

Ele beijou meus cabelos, um gesto de carinho que parecia distante, mas agora era reconfortante.

Depois de um momento de silêncio, ele se desculpou, a voz pesada de culpa.

- Me desculpem... pelo tempo que fiquei longe. Eu precisava... entender tudo isso. Mas agora estou de volta, e não vou mais deixar vocês.

PLATONIK - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora